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sábado, 10 de junho de 2023

Uma viagem fantástica! (Oitava Parte)

Pedro Bala na ponta-direita no Bonsucesso. Valter Prado, o terceiro, esteve em Natal com o Taubaté

José Vanilson Julião

45 anos depois da primeira bola chegar ao Rio Grande do Norte e há 33 do surgimento dos três principais clubes de Natal ainda em atividades (ABC, América e Alecrim), a Vila Lustosa também faz parte da história do esporte. 

Até porque o colunista Woden Coutinho Madruga declina (pede socorro a Everaldo Lopes Cardoso) que o futebolista potiguar Demóstenes César da Silva saiu da comunidade famoso para trilhar nos campos carioca e da liga pirata colombiana.

Com o crescimento do núcleo habitacional fronteiriço as principais ruas do centro da capital potiguar, precisamente Cidade Alta, e ocupação acelerada durante e pós guerra, dos trechos descampados vizinhos do canal do baldo – que ia da Lagoa Manoel Felipe até o Oitizeiro da antiga usina termoelétrica – a rapaziada do lugar precisava de ocupação e o melhor do momento, fora o remo, era correr atrás do esférico de couro.

O primeiro registro da atividade futebolística do time representativo, que só poderia se chamar Vila Lustosa Futebol Clube, vem do “Diário de Natal” (quarta-feira, 2/6/1948), registrando jogo no mesmo dia, mas de uma semana antes, quando é goleado pelo Galícia (não o de Salvador/BA) por 0 a 6.

Entre os amadores da vila “Vavá”, futuro músico, nome de batismo Joaquim César da Silva Filho, a quem conheci nos anos 80 como morador do Conjunto Jiqui, no bairro de Neópolis, na Zona Sul de Natal. Para quem não sabe é irmão do Demóstenes lá de cima.

No elenco também o Totinha (funcionário do tribunal Regional Eleitoral), depois juvenil do América, assim como o artilheiro do Galícia natalense, Mucio “Magro” Nobre, depois residente nos Estados Unidos da América.

Outro registro em “A Ordem” (sábado, 30/71949): uma excursão ao município de São Gonçalo do Amarante. Curiosidade: um dos craques tem apelido “Pé de Seda”, diríamos similar ao “Pé de Ouro’, o estivador José Pedro dos anos 20, que participa da fundação do ABC e joga do América (1917) na Taça Campeonato, uma promoção do jornal “A Imprensa”, do coronel Francisco Justiniano Cascudo, pai do escritor Luís da Câmara.

O jornal Associado reporta que o elenco sai ao meio dia do domingo (5) com passagem ao preço de cinco cruzeiros. Com esta constituição: Rivaldo, Lourival, Albenir, Carrinho, Nilo, Bernego, Zeca, Pé de Seda, Valdecir e Joãozinho

Domingo (30/8), no recém inaugurado campo do América (no dia do aniversário), perante regular assistência, é goleado pelo suburbano Internacional (2 x 6). Nos times atletas que figuram em grandes e pequenos clubes que participam do Estadual:

Aede (juvenil americano), Luzan (Potiguar de Parnamirim e Rio Tinto paraibano), Raminho (Atlético, ABC e América), Pedro Balbino do Nascimento (29/6/1931), o Pedro Bala (América, Madureira, Bonsucesso, Ypiranga da capital paulista e Vasco da Gama), o referido Vavá e o atacante José Gorgonio (ABC e América).

Na primeira semana de outubro a primeira vitória do “Lustosa” contra o “Paquetá”, também no campo americano da Campos Sales, no Tirol, pela contagem mínima.

Encerra a temporada na primeira semana de novembro na mesma praça de esportes. Vence o Olimpicus (3 x 2). Com empate na preliminar: 2 a 2.

 

FONTES/FOTOS

A Ordem

Diário de Natal

Rubroanil

Só Súmulas

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