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sábado, 12 de agosto de 2023

A mudança de eixo fornecedor de craques para o RN

O zagueiro e médio-volante Odmar dos Santos é o segundo após o goleiro no Vasco da Gama

Pernambuco deixa de ser o celeiro nordestino para dar vez ao futebol carioca

José Vanilson Julião

Odmar é o quarto em pé no Olaria (1966)

Já a partir de 1929, com a chegada do paulista Renato Teixeira da Mota (América), atleta do Sport Clube Recife, e nos anos 30 do pernambucano Hermes Marques de Aquino (ABC), campeão pelo Torre, durante quatro décadas Pernambuco foi a principal fonte de origem de craques para o Rio Grande do Norte.

Eventualmente era importado alguém de outro estado nordestino, como o artilheiro do alvinegro, o cearense Francisco Rodrigues da Silva, o “Xixico”. Ou o alagoano George Duarte Marques para o alvirrubro em 1945. A lista é enorme e a variedade de clubes, até pouco conhecidos, também.

Mas são assuntos para outra reportagem específica pela largueza de informações. Pois o eixo regional fornecedor começou realmente a mudar a partir da inclusão do ABC no segundo campeonato nacional (atual Série A unificada e com pontos corridos), apesar da participação na Divisão Especial em 1971.

Na esteira da inauguração do Estádio Castelo Branco (João Machado a partir de 1989) em 1972 o “Mais Querido” reforça o elenco com jogadores do futebol carioca, entre os mais emblemáticos o uruguaio Danilo Nuñes Menezes e o companheiro de meio, José Ribamar Celestino, o “Maranhão”.

Com passagens pelo Vasco da Gama, assim como o lateral Antônio Feliciano da Costa, “Sabará”, o goleiro Sebastião Botelho Filho, “Tião” (Bonsucesso) e o lateral Rildo da Costa Menezes (Botafogo e Santos), um dos pivôs do desligamento do Brasileiro seguinte, que acaba na indicação do América, o vice estadual.

Se o rival contrata oriundos do Sudeste o alvirrubro não fica atrás. Com a chegada do treinador carioca Maurílio José, o “Velha”, no segundo semestre do mesmo ano, ele é o responsável por trazer atletas com quem trabalhara em clubes pequenos do Rio de Janeiro e no interior baiano.

O técnico “Velha” havia substituído Francisco Freire de França (Tonício), alçado do juvenil para o lugar do pernambucano Cido, e assume na vitória de 1 a 0 sobre o Centro Sportivo Alagoano (25/11/1972) na segunda fase do campeonato nacional da segunda divisão, quando o time acabou na quarta colocação.

Entre os primeiros cariocas já estava o meia Carlos Alberto ‘Naúva’, que permaneceu para a temporada seguinte, e logo no primeiro amistoso em janeiro e para a Taça Cidade de Natal, o elenco é “inchado” com o pessoal do Rio.

Chegam o goleiro Antônio Ferreira, o “Sombra”, o zagueiro Odmar dos Santos (17/5/1946) – Vasco da Gama, Olaria, Portuguesa, Jequié e Bonsucesso –, o lateral Cosme da Silva, o ponta-direita Almir de Souza Lima Júnior e o meia Afonso Souza da Cunha (Afonsinho)

Mais o atacante Gonçalves e o ponta-esquerda Gilson Porto (Fluminense/Feira de Santana, Bahia, Corinthians e Internacional). Os reforços continuam chegando entre fevereiro/março: o zagueiro Francisco Amorim Chaves (Chico) e o goleiro Ubirajara Dias Ribeiro.

Os frutos são colhidos com a conquista do torneio antes do estadual na primeira vitória (1 x 0, gol do ponta-direita Olavo Teodoro de Oliveira, outro oriundo) após 16 jogos. Mas não impedem o insucesso do falastrão treinador, pois o alvinegro conquista o tetracampeonato estadual.

Com a chegada de Sebastião Leônidas para o primeiro campeonato nacional americano de primeira divisão ou série principal, alguns jogadores são aproveitados, e outros chegam, como o lateral Ivan Silva (recordista de jogos, de títulos e com dez anos de casa, como Bagadão), o atacante Hélcio Batista Xavier, o zagueiro gaúcho Luiz Carlos Scala e o goleiro Otávio César Correia Filho (Portuguesa/RJ).

Sem descuidar da prata da casa. Além do ciclo dos oriundos do Rio Grande do Sul. O que são outras histórias...

Odmar dos Santos é o quarto em pé no primeiro ano em que joga pelo clube de São Januário


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