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domingo, 25 de maio de 2025

"SC de Natal" inaugura campo na capital paraibana

Walfredo Lins Marques, autor de "A história do futebol paraibano", e João Havelange, presidente da CBF, no Rio de Janeiro (1961)

Historiador W. L. Marques

Interestadual: Cabo Branco 2 x 1 Sport Club de Natal (domingo, 16/8/1931)

JOSÉ VANILSON JULIÃO

Na virada dos anos 20 para os 30 não era somente o ABC que viajava para João Pessoa e Fortaleza. Nem só o antigo Paysandu para Campina Grande. O Sport Club de Natal também era requisitado.

Para se ter uma ideia da importância, raridade e inusitado da excursão do tradicional clube dedicado ao remo como esporte principal, o Alecrim somente iria ao Recife no final da década de 30.

O América só sairia de Natal para a capital pernambucana no primeiro semestre de 1952 para disputar o “Torneio dos Campeões do Nordeste” e no segundo para uma série de três amistosos, no Recife (Sport e Santa Cruz), e Central em Caruaru.

Para a inauguração do campo do Cabo Branco Esporte Clube a embaixada potiguar é presidida pelo promotor público João Medeiros Filho (paraibano radicado no Rio Grande do Norte), sendo o secretário e diretor técnico do rubro-negro natalense Severino Finizola.


A turma viaja em trem da “Great Western” e chega na “gare” por volta das 15h30 do sábado (15), sendo recepcionada pelo ajudante de ordens da interventoria, coronel Elysio Sobreira. E hospedada na Pensão Siqueira, sita a Rua da Passagem.

A noite (21 horas) visitam a redação do jornal “A União”: Severino Finizola, Renato Teixeira da Mota, Waldemar Matias de Araújo, Eugenio Pinheiro da Câmara, Júlio Ferreira de Almeida, Ludovico Pinto e Luiz Tavares de Souza.

Sport: Nené, Brito, Júlio, Pinheiro, Teixeira, Cabo João, Neném, Hemetério Canuto, Glicério de Souza e Reinaldo Praça.

Cabo Branco: Raul de Castro, Dante, Zé Pedro, Siba, Edgar, Lemos, Amaral, Pitota, Hermes, Capela e Zé Maia. Reservas: Vavá, Zoró, Ademar e Aderson.

Alvirrubro fez a preliminar como convidado

Com a presença do interventor federal Antenor Navarro no campo da Avenida 1 de Maio, e arbitragem local Aloysio Franca, o time da capital potiguar “jogou com técnica e revelando os jogadores pleno conhecimento das posições.” (A União, terça-feira 18)

Entre eles merecem destaque, “pela atuação desassombrada e segurança”, o “keeper” Nené (Domicio Gomes das Neves, da seleção "Fantasma" de 1934), o beque Brito, o ponta-esquerda Cabo João, o meia-esquerda Neném (Renato Teixeira da Mota) e o ponta-direita Reinaldo Praça.

Como se nota o SC de Natal atua reforçado com ex-atletas e jogadores do América de Natal, bicampeão potiguar 1930/31.

Na preliminar os primeiros quadros do “Santa Cruz” e do “Internacional” (locais). Ingressos: 3$000 (primeira classe), 2$000 (segunda classe), senhoras e crianças (idem) e os sócios do Cabo Branco só terão ingresso no campo mediante apresentação do último recibo.

COLUNA

O cronista Walfredo Lins Marques (1909 - 1985), na coluna “Curiosidades Esportivas” (“O Norte”, 30/4/1955), relata que a partida foi a última intervenção do goleiro Raul de Castro, que, em novembro do mesmo ano, seguiu para o Estado de São Paulo.

Ainda destaca que 474 pessoas pagaram bilhetes e proporcionaram a renda de 635$000, sujeita aos descontos de 36$000 para a Confederação Brasileira de Futebol e 81$000 de impostos. 157 sócios do Cabo Branco e permanentes diversos não pagaram ingressos.

 

FONTES/IMAGENS

A União

O Norte

Museu Virtual do Futebol

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