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sábado, 19 de janeiro de 2019

Hélio Câmara de Castro, de zagueiro a locutor esportivo


Quando o campeonato estadual tinha como palco o tradicional e acanhado estadinho Juvenal Lamartine, encravado no elitista bairro do Tirol, o Potiguar de Parnamirim participa da competição entre 62 e 64.

Na época um endiabrado atacante dava as primeiras corridas em direção ao gol, Ilson Peres, o Petinha, posteriormente com passagens pelo Alecrim, ABC e América. Lá atrás um vigoroso zagueiro rebatia a pelota: Hélio Câmara de Castro.

Um garoto vindo do litoral norte, das bandas de Touros, que se torna parnamirinense de alma e coração.

Enquanto corre pelos ralos gramados do JL e do “Tenente Luiz Gonzaga de Andrade”, oficial da Aeronáutica que dá nome ao estadinho do time azul e branco e posteriormente alvirrubro Potiguar Esporte Clube (PEC) – fundado em 45 – o zagueiro Hélio, torcedor do Clube de Regatas Vasco da Gama, escuta as emissoras cariocas e provavelmente é influenciado pelos famosos narradores ou locutores esportivos de então.

Certamente ele burila o vozeirão ao escutar Oduvaldo Cozzi, Jorge Curi e Waldir Amaral. Ou os paulistas Edson Leite, Pedro Luis e Fiori Gigliotti.

Com isso ele tem duas atividades paralelas no esporte e ligadas ao futebol, o preferido. Jogador e locutor. No final dos anos 50 e começo de 60 a Paróquia de Nossa Senhora de Santana controlava o time representante da comunidade católica, o Paroquial, e foi nele que nosso personagem desfila no retângulo futebolístico antes de atuar pelo PEC em competição oficial.

A Igreja também mantinha um serviço de alto-falantes, as chamadas bocas de ferro, instaladas no centro da cidade. Foi nele que Hélio exercitou e aprimorou a narração.

Entretanto o responsável pela iniciante carreira real no rádio foi o falecido locutor Roberval Pinheiro Borges, que concorria com o também desaparecido Aloísio Menezes de Melo (Nordeste) e Vicente de Almeida Filho (da Associada Poti), professor universitário aposentada.

Numa ida a Parnamirim, para cobertura esportiva, o titular de esportes da Rádio Cabugi (atual Globo), ouviu Hélio segurando a latinha da difusora local, gostou e o convidou para começar logo nos dias seguintes na emissora do então governador Aluizio Alves.

Em 2002, se a memória não falha, o redator do blog furou a grande imprensa e o rádio potiguar ao entrevistar para um perfil o famoso e respeitado Hélio Câmara de Castro. Foi no semanário O GRANDE NATAL – do jornalista Paulo Tarcísio de Albuquerque Cavalcanti em que ele revela, pela primeira vez, que deixaria a narração para ser comentarista, como o fizera na passagem de 50 para 60 o gaúcho Luiz Mendes, o da “palavra fácil”, na Rádio Globo carioca.

Na entrevista Hélio diz que imediatamente assinaram a carteira de trabalho.


Um comentário:

  1. Belo Trabalho, amigo Vanilson. Só agora eu vi. No programa "Esporte em debate" de novembro de 2004, que a Globo Natal reproduziu ontem, Hélio confirma o que lhe dissera dois anos antes. Parabéns pelo seu trabalho, parabéns pelo seu blog e muito grato pela lembrança do meu saudoso e inesquecível O GRANDE NATAL, onde tive a honra de trabalhar junto com você.

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