Rodolfo Teófilo: nome errado
J. Valdeci
Especial
O diretor de
"Jesuíno Brilhante, O Cangaceiro" (1972), William Cobbett – filho do
cartorário Manoel Cosme e dona Luíza Siqueira – baseou o roteiro e argumento do
filme em pesquisas sobre o personagem nas principais obras escritas até então.
A primeira
abordagem do personagem central coube ao baiano radicado no Ceará, o escritor e
médico Rodolpho Marcos Teófilo (Salvador, 1853 – Fortaleza, 1932): “Os Brilhantes”
(1895).
Em dois
volumes é importante peça literária regional naturalista do autor de “A Fome”, romanceada,
mas que, inclusive, erra no nome: “Jesuíno Soares”. Trata mais da ambientação
nordestina.
O cangaço
dele é posterior ao lançamento da primeira obra sobre o assunto, o “Cabeleira”
(1876), apelido do pernambucano João Gomes. Autoria de outro cearense: João
Franklin da Silveira Távora (1842 – 1888).
João Franklin Távora
A segunda ao
também cearense Gustavo Adolfo Luís Guilherme Dodt da Cunha Barroso (Fortaleza,
1888 – Rio de Janeiro, 1959): “Heróis e Bandidos – Cangaceiros do Nordeste”
(1917), agora com maios dados e informações reais sobre a saga do bandoleiro
patuense.
A terceira
com Luís da Câmara Cascudo: “Flor dos Romances Trágicos” (1966), uma primeira
edição com segunda e terceira edições, com capítulo dedicado ao personagem tendo
como pano de fundo duas “Actas Diurnas” (colunas em “A República” – 1942).
A última, mais
completa, com comentários das transcrições das anteriores e documentos dos processos
no Judiciário e relatórios policiais e oficiais das autoridades, do potiguar do
Martins, Raimundo Nonato da Silva, editada em 1970 pela Coleção Mossoroense.
Também nos
créditos consulta ao deputado federal e governador potiguar Juvenal Lamartine
de Faria (1874 – 1956). Com o póstumo livro “Velhos Costumes do Meu Sertão”
(1965).
Na época estas
eram as fontes primárias mais importantes. Depois, a partir dos anos 90, apareceram
mais obras sobre o personagem, complementares as anteriores, que serviram de
cacimba de água da fonte.
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