Paulo Leal, ex-jogador e bancário, na legenda original, substituiu Jaime Guimarães no último título do tri municipal no centenário da cidade (1957) |
Para se entender o contexto do futebol caruaruense na época do técnico Jaime Guimarães, nosso principal personagem desta série inédita, o blog transcreve artigo publicado no blog do veterano repórter esportivo pernambucano Lenivaldo Aragão (5 de fevereiro de 2019).
Em épocas passadas um celeiro de craques no Agreste
JOSÉ TORRES
Jornalista
"Comércio" (1952): Acervo Lula Teófilo |
Caruaru sempre foi celeiro de bons jogadores de futebol. Me lembro de alguns deles jogando no Central Parque, hoje Estádio Luiz Lacerda e no Estádio Antônio Inácio de Souza, o famoso reduto do tricolor da Rua Preta, Vera Cruz.
Duelos empolgantes envolvendo as três principais
equipes da cidade, Central, Vera Cruz e Comércio, coadjuvados por Rosarense e
São Paulo. Aliás, este último tinha cores alvo-azulinas, posteriormente passou a
ser rubro-negro.
No Central, time da minha predileção, guardo na
lembrança, nomes como Pereirinha, Zezinho, Moacir, Pernambuco, Lulinha;
Afonsinho Peneira, Berto, Celedino, Zé Bom, Milton, Pelado, cobrador de pênalti
sem igual, Coveiro, goleiro extraordinário.
Fui testemunha de um jogo, não lembro contra quem o
Central jogou, mas lembro que Coveiro pegou tudo nesse jogo, inclusive um
pênalti. Após a partida, vi um cidadão se aproximar do arqueiro alvinegro e lhe
entregar um maço de dinheiro pela exuberante atuação. Era o tal do amadorismo
marrom.
O alvirrubro de Caruaru, Comércio Futebol Clube,
também não ficava atrás dos seus congêneres. Nessa agremiação me lembro do
competente goleiro Paulo, também chamado de Paulo de Júlio. Paulo Cabeção, bom
zagueiro, miseravelmente assassinado num domingo ao cair da tarde na calçada do
Café Rio Branco; Raposa, Corró, George, Rubens, e um ataque infernal com Guri
(o ex-deputado estadual Hugo Martins), Maurílio, Maurício, Fernando Bidé.
Bidé foi para o Náutico e passou a ser chamado de
Fernando José, chegando a integrar a Seleção Brasileira de Futebol que disputou
o Sul-Americano no Equador sob o comando do treinador Gentil Cardoso.
A equipe do Vera Cruz sempre foi páreo duro para o meu
querido Central. O elenco do tricolor da Rua Preta, assim chamado o atual
Bairro de São Francisco, tinha jogadores da estirpe de Cassimiro goleiro, o
infernal atacante Cebinha, Felica, Neco, o centromédio Cassimiro Mala Velha, o
arisco ponteiro direito Luiz de Neco, Bartolomeu e tantos outros que dignificaram e honraram
as hostes tricolores dos Irmãos Souza, Pedro e Antônio Ignacio.
São muitas lembranças a serem contadas sobre o futebol
de Caruaru. Jogos que ainda povoam a minha mente. Alguns com cenas que merecem
ser reavivadas para que uma geração mais nova tome conhecimento da pujança que foi
o futebol da chamada Capital do Agreste.
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