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domingo, 9 de abril de 2023

O goleiro da “Seleção Fantasma" do Nordeste (II)

Fluminense inaugura o regime profissional no futebol brasileiro


Pela primeira vez na imprensa potiguar é divulgado único jogo pelo Fluminense

José Vanilson Julião

Há 90 anos, quando Domício Bezerra das Neves, o “Nenê, chega sem qualquer apoio para a aventura carioca o cenário do futebol estava em ebulição. Com a passagem do amadorismo “marrom” para um incipiente profissionalismo.

No antigo modelo os jogadores recebiam gratificações ou vencimentos “por fora”. Assim as agremiações, do eixo Rio-São Paulo, passaram a perder nomes para Europa, Argentina e Uruguai, onde o futebol era profissional.

Como protagonistas principais da radical mudança no ganha pão dos futebolistas, coincidentemente, estão a frente dirigentes do aristocrático Fluminense Futebol Clube. Entre os quais o presidente Arnaldo Guinle.

Arnaldo Guinle, presidente do Fluminense

O encontro preliminar acontece em 29 de agosto de 1932, contando com representantes do América (Antonio Avellar) e Bangu (Ary Azevedo Franco.

Com aval do Vasco da Gama reunião realizada em 23 de janeiro de 1933 funda a Liga Carioca de Futebol para conduzir a profissionalização e organizar as competições do novo regime.

O Botafogo e Flamengo ficam de fora inicialmente da nova ordem. No começo da temporada o Tricolor ou “Pó de Arroz” tinha no elenco 34 jogadores nas seguintes posições: seis goleiros, seis defensores, cinco meias e 17 atacantes.

Os arqueiros: Francisco de Mattos (Chiquito), Gustavo Pfeiffer, Dalberto A. Meza, Domício, Oswaldo Barros Velloso e Armadinho (Armando Mesquita Cabral fez 13 jogos entre 1933/35). Reservas e titulares.

Comandado por dois treinadores, primeiro Luiz Vinhas, depois Arthur Azevedo, neste ano o clube das Laranjeiras passa em branco. Sem conquistar nenhum título importante. O suburbano Bangu levanta o primeiro “caneco” do campeonato.

Neste mesmo período é realizado o primeiro Torneio Rio – São Paulo, competição importante na carreira de nosso personagem.

A agremiação da Rua Álvaro Chaves acaba o Campeonato Carioca na segunda colocação e no torneio envolvendo os times da metrópole e da capital paulista termina em sétimo lugar.

No ano realiza 29 jogos (dez vitórias, seis empates e 13 derrotas). Com aproveitamento de 41,37%. Nesta relação Domício tem participação na partida de número 19.

A temporada do time verde, grená e branco começa em 16 de abril com empate no amistoso frente ao Corinthians (4 x 4). No Estádio das Laranjeiras.

Domício estreia no empate em 1 x 1 com o São Bento da capital bandeirante (Torneio Rio – São Paulo). Domingo (10/9) Escalação: Domício, Ernesto, Nariz, Marcial, Brant, Ivan Mariz, Álvaro, Vicentino, Francisco, Bermudes (Russo) e Popó.

Dia do jogo o “Jornal dos Sports” se refere ao substituto de Armandinho (apontado para o jogo pelo “Diário da Noite” dia anterior): “Arqueiro de apreciáveis qualidades que já defendeu o último reduto do escrete Riograndense do Norte.”

Na segunda-feira continua a gozação: - O keeper mistério estreou... E desanca sem dó nem piedade a decisão do Fluminense em colocar para jogar um desconhecido e aproveita para alfinetar com todo tipo de adjetivo o nordestino.

A Associação Atlética São Bento, das cores azul e branca, conquista dois campeonatos paulistas (1914, este no ano de fundação, e 1925) e no final da temporada se afasta para nunca mais retornar.

FONTES

Bangu.net

Fluminense.com

Meu Timão

O Curioso do Futebol

Terceiro Tempo

Terra

 

 



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