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sábado, 23 de agosto de 2025

O "longe" do estádio "assassinado" de Rubinho

Tudo muito limpinho no espaço destinado aos torcedores do América na Arena

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Leio no blog do narrador esportivo Marcos Lopes o comentário travestido de publicidade – ou vice-versa pelos ossos do ofício e nada contra – sobre a novidade do estádio erguido no terreno do antigo "João Machado".

O radialista gaúcho radicado na capital potiguar desde 1997 informa sobre a comodidade do torcedor americano permanecer em um espaço confortável na espera do segundo jogo América x Imperatriz pela Série D.

É o tal do "lounge" dos ingleses ou americanos. Com TV de LED de vários centímetros de largura, bebida à vontade, inclusive refrigerante para a garotada, o jogo do "totó" ou "pebolim"... Basta disponibilizar mais 30 reais no ingresso!

Daí me veio a lembrança e a saudade afetiva do antigo "Castelão" que muda de nome em 1989 com a prefeita Wilma Maria de Faria.

E não poderia deixar de parafrasear como título do artigo o livro do jornalista Rubens Lemos Filho.

No meu tempo de estudante liso, entre 1975 e 1981, na tarde dominical o gostoso era se dirigir ao estádio de ônibus e atravessar a pista driblando o trânsito.

E tinha que chegar adiantado uma hora antes para não enfrentar as filas das bilheterias nos portões numerados do "Frasqueirão" (setor central leste das arquibancadas).

Ou então caminhar mais um pouco para alcançar a única bilheteria destinada a torcida americana. Do outro lado.

Dentro do estádio o "luxo" era espetacular. No intervalo do jogo, casa cheia, podia-se molhar os pés nos banheiros...

E depois descer a escadaria para tomar umas três doses de cachaça no intervalo dos 15 minutos entre o primeiro e segundo tempo.

É claro, com o churrasquinho sem sal e gorduroso. Só tinha de carne de boi. Não tinha o modismo das opções de hoje.

Para quem não gostava de aguardente havia o lanche da laranja jogada descascada pelo vendedor e tinha que ser melhor do que Hélio Show ou o goleiro capixaba Sombra do América para não deixar a peteca cair.

Se o jogo fosse a noite, no meio da semana, tinha que sair cinco minutos antes do Apito Final (não é o livro de Everaldo Lopes Cardoso) – foi o corretor e deixo assim mesmo por pura sacanagem.

Mas a saída estratégica tinha um motivo nobre, apesar do risco de perder um gol nos descontos, apanhar o transporte coletivo logo e um pouco menos cheio para não chegar atrasado em casa ou ainda pegar algum boteco perto aberto para a resenha com o torcedor de pé de rádio...

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