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sexta-feira, 3 de março de 2023

A desnecessária e infantil mexida proposital no Brasão de Cerro-Corá

José Vanilson Julião

As adjetivações do título caem muito bem e retratam fielmente a onda das manifestações de contrariedade, repulsa, revolta e espanto detectados nas redes sociais, na tarde/noite desta sexta-feira, diante a notícia da queda do veto do prefeito Raimundo Marcelino Borges as mudanças perpetradas pelo Poder Legislativo a um dos símbolos da municipalidade.

Dos menos de dez internautas que o editor do blog “Jornal da Grande Natal” enviou a reportagem anterior apenas um se mostrou favorável as mudanças no Brasão cerro-coraense com a mesma justificativa sem sentido do autor do projeto, o ex-presidente da Câmara, Rodolfo Guedes.

Entretanto as maiores reclamações, na sua totalidade, vieram de pessoas de grupos específicos que tiveram acesso ao texto, no “zap” ou “Facebook”. Uma delas relatou que o Japão não mexeu na Bandeira do “Sol Nascente” para colocar um computador; “Nos Estados Unidos da América não colocaram nave espacial”, diz ainda o indignado internauta.

Outro conterrâneo, Arijório Félix da Silva, residente fora da cidade, e em visita a terra natal, disse que vai procurar todos os vereadores, em especial os cinco que derrubaram o veto do projeto (anteriormente aprovado por unanimidade dos noves vereadores), e perguntar olho no olho, cara a cara, “O porquê dessa mudança...”

Este mesmo cidadão, empresário, um dos mais indignados, até disse que iria mandar copiar a reportagem do blog, primeiro com 500 exemplares, mas em seguida aumentou para mil, com o fim de distribuir nas cidades vizinhas, Lagoa Nova e Bodó, para que lá não aconteça a mesma decisão estapafúrdia e com inconsequências reais e nada produtivas.

Até padre Alcivan, cerro-coraense, de família tradicional, entrou na discussão: - Tanta coisa séria para se preocupar, como infraestrutura, saúde e educação. Aí gastam o tempo para fazer modificações absurdas no Brasão histórico do município, que é composto por elementos próprios da história de um povo. Vão estudar as regras da heráldica, senhores vereadores!

Completa o religioso: - Para facilitar a compreensão dos senhores edis uma ajudinha dos universitários: “Heráldica ou armaria é um sistema de identificação visual e simbolismo criado na Europa no século XII, baseado nos brasões de armas e escudos.

O termo também designa a arte de elaborar os brasões e a ciência que estuda suas regras, formas, tradições, simbolismos e significados históricos, políticos, culturais e sociais.

Já a internauta e professora Ivanise Dantas mostrou a ausência de arregimentação da população. “O nosso erro como eleitor e defensor da continuidade e permanência do nosso símbolo: não fizemos protestos presenciais na Câmara no dia da votação.

A pressão popular aconteceu antes nos grupos da “whatsapp”. Eu tinha convicção que os vereadores iriam repensar no voto e foi revertido alguns votos. O apelo não foi considerado, infelizmente. Fiquei sem palavras para externar a minha indignação.

Quanto ao comentarista, guardadas as devidas proporcionalidades, digo: é como se o Brasão de Natal, a capital dos potiguares, fosse desfigurado na simbologia dos Reis Magos, para se colocar uma foto ou de uma imagem estilizada da Via Costeira representando o turismo.

Ou substituir o ramo de café do Brasão paulistano (referente a capital) por uma chaminé fumegante das Industrias Reunidas Matarazzo, de um lado, e um produto da outrora grande empresa, uma lata de óleo “Sol Levante”, que, nos anos 30, deu nome a um time de futebol em João Pessoa, a distinta capital paraibana.

E ainda o americano trocar a Águia do selo nacional pelo famoso arranha-céu Empire States Building ou por uma imagem do World Trade Center, aquele do conhecido ataque terrorista.

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