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Tudo muito limpinho no espaço destinado aos torcedores do América na Arena |
JOSÉ VANILSON JULIÃO
Leio no blog do
narrador esportivo Marcos Lopes o comentário travestido de publicidade – ou
vice-versa pelos ossos do ofício e nada contra – sobre a novidade do estádio
erguido no terreno do antigo "João Machado".
O radialista gaúcho
radicado na capital potiguar desde 1997 informa sobre a comodidade do torcedor
americano permanecer em um espaço confortável na espera do segundo jogo América
x Imperatriz pela Série D.
É o tal do
"lounge" dos ingleses ou americanos. Com TV de LED de vários
centímetros de largura, bebida à vontade, inclusive refrigerante para a
garotada, o jogo do "totó" ou "pebolim"... Basta
disponibilizar mais 30 reais no ingresso!
Daí me veio a
lembrança e a saudade afetiva do antigo "Castelão" que muda de nome
em 1989 com a prefeita Wilma Maria de Faria.
E não poderia
deixar de parafrasear como título do artigo o livro do jornalista Rubens Lemos
Filho.
No meu tempo de
estudante liso, entre 1975 e 1981, na tarde dominical o gostoso era se dirigir
ao estádio de ônibus e atravessar a pista driblando o trânsito.
E tinha que chegar
adiantado uma hora antes para não enfrentar as filas das bilheterias nos portões
numerados do "Frasqueirão" (setor central leste das arquibancadas).
Ou então caminhar
mais um pouco para alcançar a única bilheteria destinada a torcida americana.
Do outro lado.
Dentro do estádio o
"luxo" era espetacular. No intervalo do jogo, casa cheia, podia-se
molhar os pés nos banheiros...
E depois descer a
escadaria para tomar umas três doses de cachaça no intervalo dos 15 minutos
entre o primeiro e segundo tempo.
É claro, com o
churrasquinho sem sal e gorduroso. Só tinha de carne de boi. Não tinha o modismo
das opções de hoje.
Para quem não
gostava de aguardente havia o lanche da laranja jogada descascada pelo vendedor
e tinha que ser melhor do que Hélio Show ou o goleiro capixaba Sombra do
América para não deixar a peteca cair.
Se o jogo fosse a
noite, no meio da semana, tinha que sair cinco minutos antes do Apito Final
(não é o livro de Everaldo Lopes Cardoso) – foi o corretor e deixo assim mesmo por
pura sacanagem.
Mas a saída
estratégica tinha um motivo nobre, apesar do risco de perder um gol nos
descontos, apanhar o transporte coletivo logo e um pouco menos cheio para não
chegar atrasado em casa ou ainda pegar algum boteco perto aberto para a resenha
com o torcedor de pé de rádio...
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