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segunda-feira, 21 de agosto de 2023

O primeiro craque mossoroense no futebol pernambucano

Julinho é o terceiro lendo jornal. Ao lado Hélio Pinto. Atrás Rubem Moreira (de preto)

José Vanilson Julião

Depois dos irmãos Canuto de Souza – Hemetério (atacante), Raimundo (ponta-esquerda) e José (zagueiro) – se destacarem, é de bom alvitre citar que eles abriram a porteira para o famoso avançado Osmídio Ferreira, o “Saruê”, e o também atacante Titico serem reforços para o América da capital potiguar.

Outro homem de linha vindo de Mossoró e pouco lembrado é o Cesário, que atuou pelo antigo tricolor Santa Cruz, foi do elenco da série do deca-campeonato do ABC e ainda jogou pelo clube vermelho natalense. Cesário, inclusive, foi o apoio do “Dequinha” quando este ingressou no alvinegro em 1946/47 e parte para o América/PE.

Diante do quadro chega a vez de anunciar que o meia-atacante Júlio Jesum de Carvalho, o Julinho, foi um dos primeiros a brilhar no futebol pernambucano, no alviverde do Recife, a partir de 1942, ficando na história como participante do elenco do sexto e último título pernambucano americano em 1944 numa decisão contra o Náutico.

E encerra a carreira já bacharel em Direito, sendo contratado entre novembro de 1950 para tentar tirar o América/RN do buraco na temporada. Depois de cinco jogos, já em 1951, abandona o barco. Quando procura atuar profissionalmente como advogado em parceria e montado na Ribeira, o então bairro comercial mais movimentado da cidade.

Em Mossoró participa da criação da Ordem dos Advogados (24/7/1951). Com Abel Coelho Freire, José Marcelino Filho, José Thiers Diniz Rocha, Vicente da Mota Neto, Djalma Miranda de Oliveira, José Augusto Rodrigues, Francisco Antônio de Albuquerque, Raimundo Soares de Souza, Gabriel Fernandes de Negreiros, Alcides Menezes da Silva e Paulo Gutemberg de Noronha Costa.

Além de Alfredo Celso de Oliveira Fernandes (comissionado no município de Caraúbas), Manoel Onofre de Souza, Jocelin Vilar Raposo de Melo (ambos da cidade de Martins) e Licurgo Ferreira Nunes, de Pau dos Ferros, também na região oeste do Rio Grande do Norte.

Julinho se deu tanto bem na capital pernambucana, por méritos próprios, que logo é alçado a condição de secretários do clube nas visitas aos outros estados nordestinos e em seguida ou simultaneamente já passa a colaborar com artigos e reportagens sobre os jogos para os jornais recifenses.

No final dos anos 50 e começo dos anos 60 está tão ambientado, fruto das duas décadas de convivência com os poderosos locais, inclusive da política, quando se torna sócio da Radio Relógio (1958), que era sediada em Olinda e atualmente transmite programação evangélica desde Paulista, também na região metropolitana do Recife.

A concessão hoje em poder da igreja Missão Missionária 100%, também administradora da Rádio Tamandaré (antiga emissora dos Diários Associados ao lado da Clube), era uma sociedade com o banqueiro do jogo-do-bicho Hosano de Albuquerque Braga, e repassada às Organizações Victor Costa e repassada ao Sistema Globo de Rádio.


Para não ser tão longo abrevio informando que Júlio Jesum de Carvalho ainda foi eleito vereador nos anos 70/80 e se envolveu com liderança comunitária em bairros periféricos da capital pernambucana.

E ainda escreveu o livro “Pau de Arara” lançado em 1957. (em pelo menos uma segunda edição e encontrado em sebos virtuais).

 







FONTES/IMAGENS

A Ordem

Diário da Manhã

Diário de Natal

Diário de Pernambuco

Tribuna do Norte

Estante Virtual

Lenivaldo Aragão

OAB/RN

 

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