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| Cassiano Arruda Câmara, Henrique Eduardo Alves, Afonso Laurentino Ramos e Paulo Tarcísio Cavalcante na solenidade da entrega do título nesta sexta-feira na Universidade Federal/RN |
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| Osair Vasconcelos, Albimar Furtado e Paulo Tarcísio: companheiros de Afonso Laurentino nos "Diários Associados"/Fotos: Rômulo Stanrlei |
JOSÉ VANILSON JULIÃO
O decano jornalista da manchete acima, aos 91, recebeu nesta sexta-feira uma merecida
homenagem pelos serviços prestados à sociedade potiguar como um todo e, em particular,
para a imprensa e o ensino universitário, sendo agraciado com o título de "Doutor Honoris Causa" da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Não sei exatamente quando o Afonso Laurentino Ramos começou nos jornais da capital norte-rio-grandense, mas sou
ciente de que é um dos que colaboraram nos extintos
impressos da cadeia associada na cidade: o Diário de Natal e o semanário O Poti. Além de se aposentar como assessor de imprensa do
Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Como não pude comparecer a solenidade presidida pelo reitor
da UFRN, procuro na rede algo interessante sobre o singular personagem. E
encontro na antiga revista carioca Careta (Ano 53, Número 2.774 - sábado, 10/9/1960).
Precisamente na coluna "Contos e
Pontos" (página 14 com conclusão na 42 de um total de 44 na edição), de responsabilidade do potiguar radicado no Rio de
Janeiro, Umberto Peregrino.
A GRANDE NOTA
- O jornal A República uma reportagem sobre o escritor João Alfredo Pegado Cortez, que vive em Natal, e é uma das figuras mais curiosas que se possam imaginar.
Basta dizer que construiu um castelo medieval onde reside, no bairro do Tirol.
Na torre desse castelo (todo castelo
que se presa tem uma torre) fez inscrever a assinatura da pessoas que o
visitam. Andou perto de tornar-se oficial da Marinha de Guerra, foi jornalista,
agricultor (derrotado pela seca), hoje é funcionário público.
Mas o que é permanente e verdadeiramente é um homem muito inteligente. Já publicou um romance "Cinzas de Coivara"
(quadros da vida sertaneja, folclore, poesia, crítica social), e agora prepara "Beco da
Quarentena", romance de costumes, ou, como diz, João Alfredo, "maus costumes"...
Quem for a Natal não deve deixar de conhecer esse curioso e inteligentíssimo exemplar humano.
Afonso Laurentino Ramos (faz a revista Cactus) mantém no jornal A República, uma coluna literária, "Diário de Letras", onde vem
reproduzindo cartas trocadas entre Lima Barreto e Jaime Adour da Câmara. As cartas, recheadas de interesse literário, são aí das alturas de 1919, o que representa indiscreta
revelação quanto à idade de Adour. Vale, entretanto, que o autor de
"Oropa, França e Bahia" está ainda na plena posse do vigor e da vivacidade que
Deus lhe deu.
Neste mês de abril transcorre o centenário do nascimento de Segundo Wanderley, poetas dos
maiores que já deu o Rio Grande do Norte, terra de
poetas.
A academia de Letras organizou
comemorações à altura da efeméride que, além de tudo, se refere ao patrono de uma das suas
cadeiras, ora ocupada, aliás por Rômulo Wanderley, da linha de Segundo no sangue e na
inteligência.
E é certo que Rômulo Wanderley preparou a poetisa
Palmira Wanderley, uma das vozes mais inspiradas da poesia potiguar, também preparava um estudo para o centenário do poeta do "Naufrágio do vapor Bahia".


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