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segunda-feira, 30 de setembro de 2024

"Popó", do Ypiranga baiano, cartaz dos anos 20/30

Apolinário Santana, o "Popó", em ação contra o recém fundado Bahia (1931)

JOSÉ VANILSON JULIÃO


O passeio histórico da série de reportagens começou proposital e oportunamente no final do primeiro quinquênio da década de 40 pelo fato de ser a época em que, oficialmente, se inicia a tentativa de se disciplinar ou diminuir o uso dos apelidos no esporte, em especial o futebol.

A determinação do Conselho Nacional de Desportos, inoportuna e sem qualquer possibilidade de acatamento formal pelos principais interessados envolvidos – jogadores, treinadores e dirigentes – acaba sem ter sucesso nas duas décadas seguintes, apesar do apoio ínfimo de algumas mídias impressas e de radialistas.

A pesquisa não detectou exatamente como começou a “pinimba” contra as alcunhas, apelidos e codinomes, porém verifica que o uso deles remonta ao menos pelos anos 20, quando o futebol já estava espalhado por todo o país.


Só para citar um exemplo fora do eixo Rio de Janeiro e São Paulo, desde então os principais centros e sedes daqueles clubes que se tornariam as maiores agremiações, o foco se concentra no segundo campeonato estadual em território nacional, o Baiano (1905), depois do Paulista (1902), antes do Carioca (1906) e três anterior ao Paraense.

O principal cartaz do auri-negro Ypiranga – time preferido dos escritores Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro, do mestre da capoeira Pastinha (Vicente Ferreira), Irmã Dulce e do radialista França Teixeira (já citado nesta série) – é o atacante Apolinário Santana (1902 – 1955), o "Popó".


Diz Coriolano P. da Rocha Júnior no site do clube: - Ele começa aos 14 anos, jogando em todas as posições (até no gol). Tornou-se tão popular que ganhou o apelido de “craque do povo” e “O Terrível”. Atuou por 11 clubes de Salvador, sendo o maior craque nas décadas de 20/30, e tricampeão pelo Ypiranga (1925 e 1928/29).

"Menino ouvia falarem numa linha média, da qual diziam maravilhas: Mica, Popó e Nebulosa. O meu pai, torcer do Botafogo/BA, logo após o título de campeão do Centenário, repetia que o time representara a Bahia no primeiro campeonato nacional de seleções estaduais levando Popó, que pertencia a outro clube...

Em abril de 1997, quando comecei a pesquisar episódios da história do futebol baiano, que iriam compor a coluna dominical "Memória do Futebol" no jornal "A Tarde", percebo a dimensão do craque e senti a necessidade de reunir tudo que pudesse conseguir sobre ele..." (Aloildo Gomes Pires, autor da biografia do astro).



FONTES/IMAGENS

A Tarde

Arena Rubro-negra

Bahêa na História

Bahia Notícias

Blog do Zé Osvaldo

Campeões do Futebol

Esporte Clube Ypiranga

Futebol Bahia

Futfanatics


Globo Esporte

Jornal de Brasília

Jornal Correio

Meu Zine Bahia

Museu do Futebol

Museu da Pelada

O Globo Esportivo

Ponteiro.com

Quadro de Medalhas

 

2 comentários:

  1. Popó fez parte do Selecionado Bahiano, que enfrentou o Bangu em 1930 no Campo da Graça. Fez um gol, inclusive naquela partida. Quinta-feira, 6/2/1930
    BANGU 4 x 2 SELECIONADO BAIANO
    Competição: Amistoso Interestadual
    Local: Campo da Graça (BA)
    Juiz: Elias José Gaze
    Bangu: Zezé, Domingos da Guia, Sá Pinto, Eduardo Moura, Ladislau, Quininho, Plínio, Nicanor, Médio, Vivi, Jaguarão.
    Gols: No 1º tempo: Ladislau, Popó e Lacerda. No 2º tempo: Médio (2) e Jaguarão.

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    1. Grato pela informação complementar. Um prazer ter a colaboração do jornalista e historiador Carlos Molinari, autor do Almanaque do Bangu.

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