Consulta

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Exclusivo: o depoimento do filho do artilheiro “Alemão”


Com o mesmo nome do herói alvirrubro (título de 69) fala pela primeira vez a um jornalista brasileiro


Alemão é o segundo (e) da linha atacante do Beira-mar de Portugal (1971/1972)

- Filho de Severino Ramos de Souza e Maria Rosa Ramos de Souza, mais novo de oito irmãos e outros tantos irmãos de criação.
O pai era fazendeiro, com muitas cabeças de gado bovino, muitos cavalos, entre outros animais.
Desde muito cedo começa a trabalhar para ajudar o pai, inclusive aos nove anos trabalha no Hospital que o pai tinha doado o terreno para a construção do mesmo.
O pai não gostava muito que ele jogasse futebol, mas a vontade e o sonho de jogar fizeram com que ele saísse de casa do pai aos 13 anos.
Aos 16 já tinha a carteira de jogador profissional da Confederação Brasileira dos Desportos.
Casou-se aos 19 anos com Maria Lúcia de Souza. Teve três filhos. O mais velho nasceu no Recife e veio para Portugal com dois meses, o segundo filho nasceu em Aveiro e o terceiro (uma menina) já nasceu em Paredes.
Os principais clubes no Brasil foram: Santa Cruz, Sport Recife, América/PE, Clube de Regatas Brasil (Maceió/Alagoas) e América de Natal/Rio Grande do Norte.
Fez tanto sucesso no Brasil que quiseram levá-lo para Portugal. Em Portugal, continuou a sua carreira de futebolista em 1971 com 26 anos pela Beira-Mar durante três épocas.
Em 1974 foi emprestado ao Sporting Clube da Covilhã por dois anos, o único clube que ainda hoje faz homenagem aos antigos jogadores.
Também atua no Espinho, Lourosa, Bragança, Marco (Canavezes) e Paredes. Nestes dois últimos foi jogador e treinador. Ainda treinou o Paço de Sousa, Vila Meã, Cristelo, Gandra e Baltar.
Nestes últimos anos da carreira de profissional de futebol já vinha conciliando com a sua profissão de massagista, a qual continuou a exercer de segunda a segunda até dezembro de 2018.
A característica principal que o definia como pessoa era a alegria de viver! Junto dele nunca ninguém estava triste, sempre a brincar e a contar piadas, cativava toda a gente.
Adorava cantar, era capaz de ficarem horas a cantar e a fazer o seu próprio batuque numa porta, numa mesa ou numa cadeira, desde que fizesse barulho.
Era uma pessoa humilde, muito respeitador e educado, com uma personalidade muito forte e muito inteligente, sem nunca se deixar enganar por ninguém. Sempre foi uma pessoa de dar tudo aos outros, de ajudar tanto a família, como desconhecidos.
Sempre dizia que o grande orgulho e a herança que iria deixar para os seus filhos e seus netos, era a sua história de vida no futebol, de grande jogador e goleador tanto no Brasil como em Portugal, e que por todos os lugares onde jogou e viveu não há ninguém que fale mal dele. Era o seu maior orgulho.
Com a sua profissão de massagista, tratou e curou muita gente de norte a sul de Portugal, até chegou e tirar pessoas do Hospital antes de operarem. No seu trabalho como massagista sempre foi um bom amigo, um bom ouvinte, dava bons conselhos, era como família para a grande maioria dos clientes. Se existem pessoas que nunca deviam ir embora, ele era uma delas, faz muita falta.


7 comentários:

  1. O meu pai jogou com o alemao no SCC e tinha muita admiracao por ele era um bom jogadorce um bom Homem , um abraco do seu antigoantigo colega de equipa Luciano, esteja onde estiver um grande abraco desde a covilha!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grato por acessar a reportagem. O espaço aberto para depor sobre a convivência com o craque.

      Excluir
  2. Parabéns, Vanilson. Importante esse depoimento para a história do futebol portiguar.

    ResponderExcluir
  3. Grato pelo reconhecimento. Estamos procurando fazer diferente. Vem muito novidade...

    ResponderExcluir
  4. Joguei com ele no Beira Mar e era muito seu amigo. Um grande homem.

    ResponderExcluir