O conflito rubro-anil?*
Gerssy Trindade
Uma morte iria
acontecer ao meu lado, ao meu lado alguém iria ser assassinado a sangue quente.
Vermelho e azul eram
as únicas cores que eu conseguia enxergar, não encontrava meus óculos em meio
ao tumulto da minha bolsa e da minha mente.
Mas sabia que o conflito
se dava entre alguém de azul e alguém de vermelho, muito vermelho, o vermelho
sujava o azul, parecia ganhar do azul em quantidade, virava roxo, virava os
olhos, enquanto eu procurava meus óculos na bolsa, revirava tudo, enxergava vultos, ouvia vozes, o vermelho predominava ganhando em
quantidade.
Ninguém se movia, o tempo parou, ligaram o mudo da sociedade,
silenciaram as vozes, pararam os corpos, os únicos movimentos eram do conflito
entre o azul e o vermelho.
Não tinha mais nada. Achei meus óculos e vi que o vermelho era sangue,
sangue de Zé ninguém que foi amparado por outro Zé ninguém que teve compaixão,
diga-se de passagem, O ÚNICO.
O único que conseguiu intervir naquele conflito entre o vermelho e azul
e não saiu roxo de lá. Clareou tudo!
*A sugestão do título é nosso, mas fica a
critério da autora um novo para a posteridade
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