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quarta-feira, 21 de abril de 2021

O interino treinador ‘germânico’ americano

 

Lua de mel ocorre no Grande Hotel do Recife (PE)

O empresário potiguar filho de alemão Hans Walter Luck falece no Recife

José Vanilson Julião

O potiguar de sangue alemão Hans Walter Luck (Natal, 3/10/1923 – Recife, 25/7/2011, Recife), era filho do cônsul, o comerciante Ernest Walter Luck (Gevelsberg, 1883, no estado da Westfalia – 1953, Recife), e Elizabeth Luise Bamberger (1886 – 1956), com nome “sorte” em inglês, chamava atenção pelos dois metros de altura aparece como treinador interino no segundo semestre de 1950.

Hans e Iria Carvalho casam em 1948
Ele orienta o alvirrubro em pelo menos cinco jogos: 2 x 2 Riachuelo (amistoso – 27/8) um no estadual (0 x 0 ABC – 24/9), Treze (2 x 2 – 22/10), e em João Pessoa, contra Auto Esporte (4 x 2 – sábado, 4/11) e Botafogo (5 x 3 – domingo, 5). No ano seguinte continua envolvido com o futebol, mas como diretor de Desportos Terrestres da Federação. Em março de 1958 se dispõe a intermediar amistosos do América com clubes pernambucanos.

Em 1960 funda no Recife a Luck Viagens, instalada numa pequena sala no Edifício Bancomércio (Rua Matias de Albuquerque). Em 1970 o irmão Werner Ferdinand, dois anos mais velho, compra a empresa, que passa a prestar, também, serviços de turismo receptivo. Diz o site da empresa: - O domínio Luck sobre o segmento deixou marcas de pioneirismo: publicada a primeira cartilha para guias e compra o primeiro ônibus específico para turistas.

Consolidada no mercado expande serviços e oferece agenciamento para eventos, área em que é líder em Pernambuco. Com 500 colaboradores e 60 anos de inovação o grupo está presente em quase todo o Nordeste com o receptivo está entre as líderes do atendimento ao ramo corporativo e dispõe de serviço personalizado no Aeroporto Internacional dos Guararapes - Gilberto Freyre (Recife), com sala VIP (acrônimo de Very Important People) e apoio para procedimentos de embarque e desembarque.

A única fotografia encontrada na internet refere-se ao casamento com Iria Carvalho (10/4/1948), pertencente a uma conhecida e tradicional família do município de Nísia Floresta. Na festa as flores da decoração foram tulipas trazidas da Holanda, pela KLM, e a lua-de-mel no Grande Hotel (Recife).

- José Nicodemus Couto da Silva, cirurgião-dentista da Polícia Militar, dá notícia do falecimento no Real Hospital Português (Recife). Vinha sempre a Natal. Fazia parada na loja de José Rezende, na Rua Doutor Barata (Ribeira). (Woden Madruga - TN, 30/07/2011)

A GUERRA

Stanley E. Hilton, no livro “Suástica sobre o Brasil: a história da espionagem alemã no Brasil – 1939/1944”, diz que na capital potiguar o contato seria com Ernest Walter Luck, o cunhado Hans Werbling e Richard Burgers. É provável que este encontro tenha ocorrido na casa de Luck, na Rua Trairi, 368, Petrópolis.

A grande preocupação do FBI e do Departamento de Estado era a movimentação em torno de uma casa de ferragens na Ribeira. O comércio, segundo os americanos, tinha algo mais por trás do seu balcão: um "perigoso" agente a serviço do nazismo.

Assim era tratado, nos documentos enviados para Washington, Ernest Walter Luck, alvo de investigação, como mostra reprodução da ficha elaborada pelo FBI. Acusado de passar informações ao chanceler Adolf Hitler (1889-1945), por meio do Consulado em Recife, Luck foi condenado. Ficou na prisão de 1942 a 48, na Colônia Penal de Jundiaí, no município de Macaíba, a 25 quilômetros de Natal. A família (a mulher Elizabeth e os filhos Walter e Werner) foi detida dias depois.

Hans Wieberling e Richard Burgers, acusados de cumplicidade, também foram para a cadeia. No seu depoimento, o dono da casa de ferragens disse que trabalhou como agente para o consulado alemão por conta das dificuldades financeiras. A família de Luck informou que o pai não era nazista e trabalhou para os alemães antes do governo brasileiro adotar uma posição durante a guerra.

FONTES

A Ordem

Diário de Natal

Tribuna do Norte

Fernando Machado

Genealogia

Luck Viagens

Magno Martins

Parentesco

Panrotas

Revista Eventos

Tok de História

3 comentários:

  1. Conheci os dois irmãos Werner e Walter Lück, trabalhei com ambos, na firma Filgueira & Cia., que era agente da Cruzeiro do Sul e,de várias outras companhias de aviação que lhes eram consignadas. Isto no final da década de 40. Walter colocou em mim o apelido de Pee Wee, disse ele, que era uma figura de desenho animado, não sei a causa, pois nunca assisti a tal desenho. Quero fazer uma retificação quanto ao nome da Família Lück, não é o mesmo da famosa pistola alemã LUGER 9 mm. a qual já possui uma.

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