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Walfredo Lins Marques, autor de "A história do futebol paraibano", e João Havelange, presidente da CBF, no Rio de Janeiro (1961) |
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Historiador W. L. Marques |
Interestadual: Cabo Branco 2 x 1 Sport Club de Natal (domingo, 16/8/1931)
JOSÉ VANILSON JULIÃO
Na virada dos anos 20 para
os 30 não era somente o ABC que viajava para João Pessoa e Fortaleza. Nem só o antigo Paysandu para Campina Grande. O Sport Club de Natal também era
requisitado.
Para se ter uma ideia da
importância, raridade e inusitado da excursão do tradicional clube dedicado ao
remo como esporte principal, o Alecrim somente iria ao Recife no final da
década de 30.
O América só sairia de Natal
para a capital pernambucana no primeiro semestre de 1952 para disputar o
“Torneio dos Campeões do Nordeste” e no segundo para uma série de três amistosos, no Recife (Sport e Santa Cruz), e Central em Caruaru.
Para a inauguração do campo do Cabo
Branco Esporte Clube a embaixada potiguar é presidida pelo promotor público
João Medeiros Filho (paraibano radicado no Rio Grande do Norte), sendo o
secretário e diretor técnico do rubro-negro natalense Severino Finizola.
A turma viaja em trem da “Great Western” e chega na “gare” por volta das 15h30 do sábado (15), sendo recepcionada pelo ajudante de ordens da interventoria, coronel Elysio Sobreira. E hospedada na Pensão Siqueira, sita a Rua da Passagem.
A noite (21 horas) visitam a
redação do jornal “A União”: Severino Finizola, Renato Teixeira da Mota,
Waldemar Matias de Araújo, Eugenio Pinheiro da Câmara, Júlio Ferreira de
Almeida, Ludovico Pinto e Luiz Tavares de Souza.
Sport: Nené, Brito, Júlio,
Pinheiro, Teixeira, Cabo João, Neném, Hemetério Canuto, Glicério de Souza e
Reinaldo Praça.
Cabo Branco: Raul de Castro,
Dante, Zé Pedro, Siba, Edgar, Lemos, Amaral, Pitota, Hermes, Capela e Zé Maia.
Reservas: Vavá, Zoró, Ademar e Aderson.
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Alvirrubro fez a preliminar como convidado |
Com a presença do interventor federal Antenor Navarro no campo da Avenida 1 de Maio, e arbitragem local Aloysio Franca, o time da capital potiguar “jogou com técnica e revelando os jogadores pleno conhecimento das posições.” (A União, terça-feira 18)
Entre eles merecem destaque,
“pela atuação desassombrada e segurança”, o “keeper” Nené (Domicio Gomes das Neves, da seleção "Fantasma" de 1934), o beque Brito, o
ponta-esquerda Cabo João, o meia-esquerda Neném (Renato Teixeira da Mota) e o
ponta-direita Reinaldo Praça.
Como se nota o SC de Natal atua reforçado com ex-atletas e jogadores do América de Natal, bicampeão potiguar 1930/31.
Na preliminar os primeiros
quadros do “Santa Cruz” e do “Internacional” (locais). Ingressos: 3$000
(primeira classe), 2$000 (segunda classe), senhoras e crianças (idem) e os
sócios do Cabo Branco só terão ingresso no campo mediante apresentação do
último recibo.
COLUNA
O cronista Walfredo Lins Marques (1909 - 1985),
na coluna “Curiosidades Esportivas” (“O Norte”, 30/4/1955), relata que a partida
foi a última intervenção do goleiro Raul de Castro, que, em novembro do mesmo
ano, seguiu para o Estado de São Paulo.
Ainda destaca que 474 pessoas
pagaram bilhetes e proporcionaram a renda de 635$000, sujeita aos descontos de
36$000 para a Confederação Brasileira de Futebol e 81$000 de impostos. 157 sócios
do Cabo Branco e permanentes diversos não pagaram ingressos.
FONTES/IMAGENS
A União
O Norte
Museu Virtual do Futebol
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