Quando
o campeonato estadual tinha como palco o tradicional e acanhado estadinho
Juvenal Lamartine, encravado no elitista bairro do Tirol, o Potiguar de
Parnamirim participa da competição entre 62 e 64.
Na época um endiabrado
atacante dava as primeiras corridas em direção ao gol, Ilson Peres, o Petinha,
posteriormente com passagens pelo Alecrim, ABC e América. Lá atrás um vigoroso
zagueiro rebatia a pelota: Hélio Câmara de Castro.
Um garoto vindo do litoral
norte, das bandas de Touros, que se torna parnamirinense de alma e coração.
Enquanto
corre pelos ralos gramados do JL e do “Tenente Luiz Gonzaga de Andrade”, oficial
da Aeronáutica que dá nome ao estadinho do time azul e branco e posteriormente
alvirrubro Potiguar Esporte Clube (PEC) – fundado em 45 – o zagueiro Hélio,
torcedor do Clube de Regatas Vasco da Gama, escuta as emissoras cariocas e
provavelmente é influenciado pelos famosos narradores ou locutores esportivos
de então.
Certamente ele burila o vozeirão ao escutar Oduvaldo Cozzi, Jorge
Curi e Waldir Amaral. Ou os paulistas Edson Leite, Pedro Luis e Fiori
Gigliotti.
Com isso
ele tem duas atividades paralelas no esporte e ligadas ao futebol, o preferido.
Jogador e locutor. No final dos anos 50 e começo de 60 a Paróquia de Nossa
Senhora de Santana controlava o time representante da comunidade católica, o
Paroquial, e foi nele que nosso personagem desfila no retângulo futebolístico
antes de atuar pelo PEC em competição oficial.
A Igreja também mantinha um
serviço de alto-falantes, as chamadas bocas de ferro, instaladas no centro da
cidade. Foi nele que Hélio exercitou e aprimorou a narração.
Entretanto
o responsável pela iniciante carreira real no rádio foi o falecido locutor
Roberval Pinheiro Borges, que concorria com o também desaparecido Aloísio
Menezes de Melo (Nordeste) e Vicente de Almeida Filho (da Associada Poti),
professor universitário aposentada.
Numa ida a Parnamirim, para cobertura
esportiva, o titular de esportes da Rádio Cabugi (atual Globo), ouviu Hélio
segurando a latinha da difusora local, gostou e o convidou para começar logo
nos dias seguintes na emissora do então governador Aluizio Alves.
Em 2002,
se a memória não falha, o redator do blog furou a grande imprensa e o rádio
potiguar ao entrevistar para um perfil o famoso e respeitado Hélio Câmara de
Castro. Foi no semanário O GRANDE NATAL – do jornalista Paulo Tarcísio de
Albuquerque Cavalcanti em que ele revela, pela primeira vez, que deixaria a
narração para ser comentarista, como o fizera na passagem de 50 para 60 o
gaúcho Luiz Mendes, o da “palavra fácil”, na Rádio Globo carioca.
Na entrevista
Hélio diz que imediatamente assinaram a carteira de trabalho.
Belo Trabalho, amigo Vanilson. Só agora eu vi. No programa "Esporte em debate" de novembro de 2004, que a Globo Natal reproduziu ontem, Hélio confirma o que lhe dissera dois anos antes. Parabéns pelo seu trabalho, parabéns pelo seu blog e muito grato pela lembrança do meu saudoso e inesquecível O GRANDE NATAL, onde tive a honra de trabalhar junto com você.
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