O articulista açuense Wilson Bezerra de Moura por ocasião de lançamento de um dos seus livros
Wilson Bezerra de Moura*
Pesquisador e escritor
Na caminhada que fazemos em busca de acontecimentos para nosso
estudo, deparamo-nos, para nossa alegria, com um nome que durante décadas
participou dos principais acontecimentos da vida social, política e econômica
da cidade do Natal, mas especialmente da Maçonaria Norte-rio-grandense, da qual
foi, por determinado período, Grão Mestre Adjunto, numa das gestões do Soberano
Grão Mestre Armando de Lima Fagundes.
Pois bem, ao folhear os assentamentos escritos e históricos do
pesquisador Raimundo Soares de Brito, entre as tantas pessoas existentes, ali
se encontrava, num cantinho da recordação, a figura de José Alexandre Odilon
Garcia, do qual privamos, por algum tempo, de sua presença em nossa Ordem.
Um homem agradável, amigo leal, claro em seus pontos de vista,
respeitado quando falava sobre determinado assunto levado ao conhecimento
público através da imprensa natalense, onde periodicamente escrevia, porque era
senhor absoluto do que dizia ao apontar determinado fato.
Culto, bom advogado na cidade onde nasceu e por toda uma vida
fez parte dela no desempenho da atividade profissional, uma razão suficiente
para merecer o afeto e carinho de todos.
Numa de suas citações esclarecedoras, Alan Kardec afirmou: “Vi,
observei, coordenei e procuro fazer compreensível aos outros o que eu mesmo
entendi”. Era como Alexandre se postava perante todos nos contatos que
mantinha, mesmo nos bares onde sempre e rotineiramente fazia tomando sua
cervejinha ao término do expediente, ou mesmo em dias feriados, com os colegas
de seu tempo, a nata intelectual de Natal.
Alexandre Odilon Garcia era, com justiça, um homem alucinado por
Natal. Tudo de sua cidade era motivo de alegria e contentamento. Tudo em sua
terra era uma dádiva da natureza, pois era ela a supremacia de beleza e
grandeza, a começar pelos ideais dominantes de um Jerônimo de Albuquerque, o
descobridor da terra prometida, do Índio Poty, Felipe Camarão, e outros vultos
da história natalense.
Tudo era bom e agradável em Natal, sua terra. A batalha contra
as invasões holandesas sempre lhe mereceu atenção e comentário sobre a heroica
defesa dos nativos às investidas estrangeiras, achando ele que sua defesa era o
sustentáculo e garantia da terra abençoada pela padroeira, Nossa Senhora da
Conceição, venerada por todos.
Da balaustrada de Petrópolis, ali ele contemplava a beleza do
oceano que fechava cerco com o Rio Potengi ao cerrar cerco às demais belezas da
terra potiguar que tanto ele amou e deu testemunho disso aos patrícios.
Fez-me lembrar desse momento de reflexão sobre Alexandre Odilon
Garcia as figuras e companheiros seus, Ticiano Duarte, Armando de Lima Fagundes
e, sem dúvida nenhuma, a voz estridente de José Melquíades, todos eles nomes
respeitáveis de Natal.
*Jornal “O Mossoroense” (12 de abril de 2018)
Nenhum comentário:
Postar um comentário