Fluminense inaugura o regime profissional no futebol brasileiro |
José Vanilson Julião
Há 90 anos, quando Domício
Bezerra das Neves, o “Nenê, chega sem qualquer apoio para a aventura carioca o cenário do
futebol estava em ebulição. Com a passagem do amadorismo “marrom” para um
incipiente profissionalismo.
No antigo
modelo os
jogadores recebiam gratificações ou vencimentos “por fora”. Assim as agremiações,
do eixo Rio-São Paulo, passaram a perder nomes para Europa, Argentina e
Uruguai, onde o futebol era profissional.
Como protagonistas principais da radical mudança no ganha pão dos futebolistas, coincidentemente, estão a frente dirigentes do aristocrático Fluminense Futebol Clube. Entre os quais o presidente Arnaldo Guinle.
Arnaldo Guinle, presidente do Fluminense
O encontro preliminar acontece em 29 de agosto de 1932, contando com representantes do América (Antonio Avellar) e Bangu (Ary Azevedo Franco.
Com aval do Vasco da Gama reunião realizada em 23 de janeiro de 1933 funda a Liga Carioca de Futebol para conduzir a profissionalização e organizar as competições do novo regime.
O Botafogo e
Flamengo ficam de fora inicialmente da nova ordem. No começo da temporada o Tricolor
ou “Pó de Arroz” tinha no elenco 34 jogadores nas seguintes posições: seis goleiros,
seis defensores, cinco meias e 17 atacantes.
Os arqueiros: Francisco de Mattos (Chiquito),
Gustavo Pfeiffer, Dalberto A. Meza, Domício, Oswaldo Barros Velloso e Armadinho
(Armando Mesquita Cabral fez 13 jogos entre 1933/35). Reservas e titulares.
Comandado por dois treinadores, primeiro Luiz
Vinhas, depois Arthur Azevedo, neste ano o clube das Laranjeiras passa em
branco. Sem conquistar nenhum título importante. O suburbano Bangu levanta o primeiro
“caneco” do campeonato.
Neste mesmo período é realizado o primeiro
Torneio Rio – São Paulo, competição importante na carreira de nosso personagem.
A agremiação da Rua Álvaro Chaves acaba o
Campeonato Carioca na segunda colocação e no torneio envolvendo os times da
metrópole e da capital paulista termina em sétimo lugar.
No ano realiza 29 jogos (dez vitórias, seis
empates e 13 derrotas). Com aproveitamento de 41,37%. Nesta relação Domício tem
participação na partida de número 19.
A temporada do time verde, grená e branco
começa em 16 de abril com empate no amistoso frente ao Corinthians (4 x 4). No
Estádio das Laranjeiras.
Domício estreia no empate em 1 x 1 com o São
Bento da capital bandeirante (Torneio Rio – São Paulo). Domingo (10/9) Escalação:
Domício, Ernesto, Nariz, Marcial, Brant, Ivan Mariz, Álvaro, Vicentino,
Francisco, Bermudes (Russo) e Popó.
Dia do jogo o “Jornal dos Sports” se refere
ao substituto de Armandinho (apontado para o jogo pelo “Diário da Noite” dia
anterior): “Arqueiro de apreciáveis qualidades que já defendeu o último reduto
do escrete Riograndense do Norte.”
Na segunda-feira continua a gozação: - O
keeper mistério estreou... E desanca sem dó nem piedade a decisão do Fluminense
em colocar para jogar um desconhecido e aproveita para alfinetar com todo tipo
de adjetivo o nordestino.
A Associação Atlética São Bento, das cores
azul e branca, conquista dois campeonatos paulistas (1914, este no ano de
fundação, e 1925) e no final da temporada se afasta para nunca mais retornar.
FONTES
Bangu.net
Fluminense.com
Meu Timão
O Curioso do Futebol
Terceiro Tempo
Terra
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