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quarta-feira, 29 de março de 2023

Um potiguar na penúltima derrota do Santa Cruz para o Íbis

 

JOSÉ VANILSON JULIÃO

A vitória do Íbis sobre o Santa Cruz pelo campeonato pernambucano, depois de 58 anos, ganhou as manchetes das páginas esportivas e chamadas nos sites e blogues na rede.

A zebra me fez buscar alguma relação do “Pássaro Preto” com o Rio Grande do Norte. Pois nas conversas com o falecido lateral americano Biu, vindo do Tricolor (1966), costumava contar histórias engraçadas.

Uma delas envolvendo o centroavante potiguar João Batista da Silva (Ceará Mirim, 8/6/1940), o “Cocó”, que aparecia de paletó e gravata na concentração do Arruda e se exibia para os juvenis tirando pacotes de cruzeiros dos bolsos e esparramando pelo chão.

Cocó” era um dos destaques da Cobra Coral na penúltima derrota para “o pior time do mundo”. Revelado pelo ABC (1958) passa pelo Campinense (64), Santa Cruz (65) e ainda tem perna para correr pelo Riachuelo e Nacional de Patos/PB até pelo menos 1975.

Como prevendo o desastre a edição dominical do “Diário de Pernambuco” (18/7/1965) encima a página de esportes com exagerado título em duas linhas e seis colunas: - Últimas atuações do Íbis fazem com que o Santa Cruz pense em evitar uma surpresa.

Dois dias depois o jornal Associado resume e alardeia o histórico resultado (como agora) no subtítulo de abertura da reportagem: “Rubro-negros suburbanos vão premiar seus jogadores com um bicho milionário”.

Com o título disposto da mesma forma anterior: - Íbis realizou sonho de muitos anos derrotando Santa Cruz nos Aflitos (bairro onde fica o Estádio Eládio de Barros Carvalho, pertencente ao Clube Náutico Capibaribe).

Com um trabalho aceitável” do árbitro Alfredo Bernardes Torres a zebrinha pasta no gramado Timbu com gol de Rildo aos 30 minutos da etapa complementar. Na terceira tentativa preta e vermelha em direção da meta tricolor.

Estava quebrado o tabu do time de “Santo Amaro das Salinas” de nunca ter vencido o Santa Cruz, até então, desde que estreou na primeira divisão pernambucana em 1947.

Rildo – que não é o da “Costa Menezes” do Botafogo, Santos, ABC e CEUB – fica para a história, assim como o xará mais famoso, também é cria do Íbis, de onde também saíram Ademir Queixada e Vavá, o “Leão da Copa”.

ESCALAÇÕES

Santa Cruz: Germano, Vilásio, Birunga, Luiz, Jório, Tonho Zeca, Terto, Miro e Cocó; íbis: Jagunço, Beda, Fernando, Zeca, Neco, Bassu, Fernando Rodrigues, Dirceu e Walter.

PRELIMINAR

Não houve resultado inesperado. O Tricolor gastou todas as energias goleando o rubro-negro: 6 x 1.

E quem está na base Coral. Biu, apelido de José Agrinaldo, aquele mesmo da abertura do texto, também ídolo do Alecrim. Ao lado de Josenildo, ponta-esquerda que brilhou no Esmeraldino e ABC.



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