Julinho é o terceiro lendo jornal. Ao lado Hélio Pinto. Atrás Rubem Moreira (de preto)
José Vanilson
Julião
Depois dos
irmãos Canuto de Souza – Hemetério (atacante), Raimundo (ponta-esquerda) e José
(zagueiro) – se destacarem, é de bom alvitre citar que eles abriram a porteira
para o famoso avançado Osmídio Ferreira, o “Saruê”, e o também atacante Titico
serem reforços para o América da capital potiguar.
Outro homem de
linha vindo de Mossoró e pouco lembrado é o Cesário, que atuou pelo antigo
tricolor Santa Cruz, foi do elenco da série do deca-campeonato do ABC e ainda
jogou pelo clube vermelho natalense. Cesário, inclusive, foi o apoio do
“Dequinha” quando este ingressou no alvinegro em 1946/47 e parte para o
América/PE.
Diante do quadro
chega a vez de anunciar que o meia-atacante Júlio Jesum de Carvalho, o Julinho,
foi um dos primeiros a brilhar no futebol pernambucano, no alviverde do Recife,
a partir de 1942, ficando na história como participante do elenco do sexto e último
título pernambucano americano em 1944 numa decisão contra o Náutico.
E encerra a
carreira já bacharel em Direito, sendo contratado entre novembro de 1950 para
tentar tirar o América/RN do buraco na temporada. Depois de cinco jogos, já em
1951, abandona o barco. Quando procura atuar profissionalmente como advogado em
parceria e montado na Ribeira, o então bairro comercial mais movimentado da
cidade.
Em Mossoró participa
da criação da Ordem dos Advogados (24/7/1951). Com Abel Coelho Freire, José
Marcelino Filho, José Thiers Diniz Rocha, Vicente da Mota Neto, Djalma Miranda
de Oliveira, José Augusto Rodrigues, Francisco Antônio de Albuquerque, Raimundo
Soares de Souza, Gabriel Fernandes de Negreiros, Alcides Menezes da Silva e Paulo
Gutemberg de Noronha Costa.
Além de Alfredo
Celso de Oliveira Fernandes (comissionado no município de Caraúbas), Manoel
Onofre de Souza, Jocelin Vilar Raposo de Melo (ambos da cidade de Martins) e Licurgo
Ferreira Nunes, de Pau dos Ferros, também na região oeste do Rio Grande do
Norte.
Julinho se deu
tanto bem na capital pernambucana, por méritos próprios, que logo é alçado a
condição de secretários do clube nas visitas aos outros estados nordestinos e
em seguida ou simultaneamente já passa a colaborar com artigos e reportagens
sobre os jogos para os jornais recifenses.
No final dos
anos 50 e começo dos anos 60 está tão ambientado, fruto das duas décadas de
convivência com os poderosos locais, inclusive da política, quando se torna
sócio da Radio Relógio (1958), que era sediada em Olinda e atualmente transmite
programação evangélica desde Paulista, também na região metropolitana do
Recife.
A concessão hoje
em poder da igreja Missão Missionária 100%, também administradora da Rádio Tamandaré
(antiga emissora dos Diários Associados ao lado da Clube), era uma sociedade
com o banqueiro do jogo-do-bicho Hosano de Albuquerque Braga, e repassada às Organizações
Victor Costa e repassada ao Sistema Globo de Rádio.
Para não ser tão longo abrevio informando que Júlio Jesum de Carvalho ainda foi eleito vereador nos anos 70/80 e se envolveu com liderança comunitária em bairros periféricos da capital pernambucana.
E ainda escreveu
o livro “Pau de Arara” lançado em 1957. (em pelo menos uma segunda edição e
encontrado em sebos virtuais).
FONTES/IMAGENS
A Ordem
Diário da Manhã
Diário de Natal
Diário de
Pernambuco
Tribuna do Norte
Estante Virtual
Lenivaldo Aragão
OAB/RN
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