Parlamentar já havia ultrapassado os sete anos do anterior: ex-governador Robinson
José Vanilson Julião
Ninguém sabe de quem partiu realmente a ideia, mas presume-se que o pai da proposta seria o maior beneficiado: o presidente da Assembleia do Rio Grande do Norte.
Mas a paternidade tem obra coletiva conforme a imprensa domesticada: da mesa diretiva. Dos secretários ao vice-presidente. Ou seja: uma astúcia multipartidária.
O deputado estadual Ezequiel Ferreira de Souza Filho, no quarto biênio como presidente da mesa diretora, pode alcançar a quinta legislatura no comando do Palácio José Augusto.
Com oito anos de presidência já havia destronado o primeiro recordista, o presidente anterior, o ex-governador Robinson Mesquita de Faria, no comando do Poder Legislativo.
O ex-governador, inclusive, havia ultrapassado em um ano o político que inaugurou os artíficios na surdina para se manter na "giroflex": o prefeito de Natal, Álvaro Dias, fez escola e esquentou o traseiro seis anos.
Se conseguir se eleger mais uma vez Ferreira de Souza estica o recorde para dez anos, o que seria um caso inétido na política nacional. Desconheço esta façanha nas outras unidades federativas.
Desde a primeira redemocratização do País, ao término da II Guerra e a queda do ditador-presidente, o gaúcho Getúlio Dorneles Vargas, não se viu coisa igual entre todos os ex-presidentes do Legislativo.
A maioria dos 27 presidentes anteriores esteve como presidente apenas uma legislatura. Raros os casos com duas.
A contar nos dedos. Inclusive a única mulher presidente, Márcia Maia, presidiu por pouco tempo. Dois meses. Durante licença para a diplomação de Robinson.
Na relação a seguir o detalhe de que o atual presidente tem dois parentes: um tio e o pai.
O casuísmo foi aprovado por unanimidade na quinta-feira (1/12) como Proposta de Emenda à Constituição 04/2022, que permite a reeleição, independente da legislatura, para os membros da Mesa Diretora.
O projeto (PEC) entrou na pauta em 9 de novembro, quando passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e teve admissibilidade aprovada também por unanimidade.
A mudança ocorre dentro do parágrafo 4º do artigo 42 da Constituição Estadual.
Sugiro o leitor acessar reportagem completa do site esquerdista "Saiba Mais".
NOMES E MANDATOS
Tomaz Salustino Gomes de Melo (1947/51)
Sylvio Piza Pedrosa (1951)
Ezequiel Epaminondas Ferreira Filho (1953)
Sebastião Maltez Fernandes (1953/56)
José Augusto Varela (1956/60)
Vicente da Mota Neto (1960/61)
José Vasconcelos da Rocha (1961)
Walfredo Dantas Gurgel (1961/63)
Theodorico Bezerra (1963/66)
Clóvis Coutinho da Motta (1966/71)
Moacyr Torres Duarte (1971/73)
Ezequiel Ferreira de Souza (1973/75)
Dary Dantas (1975/77)
Alcimar Torquato (1977/79)
Luiz Antonio Vidal (1979/81)
Carlos Augusto Rosado (1981/83)
Márcio Marinho (1983/85)
Willy Saldanha (1985/87)
Nelson Hermógenes Freire (1987/89)
Vivaldo Costa (1989/91)
José Adecio Costa (1991/93)
Raimundo Fernandes (1993/95)
Leonardo Arruda Câmara (1995/97)
Álvaro Costa Dias (1997/2003)
Robinson Mesquita de Faria (2003/2010)
Márcia Maia (2010/11)
Ricardo Coutinho da Motta (2011/15)
Ezequiel Ferreira de Souza filho (2015/2022)
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