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quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

O fanatismo pelo rubro-negro carioca no RN (I)


Irmãos recebem nome, apelido de jogador e corruptelas de Flamengo

O primeiro caso emblemático pelo exagero ganha repercussão nacional com exibição no programa dominical da Rede Globo, o Esporte Espetacular (domingo, 16/8/2009). O alvo: a prole do pipoqueiro caicoense Francisco Domingos dos Santos, o Chico Tucano, torcedor fanático do clube carioca, morto dois anos antes, aos 64, de ataque cardíaco.

A motivação está na cara.  Registrou os filhos Zicomengo, Francifla e Flamozer. E as filhas Flamenguina e Flamena. Duas meninas e um menino homenageiam o clube pelos apelidos da torcida “Mengo” e “Fla”, corruptelas do nome oficial. Os outros homens receberam o “adereço” do apelido e do nome de dois ídolos da torcida.

Do zagueiro José Carlos Nepumoceno Mozer. E do maior deles, o Zico, alcunha do artilheiro e meia-atacante Artur Antunes Coimbra, o “Galinho de Quintino”, epíteto criado pelo falecido narrador esportivo carioca Celso Garcia, com passagens pelas emissoras de rádio Globo e Tupi, então pertencente aos Diários Associados.

Zicomengo Santos foi ao Rio de Janeiro e assiste Flamengo x Corinthians pela Série A. Jogo no Estádio Mário Filho, localizado no bairro do Maracanã. Também esteve na sede da Gávea (centro de treinamento) conhece o centro-avante Adriano Imperador, Léo Moura, Ronaldo Angelim, Emerson Sheik e o ex-médio e então treinador Andrade.

Visita pontos turísticos da cidade, como o Cristo Redentor. O vídeo de oito minutos está no site Globo.com e mostra boa parte de Caicó. Os irmãos, na época, moravam numa casa com as cores do clube.  O assunto foi repercutido pelo blog do Manguaça Futebol Clube, no ar desde 2007, controlado pelo blogueiro Jocitanio do Nascimento.

Três anos depois o Globo Esporte (17/8/2012), em reportagem do jornalista Tiago Menezes, mostra que o fervoroso amor ao Flamengo passa de pai para filho. Aos 31 anos Zicomengo cria uma escolinha de futebol no bairro Boa Passagem. O projeto atende crianças e adolescentes, e mesmo com a escassez de recursos faz de tudo para mantê-lo.

“Sonho ver uma criança caicoense vestindo a camisa do meu clube do coração, pois não tive essa oportunidade. Temos meninos muito talentosos aqui, com um potencial altíssimo.” - Infelizmente não recebemos apoio do poder público. Alguns amigos me ajudam.

Mas essa história começa nos anos 50. Chico Tucano assiste uma partida do rubro-negro Caicó e resolve beber água na casa de um amigo. Lá ver uma revista de futebol e “se encanta com um uniforme em vermelho e preto.” E passou a colecionar camisas, quadros, pôsteres, réplicas de troféus e recortes de jornais e revistas.

Curioso é que os nomes Nilton Santos e Djalma Santos, lendas de Botafogo e Portuguesa/Palmeiras, são para outros dois filhos.  Certamente pelo bi mundial no Chile (1962). E um deles é vascaíno. Porém um dos netos do patriarca recebe o nome de Kleberson, em homenagem ao campeão do mundo em 2002.

Dez anos antes do falecimento do pai, em visita de Zico a Natal, Zicomengo teve a oportunidade de conhecer o ídolo. Na hora do adeus não foi diferente, pois Chico Tucano morreu em seus braços. Jogou em vários times amadores e fundou alguns clubes na cidade. A reportagem na época rende 53 comentários.







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