América/RN campeão invicto do Torneio Municipal/1953

Seleção potiguar: Biró, Ribamar, Calado, Papagaio, Pádua, Mauro, Messias, Saquinho (artilheiro do Torneio Municipal, com sete gols, pelo Santa Cruz, primeiro clube depois de aparecer no Racing do bairro das Rocas), Aladim, Ivo e Canindé

Saquinho, penúltimo agachado,
bicampeão pelo América, 1956/57

O mossoroense “Bira” contribui com a segunda colocação para o Potiguar de Parnamirim/RN

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O panorama indicava o último jogo do campeonato municipal mossoroense com o jogo Associação Cultural e Desportiva Potiguar 0 x 0 Flamengo (domingo, 22/3/1953)

E só para relembrar: no “caneco” do primeiro Torneio Municipal (1948) o Potiguar de Parnamirim, fundado dois anos antes, surpreende e ganha todas as partidas: 3 x 2 Santa Cruz, 3 x 2 ABC, 4 x 0 América, 5 x 3 Clube Atlético Potiguar e 5 x 2 Juventus.

O árbitro do jogo único e vespertino inaugural do Torneio Municipal – Potiguar/Parnamirim e Alecrim – João Cadmo Cavalcanti é aluno da Escola de Árbitros (criada pelo recém eleito presidente da Federação, Humberto Nesi) e vem credenciado pelas boas atuações na Liga Mossoroense.

Somente na segunda partida, Parnamirim e Santa Cruz, na competição oficial de abertura da temporada, o atacante mossoroense Ubirajara Barreto de Freitas, o “Bira” (substituído pelo Ivanildo), veste a camisa azul do clube da Vila de Parnamirim (distrito emancipado de Natal em 1958).

“Bira” entra no terceiro jogo, contra o rubro-negro Clube Atlético Potiguar, com a mesma substituição. Mas não pisa no retângulo marcado com cal do “Juvenal Lamartine” contra o América. E logo em seguida viaja para a Região Oeste com os companheiros, dirigentes e pessoal do apoio.

Na rodada final garante o segundo lugar, com “Bira” jogando os 90 minutos, ao derrotar o ABC (saindo do licenciamento do ano anterior) com elenco em formação.

O jornal diário vespertino católico “A Ordem”, com excelente cobertura, afirma que o torneio municipal corresponde a todas as expectativas. Inclusive com melhorias nas rendas.

DELEGAÇÃO

A embaixada (23 pessoas. Incluindo os jogadores) do Potiguar que segue para Mossoró pela madrugada: tenente Roberto Doring (presidente), tenente J. Barros Lima (vice-presidente), Eliah Maia Rego (primeiro secretário), Arnaud Carvalho (segundo secretário), Francisco C. Dantas (tesoureio), João Monteiro (diretor de esportes), sargento Moacir Ribeiro da Silva (treinador), Valdetario Tibúrcio (massagista) e Aluízio Menezes de Melo (Associação dos Cronistas Esportivos).

 

CAMPANHAS

Potiguar 2 x 1 Alecrim (domingo, 29/3)

América 4 x 1 Atlético (quarta-feira, 1/4)

América 0 x 0 Alecrim (domingo, 5/4)

Potiguar 2 x 2 Santa Cruz (quinta-feira, 9/4)

Potiguar 3 x 2 Atlético (domingo, 12/4)

Potiguar 2 x 3 América (quinta-feira, 16/4)

América 2 x 0 ABC (terça-feira, 21/4)

Potiguar 3 x 0 ABC (domingo, 26/4)

América 3 x 2 Santa Cruz (domingo, 26/4)

Excursão do Potiguar de Parnamirim para Mossoró

Potiguar (1952): Alírio, Romildo, Mimi, Edilson, Gute, Aristóbulo, Dinha, Vila, Cachorrinho, Aurino e Nenê/Revista Sport Ilustrado

José Araújo Rodrigues (radialista falecido no
domingo último), João Cláudio Machado,
Aluízio Menezes de Melo e Humberto Nesi
no Estádio Castelo Branco nos anos 70

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O jornalista Aluízio Menezes de Melo – enviado especial da Associação dos Cronistas Esportivos (ACE) – em longa reportagem de 12 extensos parágrafos relata a cansativa viagem do elenco do alvo e azul Potiguar Esporte Clube (PEC).

Com saída às duas da madrugada do dia 17 após o jogo na noite anterior, pelo Torneio Municipal, no Estádio Juvenal Lamartine, no Tirol.

A chegada as 17 horas. Façam as contas: 15 horas de estrada! Primeiro jogo: Ferroviário 4 x 0 Potiguar (sábado, 18/4/1953).

Mesmos estafados os jogadores parnamirinenses empatam com o alvirrubro mossoroense (domingo 19).

Primeira etapa: 1 x 0 para o visitante. Aos 43 da etapa complementar a igualdade da representação local.

A revanche acontece na terça-feira (18). A delegação havia retornado de Areia Branca com o fiasco da programação de um amistoso (devido a precariedade das acomodações), contra o Ipiranga, na cidade produtora de sal no litoral norte.

De novo contra o bicampeão, o time “Príncipe”, o visitante, treinador pelo sargento Moacir Ribeiro da Silva (treinador do América em 1959), gols de Aurino e Ubirajara Barreto de Freitas, o “Bira”, descontando Eugenio (pênalti), com o atacante José Arset Leão de Moura, o “Zé Leão”, em atividade.

 

FONTES/IMAGENS

A Ordem

Diário de Natal

Sport Ilustrado

Tribuna do Norte

Blog No Ataque

História do Futebol

O mossoroense "Bira" no Potiguar de Parnamirim/RN

Jornalista Aluízio Menezes de Melo (camisa branca), entrevistado pelo repórter Mário Dourado, fez a cobertura da excursão do Potiguar do então distrito de Parnamirim para Mossoró e reproduzida pela maioria dos jornais diários da capital potiguar, inclusive o "Diário de Natal" e a "Tribuna do Norte"

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O eleito presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol, Humberto Nesi, cumpre duas promessas de campanha: a implantação do departamento de futebol juvenil e a realização do Torneio Municipal com os cinco principais clubes da capital e mais um do então distrito de Parnamirim.

Após as reuniões de começo de mandato é elaborada a tabela com a participação do América (campeão potiguar do ano anterior), Santa Cruz (vice), ABC (retornando do licenciamento de um ano), Alecrim, Clube Atlético Potiguar e o Potiguar Esporte Clube do Distrito de Parnamirim. O Riachuelo fica ausente.

Com a realização depois do período carnavalesco entre março e abril de 1953. A competição de abertura da temporada e considerada preparativo para o campeonato estadual é aberta com uma partida isolada e determinada rodadas duplas nos períodos vespertino e noturno no Estádio Juvenal Lamartine, no Tirol.

É neste torneio oficial que o nosso importante personagem, o a época desconhecido atacante mossoroense Ubirajara Barreto de Freitas, o “Bira”, aparece sem qualquer alarde da imprensa – “Tribuna do Norte”, “Diário de Natal” e “A Ordem” – no então clube alvo e azul do distrito parnamirinense.

Surpreendentemente o Potiguar distrital termina na segunda colocação com o América campeão. O clube de Parnamirim foi campeão do primeiro torneio municipal realizado em 1948, dois anos após a fundação na vila de Parnamirim.

Em uma folga na rodada do torneio o Potiguar excursiona por Mossoró e realiza três amistosos, o primeiro contra o Ferroviário e mais dois contra o Potiguar local. Como resultados, respectivamente, derrota (4 x 0), empate (1 x 1) e vitória (1 x 3).

Registre-se a cobertura da excursão pelo jornalista Aluízio Menezes de Melo, do jornal diário vespertino católico "A Ordem", como enviado especial da Associação dos Cronistas Esportivos (ACE). E reproduzida textualmente nos demais impressos natalenses.

 

FONTES

A Ordem

Diário de Natal

Tribuna do Norte

O repórter "Bira" escreve sobre o atacante "Bira"

Raimundo Ubirajara Macedo, o R. U. M, monta a primeira "biografia" do mossoroense "Bira"

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Com o ABC tricampeão – o terceiro título da série invicto – o jornalista Raimundo Ubirajara Macedo inicia em dezembro de 1955 uma sequência de minibiografias com o treinador e os jogadores do alvinegro.

A série é denominada “Tricampeões em Foco” para a página esportiva do então diário matutino e depois semanário “O Poti”, com a primeira abordagem para o domingo (25/12) com o técnico pernambucano Edésio Leitão.

O responsável no mesmo jornal também pela coluna “Esporte em Dia” – assina com as iniciais R. U. M. e discorre sobre o a carreira do comandante do elenco abecedista, anteriormente alvo de uma reportagem inédita neste JORNAL DA GRANDE NATAL (20/1/2024).

Em seguida aborda os jogadores: Sileno Lins de Barros, os irmãos Jorginho e João Tavares de Morais (“Tidão”), Oliveiro Gomes da Silva, Paulo Vicente da Silva (“Paulo Izidro”), Antônio Gomes de Lima (“Toinho”) e Ubirajara Barreto de Freitas (“Bira”).

O mossoroense “Bira” é convocado para serviço militar (1953) e no primeiro semestre se inscreve pelo Potiguar do distrito de Parnamirim e acaba vice-campeão do torneio municipal.

O currículo do mossoroense "Bira" nos clubes cearenses

Recorte da revista carioca
"Sport Ilustrado" põe o
"Bira" como contratado
pelo Flamengo em 1953

JOTA VALDECI

ESPECIAL

O atacante mossoroense Ubirajara Barreto de Freitas, o “Bira”, estreia no Fortaleza no primeiro turno do campeonato estadual: 3 x 1 Ceará (9/8/1953).

A última aparição no amistoso 1 x 2 Calouros do Ar (22/10/1955). Total: 23 jogos (oito vitórias, sete empates e oito derrotas) e cinco gols.

Pelo Ceará a estreia oficial: 2 x 2 Usina Ceará (20/3/1957). Soma: 62 jogos (31 amistosos e 31 pelo campeonato estadual) e 22 gols (23 por fonte diversa).

O curioso: em ação pelo alvinegro nenhum jogo termina empatado.

Enquanto no Ferroviário são registradas apenas duas aparições.

Entre 1957/58, provavelmente nos intervalos entre as passagens pelo ABC e Ceará e a saída para o Sport Clube Recife.

 

FONTES

Almanaque do Ferroviário

Almanaque do Fortaleza

Sport Ilustrado

Futebol 80

História do Futebol

Vovopedia

O time da "Agência Pernambucana" de Luís Romão

Por necessidade de ilustração e informação a imagem do "Cruzmaltino" é publicada pela terceira vez. O time amador alvinegro enfrentou a equipe da "Agência Pernambucana"

Pela primeira vez na imprensa potiguar contemporânea é revelada a equipe de futebol da famosa distribuidora de revistas e jornais das décadas de 20/70

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O jornal “A República” (quinta-feira – 16 de março de 1939) noticia na página esportiva o jogo entre o Cruzmaltino x I. A. P.

Entre o primeiro e segundo quadros, conforme o título da reportagem: - O Cruzmaltino vence o I.A.P nos encontros principal e secundário.

Os jogos aconteceram no domingo (12) no campo do ABC Futebol Clube, localizado na Rua Mossoró (Petrópolis).

Detalhe: o campo do alvinegro antes do primeiro estadinho “Maria Lamas Farache” no mesmo bairro no começo dos anos 50.

Segundo pormenor: a reportagem é ilustrada com a fotografia do “Cruzmaltino” com 13 jogadores, incluindo o atleta Stephenson Josué Batista (o oitavo perfilado).

A rara foto foi postada em rede social por um dos filhos do citado atacante americano, George Stephenson Batista, e identificada como do time amador pelo pesquisador natalense Arthur Pierre dos Santos Medeiros.

E na reportagem do impresso fundado pelo político Pedro Velho de Albuquerque Maranhão e extinto pelo governador Geraldo José Ferreira de Melo é identificada pela legenda em caixa alta e negrito: “O TEAM PRINCIPAL DO CRUZMALTINO”.

Terceira particularidade ainda mais sensacional. A sigla do time amador IAP esconde a distribuidora de jornais e revistas do sul do país em Natal.

Refere-se ao “Indicador da Agência Pernambucana”, de Luís Romão, também conhecida pelo serviço de autofalantes existente desde 1 de dezembro de 1938 e famoso pelo noticiário retransmitido da BBC londrina na II Guerra.

Pena que a impressão precária do recorte do jornal – outra cortesia de Arthur Pierre – não possibilite outros detalhes.

Como o nome dos jogadores das duas agremiações. E nem mesmo os resultados dos jogos.

O currículo do mossoroense "Bira" no Sport Recife

Ceará (1959): Fernando Sátiro, Damasceno, Carneiro, William, Alexandre Nepomuceno, Ivan Roriz, Honorato, Matos, Zezinho, Bira e Guilherme

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Todos os gols (17) do atacante Ubirajara Barreto de Freitas, o "Bira", pelo Sport Clube Recife aconteceram em 11 amistosos.

O jogador, vindo do Ceará Sporting (foto), não participa do Torneio Início (abril de 1959) do campeonato pernambucano.

Somente entra em dois jogos oficiais na competição. No primeiro turno.

Sport 0 x 0 Ferroviário (10/5), na Ilha do Retiro, e Sport 1 x 2 Náutico (17/5), nos Aflitos.

No returno já não está no elenco rubro-negro. Havia viajado na última semana de agosto para a Europa.

O segundo turno começa no domingo (23/8), dois dias antes da ida para Portugal e se incorporar ao Sporting Covilhã.

 

FONTES/IMAGEM

Diário de Pernambuco

Blog do Marcão

Centro Cultural Ceará SC

Futebol 80

Imagem rara do mossoroense "Bira" no futebol português

“Bira” como contemporâneo do goleiro Félix Mourinho – esteve na mini copa em Natal (1972) – o pai do treinador José Mourinho

Pacoti saiu do Vasco também para a Europa

“Vaga de “homem-gol” tem dono”. O título da reportagem do jornalista Lenivaldo Aragão para o “Diário de Pernambuco” (sexta-feira, 1 de maio de 1959).

- “Bira” é contratado pelo Sport para substituir o famoso “Pacoti” (Francisco Nunes Rodrigues), repassado ao Vasco da Gama do Rio de Janeiro.

E retrata o potiguar: - O homem é baixo, 24 anos de idade, de andar um pouco desengonçado... Gosta de banho de mar, como gosta de feijoada...

Francisco Nunes Rodrigues (1933 - 2021)

A reportagem do jornal da cadeia Associada no Recife ainda revela o que o blog já havia detectado na pesquisa:

ele havia feito teste no Náutico, mesmo no ABC, e não foi aproveitado pelo treinador “Timbu”, Oto Vieira.

Aragão explica que “Bira” estava ansioso, devido demora na transferência pela CBF, para a estreia oficial em jogo do campeonato pernambucano.

E ao mesmo tempo já anunciava a provável transferência para o futebol português. “Pelo menos faz parte dos seus sonhos.”

A coluna de notas – não assinada – “Diário Esportivo” (quinta-feira, 20 de agosto) assinala que os jogadores Hamilton, Neco, Sidney e “Bira” viajam no sábado pela “Panair” para a Europa.

O primeiro para o Futebol Clube do Porto, o segundo para o Salgueiros (também da cidade do Porto) e os demais para o Sporting Covilhã. Mas o “Constellation” acaba saindo do aeroporto dos Guararapes na terça-feira (25).

 

FONTES/IMAGENS

Almanaque do Ferroviário

Almanaque do Fortaleza

Diário de Natal

Diário de Pernambuco

O Poti

Tribuna do Norte

Anotando Futebol

Futebol 80

Globo Esporte

O Gol

Súmulas Tchê

Terceiro Tempo

Vovôpedia

A carreira nordestina do mossoroense "Bira"

   O mascote, sem cerimônia, põe o bracinho na nuca do narigudo Ubirajara ("Bira") no PV

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Ubirajara Barreto de Freitas, o “Bira” – após o tricampeonato municipal pelo Potiguar de Mossoró (1951/53) – é contratado pelo Fortaleza.

No Tricolor do Pici aparece no amistoso (2 x 1) contra o Calouros do Ar e marca um dos gols (16/8/1953).

No total são quatro gols no clube que leva o nome da capital cearense. Até ser transferido para o ABC de Natal.

Com o detalhe: enfrenta o antigo clube em amistoso pelo alvinegro potiguar (2 x 2) no Estádio Presidente Vargas (sábado, 5/11/1955).

Na capital alencarina, como dizem os locutores de rádio, mais um amistoso (0 x 4) contra outro tricolor, o Ferroviário Atlético Clube, o FAC (domingo 6).

“Bira” arruma as malas e segue de ônibus para a cidade natal, Mossoró, onde enfrenta o clube que o revelou: ABC 3 x 2 Potiguar (segunda-feira 7).

Pelo Ceará Sporting o faro de goleador resulta em quatro gols no campeonato cearense: 3 x 1 Gentilândia (37/4/1957). No total são 23 gols pelo alvinegro.

Em 6 janeiro de 1959 defende o Sport Recife e marca o primeiro gol no amistoso (1 x 1) contra o baiano rubro-negro Vitória de Salvador.

No rubro-negro da capital pernambucana soma 17 gols. Até ser transferido para o futebol português (1959/61). (Fonte: FUTEBOL 80)

Os jogadores do amistoso "Cruzmaltino" x "River Plate"

O norte-rio-grandense Alberto Galvão de Moura homenageado na Assembleia Legislativa/PE

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Cruzmaltino: Wallace, Nenê, Aldo, Duda, Humberto, Ebenezer, Ferreira, Zé Maria, Ademar, Valter e Cabral; River Plate: Chico, Valdemar, Murilo, Oliveira, Edival, Hermes, Armadinho, Tonelli, Alberto, Geraldo e Bening.

Como árbitro do amistoso o antigo jogador do ABC e América, o “sportman” João Acioli da Silva, o popular “Cabo João”, assíduo frequentador do clube “Carneirinho de Ouro”, ainda resistente na Avenida Tavares de Lira, no bairro da Ribeira.

As escalações acima estiveram em campo na tarde da segunda-feira (1 de maio de 1939), no Estádio Juvenal Lamartine (Tirol), como atrativo festivo e receptivo da delegação do Colégio Batista Americano, que participa de uma série de partidas de basquetebol em Natal.

A partir do recorte do jornal “A República” (sexta-feira 5/5) o blog já havia comentado sobre a partida “Cruzmaltino” 4 x 0 “River Plate” – times amadores e secundários do mundo do esporte natalense nos anos 30/40 –, mas o redator tinha algo mais a comentar em cima da histórica pagina esportiva.

E pediu ao pesquisador natalense Arthur Pierre dos Santos Medeiros uma “cópia” de página inteira da seção para analisar quem são os atletas das duas equipes amadoras e logo de cara, como previa, a maioria jogou pelo: ABC, América, o Santa Cruz, o Sport Clube de Natal e até o Paissandu, a “filial” abecedista.

O repórter tem a suspeita de que Ebenezer, Ademar (conhecido como “Maroca”), Ferreira e Zé Maria, do alvinegro local da Cruz de Malta, são os mesmos que vestiram a camisa rubra nas temporadas subsequentes.

Do River natalense é certeza que o goleiro Chico se trata de Manoel Francisco Lamas, arqueiro do juvenil e aspirante americano, considerado um dos dois primeiros narradores e locutores de futebol ao lado de Manoel Francisco de Oliveira, o “Leleo”, irmão do jornalista e professor universitário Marcelo Fernandes.

Como companheiro dele na zaga Valdemar Araújo, que dali a quatro meses estaria fundando o jornal “O DIÁRIO”, em conjunto com Djalma Maranhão, Aderbal de França e Rivaldo Pinheiro. Além de Edival Barbosa Cavalcanti (jogador do Santa Cruz), depois árbitro de futebol nos anos 50, e o atacante pernambucano Hermes Marques de Amorim, do ABC Futebol Clube.

Ainda do clone do famoso clube de Buenos Aires, capital argentina, a destacar Armandinho, irmão de Paulo Barros de Góis, e Alberto Galvão de Moura (economista, dirigente anos depois do Sport Recife e falecido com mais de 90 anos na capital pernambucana), ex-atleta do rubro-negro Sport Clube de Natal e um dos dissidentes que funda o tricolor Santa Cruz Esporte Clube (o segundo com este nome no RN).

América vence Horizonte e enfrenta Juazeirense

Giva inaugura o placar e Hebert (foto) marca mais um no primeiro tempo na Arena das Dunas

Alvirrubro classificado em primeiro: 27 pontos (saldo 12), Santa Cruz/PE 27 (dez), Central 26 e Ferroviário 18.

Na segunda fase enfrenta o velho conhecido Juazeirense/BA com o jogo de volta na Arena das Dunas em Natal.

 

FICHA TÉCNICA

América 2 x 0 Horizonte

Público: 7.490 (7.622)

Renda: R$ 197.572,00

Gol: Giva 12 e Hebert 28

América: Lucão, Lucas Mendes (Ricardo Luz), Lucas Rodrigues, Guilherme Paraíba, Davi Gabriel, Robson, Marquinhos (Antônio Villa), Souza (Henrique), Dudu, Hebert (Gabriel Lima) e Giva (Thailor). Treinador: Gerson Luiz Gusmão

Horizonte: Frank, Igor Ribeiro, Gabriel Cardoso, Zé Augusto, César Sampaio, Raphinha, Claudivan, Leozinho (Max), Betinho (Alan Fabrício), Dieguinho (Pentecoste) e Caio Pedro (Tiago Cunha). Treinador: Adriano Balbino da Silva

O mossoroense "Bira" é campeão pelo ABC

"Bira" é o segundo da esquerda para a direita, agachado, com a comissão técnica e dirigentes

JOSÉ VANILSON JULIÃO

O centroavante Ubirajara Barreto de Freitas, o “Bira” – cria do Potiguar de Mossoró – em setembro de 1955 participa do empate (1 x 1) do Fortaleza em amistoso contra o América/RN no Estádio Juvenal Lamartine, quando faz o gol da igualdade aos 32.

Em outubro é contratado pelo ABC e abre o placar (3 x 3) no clássico contra o alvirrubro pelo campeonato estadual (domingo, 27/11) e também é titular no jogo da final com vitória alvinegra (2 x 1) na campanha invicta (domingo, 18/12) do terceiro título consecutivo.

O atacante permanece para a temporada seguinte. E começa com participações no clássico potiguar em competições amistosas: 2 x 1 (domingo, 22/1/1956) e 3 x 1 (29) pelo Troféu Délio Ottoni, quando marca o terceiro gol.

Entra em mais amistosos, com derrotas para a equipe americana, 1 x 2 (domingo, 2 de setembro de 1956) e 0 x 2 (29 de abril de 1957), pela Taça Júlio César de Andrade, mas não fica para o restante da temporada.

O atacante mossoroense termina na Europa

Potiguar (Campeão municipal 1952): Milton Silveira (massagista), Doquinha Holanda, Romildo Nunes (Mimi), Evilazio Leão, Zé Leão, Antônio Rugênio, Manoel Leonardo Nogueira, Gutemberg Borges, Bira, não identificado, João de Seu Né e Cachorrinho

O inconstante "Bira" é o craque na fotografia "limpinha" do Potiguar de Mossoró

O pesquisador Olismar de Medeiros Lima (1948 – 2021) aborda na série "Reminiscências do Esporte" (2 de janeiro de 2019) o personagem da vez: o atacante mossoroense Ubirajara Barreto de Freitas (6/11/1934), o "Bira".

Ingressa no Potiguar de Mossoró aos 14 anos, "após um rumoroso conflito entre a Liga (LDM) e o Mossoró, que também pretendia contratar o citado atleta"

Posteriormente se transfere para o Potiguar de Natal (que foi azul e hoje é vermelho), o clube da base aérea (a vila de Parnamirim ainda não era emancipada política, administrativamente e territorialmente da capital).

Foi o futuro prefeito do Açu e presidente do Fortaleza, Arcelino Costa Leitão, quem o levou para o tricolor cearense, mas em 1953 abandona o clube homônimo da capital do vizinho estado e segue para o Rio de Janeiro.

No Distrito Federal treina no juvenil do Flamengo ao lado de outro mossoroense, o ponta-direita Francisco de Souza Almeida, o "Juarez", filho do antigo jogador do América/RN, Hemetério Canuto, preso em 1935 denunciado por envolvimento na "Intentona Comunista".

Ainda no futebol carioca, depois de não firmar vínculo formal com o rubro-negro, "Bira" tenta a sorte no alvo São Cristóvão, do bairro do mesmo nome, na Zona Norte da metrópole.

Após curta permanência no clube "Cadete" passa seis meses no Tupi de Juiz de Fora, interior de Minas Gerais, fronteira com o Estado do Rio, ali pela zona da mata.

Em seguida Arcelino C. Leitão o traz para o ABC, e mais uma vez muda de rumo, para o Ceará Sporting (bicampeão 57/58).

Passa ao Ferroviário cearense (duas partidas apenas). É campeão pernambucano pelo Sport Recife e artilheiro com 26 gols (1959).

Rescinde contrato com o rubro-negro da Ilha do Retiro, pagando uma multa de cem mil cruzeiros, e vai para o Fluminense/RJ, mas no amistoso em Belém do Pará é comunicado pelo empresário que havia sido negociado para o Sporting de Covilhã (Portugal).

Não acertando financeiramente com o clube, anunciou que retornaria ao Brasil, mas, sabedor da notícia, o Vitória de Setúbal o contratou pelo período de dois  anos, recebendo quinhentos mil cruzeiros a título de luvas e oitenta mil mensais, incluindo as gratificações.

No novo clube disputou vários jogos internacionais, na Espanha, dentre eles diante do Bétis de Sevilha, bem como um torneio triangular em Valadolid, contando com as participações, além do Vitória, Valadolid e o Bordeaux da França.

Após acertar a transferência para o Futebol Clube de Brughes, na Bélgica, ao  disputar uma partida, sofre séria contusão (fratura completa dos ligamentos do joelho, quebra do tendão da rótula e deslocamento do perônio).

Rescindiu o seu contrato, retornou ao Brasil, fixando residência em Fortaleza, prestou concurso para o Banco do Brasil, tendo galgado aprovação.

 

FONTES/IMAGEM

Almanaque do Ferroviário

Instituto de Pesquisas Olivar Monte (IPOM)

Jornal da Grande Natal

O Gol

Vovôpedia

Lindomarcos Faustino (Facebook)