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segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

O desembarque colombiano de Demóstenes César

Atlético Júnior (1953), sem Demóstenes, e com os compatriotas Norival (primeiro em pé), Adão (quinto) e Waldir do Espírito Santo (último), da primeira leva carioca

José Vanilson Julião

Com o currículo recheado com as passagens pelos potiguares América e ABC, o cearense Ferroviário, o fluminense Canto do Rio e o mais importante, pelo carioca Botafogo de Futebol e Regatas, nosso herói conta com experiência excessiva para brilhar nos gramados latino-americanos.

O cenário da época não poderia indicar outro caminho senão a famosa e conhecida "Liga Pirata" ou "Eldorado" implantado pelos dirigentes de futebol da vizinha Colômbia. O endereço também é o mesmo de outros futebolistas brasileiros: o Atlético Júnior de Barranquilla.

Já haviam passado pelo clube do mascote "Tiburon" (Tubarão), entre os mais celebres, os botafoguenses Ari César Nogueira (goleiro), Marinho Rodrigues (zagueiro), o atacante Heleno de Freitas (depois de rápida estadia no Boca Juniors e Vasco da Gama) e o meia Elba de Pádua Lima ("Tim") – ex-player do Fluminense.

Foram eles que abriram a porteira para futebolistas bem menos conhecidos ou tecnicamente razoáveis para a “DiMayor” (Divisão Maior), como era chamada a principal divisão liga com a abertura do mercado para o profissionalismo:

Haroldo Carijó, Norival Pereira da Silva, Wilfrido Silva Sacramento (“Vivinho”), o paranaense Adão Plínio da Silva, Waldir do Espírito Santo, Gerson dos Santos, Negrinhão e o uruguaio Sebastian Berascochea, ex-Vasco da Gama, depois treinador no interior pernambucano.

E acabaram contratados pelo enviado especial, o dirigente colombiano, don Mario Abello Lobo, que desembarca em pleno carnaval no Rio de Janeiro, e considerado um verdadeiro “aliciador”, principalmente, pelos diretores do clube da “Estrela Solitária”.

Pela boa conduta perante o tempo em que foi do “Glorioso” – inclusive por nunca criar problema de renovação de contrato – Demóstenes César é liberado para negociar a ida para a nova meca do futebol sul-americano, que abriga dezenas de atletas latinos.

Entre eles astros argentinos do River Plate (“La Maquina”) – Pedernera, Labruna e Di Stefano – e Boca Juniors, aproveitando uma greve de jogadores, e da Europa, principalmente húngaros e até da Inglaterra, o País inventor do futebol moderno.

Na segunda semana de setembro/1950 Demóstenes embarca para os “Miuras”, apelido do Júnior, o destino dos brasileiros, enquanto os jogadores de outras nacionalidades, inclusive “hermanos”, vão para outros, como o Millionarios da capital Bogotá.

 

FONTES/IMAGEM

A Ordem

Diário Carioca

Diário de Natal

Esporte Ilustrado

La Chacara.com

O Globo Esportivo

Jornal dos Sports

Júnior FC

Placar

Tribuna do Norte

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