Segundo técnico estrangeiro antecede Acosta na última passagem
José Vanilson Julião
O húngaro Steban Hory teria
desembarcado na América do Sul pelo porto de Buenos Aires após a guerra
(setembro/39 – agosto/45). E foi na recém fundada Associação Ferroviária de
Esportes (abril/1950), de Araraquara, que começa no Brasil.
Dos 121 técnicos que
trabalharam 16 jogaram pela “Locomotiva”. Foram oito estrangeiros. E oito
araraquarenses.
Foi de surpresa
a contratação do treinador húngaro Steban Hory (6/11/52) para comandar a AFE
em lugar de Zezinho Silva, o primeiro comandante. A história contada pelo
pesquisador AJ Moreira.
Zezinho comanda
em 62 partidas e fora remanejado para outras atividades. 30 vitórias, 15
empates e 14 derrotas (três resultados sem registro). Nos 30 jogos oficiais (17
vitórias, sete empates e seis derrotas).
Hory dirige o
time apenas numa partida em Olímpia (9/11/52). A diretoria contrata, dois dias
depois, o argentino Abel Picabéa.
Após passar pelo
Siderúrgica (Sabará/MG) no primeiro semestre de 1954 reaparece no Recife. Com
direito a reportagem do “Diário de Pernambuco”.
Anuncia que o
Santa Cruz pensa em contratar “um vice-campeão mundial, arqueiro reserva do
selecionado magiar” na Copa do Mundo da França (1938). Assinaria por 40 mil cruzeiros. Hory
nunca fora convocado. Tampouco
centroavante do Ujpest na década de 20.
A cúpula engendra esforço para
reaver a hegemonia perdida 53 para o ABC, com o detalhe do licenciamento
alvinegro por uma temporada no segundo ano do bi americano. Com o insucesso
Hory parte para o futebol cearense. Mas faz sucesso mesmo é com o rubro-negro Moto.
Pouco mais de uma década, após
retornar ao Brasil em 10/1/1967, reaparece na última semana de fevereiro Steban
Hory. A megalomania continuava a mesma e lista 125 participações.
Relaciona para o repórter do Diário de Natal, Everaldo Lopes Cardoso,
o currículo, acrescentando Riachuelo, Corumbaense (MT), Internacional, Peñarol,
São Lourenço de Almagro (Argentina) e Ferro Carril Oeste (Rosário).
Na manhã do sábado (25/2), o
repórter do então diário vespertino sente-se a vontade para entrevistá-lo e até
lembra que fora comandado pelo treinador no juvenil americano 55/56.
O longilíneo, pela altura e
magreza, e falastrão Hory promete revelar, na segunda-feira, um dos dois clubes
que pretendiam contratá-lo, pois o desejo era permanecer na cidade, que
aprendera a gostar, além de Araraquara. O jornalista se engana. Em agosto de
1955 o andarilho está em Lages/SC.
Na última semana de julho apita
jogo da liga municipal, sendo o árbitro da final do torneio inicio. Inclusive
aos 23 minutos marca o pênalti que resulta no segundo gol da vitória do time Aliados sobre o Vasco (3 x 1). No último parágrafo da cobertura relata o redator
esportivo do Correio Lageano
(17/8/55): - Ele esteve bem, com autoridade, reprimiu o jogo brusco.
Dias depois abandona a cidade
após receber vales e encher o bolso de dinheiro, como assinala o jornal ainda
em circulação na região serrana do estado barriga verde.
O
blogueiro Cacá Medeiros Filho faz o artigo “De jornais, ginásio e um treinador
húngaro” em que relata as notícias em questão na edição de lançamento (29/7/1954, quinta-feira) do depois semanário “O Poti”. O
trigésimo jornal do consórcio de Assis Chateaubriand.
A primeira edição reporta a
inauguração do Ginásio do Instituto de Educação pelo governador Sílvio Piza
Pedroza. O pentagonal de basquete reúne Santa Cruz, AABB, Astreia (João
Pessoa), Náutico/PE e Náutico (Fortaleza).
FONTES
A Cidade
O Imparcial
Afenet – força grená
Ferroviária em Campo
Museu do Futebol e Esportes
O conto de Hory – Memória Futebol
Tópicos do passado da AFE
Caro amigo:
ResponderExcluirAbel Picabea era argentino. Obrigado.
Vou corrigir. Desculpe o lapso. Grato.
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