Uma viagem fantástica! (Primeira Parte)

Colégio Marista Santo Antônio: prédio construído na segunda metade da década de 1930

José Vanilson Julião

Se eu pudesse ter uma máquina do tempo, pra retornar ou retroceder ao passado, seria ótimo.

Não por nada demais. Nem mesmo para retificar ou consertar erros pretéritos.

Mas apenas para poder passar uma semana numa rua de nome poético. E simples.

Como também conhecer um lugar famoso. Com um denominação invulgar. Até musical.

Essa vontade impossível me veio a mente numa dessas madrugadas insones. De pesquisas futebolística.

Esse desejo mirabolante nasceu de tanto ler sobre os logradouros.

Evocados umas quatro ou cinco vezes. Em jornais. Numa coluna. Pelo memorialista Woden Coutinho Madruga.

Lá no Diário vespertino Tribuna do Norte. Pagina dois. Opinião.

Mas essa estadia temporária teria que ser repetida pelo menos três vezes. Em décadas diferentes: 40, 50 e 60.

Para vivenciar o clima humano e visual de cada época.

Acredito que despertei a curiosidade do leitor pela tão longa descrição do desejo improvável de acontecer.

Por isso não guardo mais segredo. O lugar é a Rua da Estrela.

Ali pelos lados da Vila Lustosa. Beiradas da Cidade Alta. No centro da cidade.

Encostado ao tradicional e mais que octogenário Colégio Santo Antônio. Dos irmãos Maristas.

Parede e meia, quase colada, na fronteira mesmo, com a Rua José de Alencar, uma homenagem ao escritor cearense do romance "O Guarani".

Woden Madruga, o dono da coluna desde meados dos anos 60, usa a Estrela e a Lustosa como pontilhões românticos de um tempo em que as horas pareciam passar devagar.

Acho até que para transportar o leitor numa viagem inesquecível para os dias sonolentos e calmos de outrora.

Modorrentos no tráfego e no vai e vem das pessoas, mas de efervescência cultural deslumbrante pelos personagem envolvidos em várias atividades humanas.

Mesmo assim, diante da dificuldade em encontrar tal maquinismo, existente tão somente na ficção dos livros e do cinema, achei uma forma de solucionar a problemática do gol como o Dadá Maravilha.

Fui lá no site da Biblioteca Nacional, a instituição de mais credibilidade em Brasília (Distrito Federal), no coração do Planalto Central.

E "virei" as páginas de três jornais natalenses daqueles tempos. "A Ordem", "Diário de Natal" e "O Poti". ("A Republica" só tem edições até 1906)