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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Uma viagem fantástica! (Terceira Parte)

O futebolista potiguar Demóstenes Cesár da Silva, com a bola aos pés, atuou em partidas na Bolívia

José Vanilson Julião

Como prometido cumprido. Entre as seis citações da famosa Vila Lustosa na “Tribuna do Norte”, entre 2010 e 2014, a antepenúltima acontece na edição de 3 de julho deste último ano, sob o título principal da coluna do jornalista Woden Coutinho Madruga, aproveitando um jogo do selecionado nacional contra a Colômbia. O comentário “Diante do jogo” agora é transcrito com poucas modificações:

“...O futebol colombiano começou a tomar jeito graças ao toque de bola dos brasileiros que, coisa de 60 anos, foram jogar num time de Barranquilla (a mesma cidade onde Gabriel García Marques – que gostava muito de futebol – viveu a infância, a juventude e ingressou no jornalismo). Entre esses jogadores, havia um natalense da Rua da Estrela, terreiros da Vila Lustosa.

Demóstenes César Silva, meia esquerda, do América e ABC, faz parte da história do futebol colombiano. Jogou lá por muitos anos, depois de ter atuado no Botafogo, do Rio de Janeiro, década de 40, começo de 50.

Foi aí quando alguns jogadores cariocas foram contratados, a maioria de botafoguenses, entre eles o galã Heleno de Freitas, que recebia a bola, lá na frente, passada pelo meia Demóstenes. Heleno de Freitas voltou para o Rio, outros também voltaram, mas Demóstenes ficou por lá. Depois se mandou e foi morar na Venezuela.

Quem poderia contar melhor essa história é o nosso querido Everaldo Lopes. Demóstenes está no seu livro, Da Bola de Pito ao Apito Final, publicado em 2006, onde a memória do futebol do Rio Grande do Norte ficou preservada.

Everaldo chegou a entrevistar Demóstenes quando o craque voltou a Natal em 2003, tentando fixar residência (aqui no  Barro Vermelho) outra vez na terra onde nasceu. Demorou pouco. Voltou para a Venezuela.

Demóstenes tinha um irmão que também era craque. Não no futebol, mas sim no trombone: o grande Leléu. Músico e cortador (açougueiro) de carne verde no velho Mercado da Cidade Alta. Morreu tragicamente num carnaval, atropelado por um carro, quando puxava com o seu trombone um bloco carnavalesco que passava pelo Baldo

Precisamos – e vamos – vencer a Colômbia para continuarmos nessa navegação além do Bojador, onde estão acampados holandeses, argentinos, franceses, alemães e até costa-riquenhos. A lua hoje começa a sua fase de quarto crescente. É olhar para céu e acreditar, gente!”

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