Irmãos recebem nome, apelido de jogador e corruptelas de Flamengo
O
primeiro caso emblemático pelo exagero ganha repercussão nacional com exibição
no programa dominical da Rede Globo, o Esporte
Espetacular (domingo, 16/8/2009). O alvo: a prole do pipoqueiro caicoense Francisco
Domingos dos Santos, o Chico Tucano,
torcedor fanático do clube carioca, morto dois anos antes, aos 64, de ataque
cardíaco.
A motivação
está na cara. Registrou os filhos Zicomengo, Francifla e Flamozer. E
as filhas Flamenguina e Flamena. Duas meninas e um menino homenageiam
o clube pelos apelidos da torcida “Mengo” e “Fla”, corruptelas do nome oficial.
Os outros homens receberam o “adereço” do apelido e do nome de dois ídolos da
torcida.
Do
zagueiro José Carlos Nepumoceno Mozer. E do maior deles, o Zico, alcunha do
artilheiro e meia-atacante Artur Antunes Coimbra, o “Galinho de Quintino”,
epíteto criado pelo falecido narrador esportivo carioca Celso Garcia, com
passagens pelas emissoras de rádio Globo e Tupi, então pertencente aos Diários
Associados.
Zicomengo Santos
foi ao Rio de Janeiro e assiste Flamengo x Corinthians pela Série A. Jogo
no Estádio Mário Filho, localizado no bairro do Maracanã. Também esteve na sede
da Gávea (centro de treinamento) conhece o centro-avante Adriano Imperador, Léo Moura, Ronaldo Angelim, Emerson Sheik e o ex-médio e então
treinador Andrade.
Visita pontos
turísticos da cidade, como o Cristo Redentor. O vídeo de oito minutos está no
site Globo.com e mostra boa parte de Caicó. Os irmãos, na época, moravam numa
casa com as cores do clube. O assunto
foi repercutido pelo blog do Manguaça Futebol Clube, no ar desde 2007,
controlado pelo blogueiro Jocitanio do Nascimento.
Três anos depois o
Globo Esporte (17/8/2012), em
reportagem do jornalista Tiago Menezes, mostra que o fervoroso amor ao Flamengo
passa de pai para filho. Aos 31 anos Zicomengo cria uma
escolinha de futebol no bairro Boa Passagem. O projeto atende crianças e
adolescentes, e mesmo com a escassez de recursos faz de tudo para mantê-lo.
“Sonho ver uma criança caicoense vestindo a camisa do
meu clube do coração, pois não tive essa oportunidade. Temos meninos muito
talentosos aqui, com um potencial altíssimo.” - Infelizmente não recebemos apoio do
poder público. Alguns amigos me ajudam.
Mas essa história começa nos anos 50. Chico Tucano
assiste uma partida do rubro-negro Caicó e resolve beber água na casa de um
amigo. Lá ver uma revista de futebol e “se encanta com um uniforme em vermelho e preto.” E passou a colecionar camisas, quadros,
pôsteres, réplicas de troféus e recortes de jornais e revistas.
Curioso é que os nomes Nilton Santos e Djalma Santos,
lendas de Botafogo e Portuguesa/Palmeiras, são para outros dois filhos. Certamente pelo bi mundial no Chile (1962). E
um deles é vascaíno. Porém um dos netos do patriarca recebe o nome de
Kleberson, em homenagem ao campeão do mundo em 2002.
Dez anos antes do falecimento do pai, em visita de Zico a Natal, Zicomengo teve a
oportunidade de conhecer o ídolo. Na hora do adeus não foi diferente, pois
Chico Tucano morreu em seus braços. Jogou em vários times amadores e fundou alguns
clubes na cidade. A
reportagem na época rende 53 comentários.
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