Pouca gente
sabe que a sede da Rua Rodrigues Alves, no bairro do Tirol (Zona Sul), consta
fotografia da mesma na enciclopédia Delta Larousse, assim como foi alvo de tese
de mestrado ou pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte pelo artista plástico Isaías da Silva Ribeiro,
morador da Rua Açuí, Conjunto Boa Vista - Bairro Nordeste (Zona Oeste). O
título da obra acadêmica: “América Futebol Clube (Natal/RN) – Existe uma
integração das artes?”
Isaías
Ribeiro faz um diagnóstico da arquitetura moderna na cidade, citando diversos
prédios ou edificações, entre elas a sede social americana, tendo incluso
reportagem do jornalista esportivo Everaldo Lopes, com passagens pelo DIÁRIO DE
NATAL e TRIBUNA DO NORTE.
Eis o texto:
- O bairro do Tirol teve duas fases: antes e depois da majestosa sede do
América na Avenida Rodrigues Alves. Até o final dos anos 50 havia a pequena
sede social localizada no mesmo terreno, porém com a frente para a Rua
Maxaranguape.
As festas na
“Babilônia” praticamente fechavam as ruas próximas ao clube e, no Carnaval,
virava um pandemônio. As grandes noitadas de Momo reuniam cinco mil pessoas,
que ninguém sabe como cabiam ali dentro.
A partir
daí, o bairro virou zona nobre da cidade, o preço [dos imóveis] foi para as
alturas. Diziam até, que ser presidente do América seu prestígio só ficava
abaixo do governador e do prefeito.
HISTÓRICO
O terreno da
nova sede foi adquirido em 1929 junto ao Estado, pelo presidente do clube, José
Gomes da Costa (auxiliado por Orestes Silva, tenente Júlio Perouse Pontes,
Clóvis Fernandes Barros e Osmar Lopes Cardoso, parente de Everaldo), com recursos
próprios.
A área foi
então doada ao América, abrangendo todo o quarteirão onde hoje está plantado o
seu maior patrimônio, a imponente sede foi inauguração no dia 14 de julho de
1966. Com painel, no salão principal, pintado pelo norte-rio-grandense Newton
Navarro.
O projeto de
arquitetura data do ano de 1959, de autoria do arquiteto Delfim Fernandes
Amorim (1917, Póvoa do Varzim, no Porto, Portugal), professor do curso de
arquitetura da Escola de Belas Artes de Recife.
Em 1947
terminou o curso de arquitetura na escola de Belas Artes da cidade do Porto.
Teve importante atuação na produção arquitetônica de Portugal e foi professor
assistente na cadeira de Grandes Composições na mesma escola que se formou, durante
os anos de 1950 e 1951.
Chegou ao
Brasil no final do ano de 1951, fixando-se no Recife, onde residiam familiares
e amigos. Faleceu em 1972, na capital pernambucana.
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