O descampado de 1901, em dezembro do mesmo ano, é oficializado como "Praça Pedro Velho"
O terreno na "Cidade Nova" para as peladas dos pioneiros tinha nome
oficial do governador do RGN
JOSÉ VANILSON JULIÃO
Monumento sai do "square"
Quando os dois irmãos estudantes Gomes Pedrosa
chegaram da Inglaterra com a primeira bola (1903), organizaram informalmente o “Sport
Club Natalense” (1904), o "Natal Futebol Clube" e o Potyguar"
apareceram (1910), e o ABC e América foram fundados (1915), a praça "Pedro
Velho já existia oficialmente no papel, mas não é como equipamento formal
construído, desde dezembro de 1901.
A constatação vem do artigo, "Praça Cívica? Pedro
Velho", do historiador Anderson Tavares de Lyra, no site "História e
Genealogia" (quarta-feira, 16/9/2015), assim como do jornal "A
República", tudo baseado em documentos da Intendência Municipal natalense,
cujo executor era o coronel Joaquim Manoel Teixeira de Moura. "A
República" (sábado, 4/1/1902), (página dois), publica a "Resolução
55" (datada de 30 de dezembro) da Intendência Municipal.
O artigo segundo diz: - A Cidade Nova compreenderá desde
já, de acordo com a respectiva planta arquivada na secretaria, quatro avenidas
paralelas, com as denominações de Dedoro, Prudente de Morais, Campos Sales,
cortadas por seis ruas com os nomes de Seridó, Potengi, Trairi, Mipibu, Mossoró
e Assú e duas praças, denominadas Pedro Velho e Municipal. A avenida que
partindo, se dirige, ao rumo do norte, para as dunas, terá o nome de Alberto
Maranhão.
Diz o escritor potiguar Luís da Câmara Cascudo, em uma
das colunas “Actas Diurnas”, no “Diário de Natal” (1959), que a prática do
futebol tinha como local “o tabuleiro de relva amplo entre a Vila Cincinato –
residência oficial do governador (atual Escola Anísio Teixeira) – a Vila
Pretória, casa do escritor, fotógrafo, jornalista e bacharel em Direito caicoense
Manoel Dantas.
A praça como efetivo logradouro público somente surge
na administração do prefeito e engenheiro civil Gentil Ferreira de Souza pelo
Ato 35 (5/5/1936), alterando o Plano de Sistematização do arquiteto italiano
Giacomo Palumbo com divisão do terreno e loteamento de algumas áreas.
A inauguração ocorre com quatro lagos artificiais (24/10/1937),
mas ainda sem o busto monumento do patrono Pedro Velho de Albuquerque Maranhão,
que fica no “square” (largo) do mesmo nome no final da subida da Avenida
Junqueira Aires (Ribeira/Cidade Alta).
Somente em 1954, na gestão do governador Silvio Piza Pedrosa,
da familia Gomes Pedrosa e sobrinho-neto do homenageado, é que a estátua
(cabeça) é instalada na pracinha no bairro de Petrópolis, o vizinho do Tirol,
na Zona Leste da capital norte-rio-grandense.
A descaracterização da praça – que tinha ainda quadras de basquete e parque infantil – começa com a inauguração do ginásio de esportes (27/12/1963) pelo prefeito Djalma Maranhão, como o sobrenome não deixa nenhuma margem de dúvida parente de Pedro Velho.
A Praça Pedro Velho antes da inauguração do ginásio de esportes que abocanha parte da área original |
FONTES/IMAGENS
A República
Diário de Natal
BV Colecionismo
Fatos e Fotos de
Natal Antiga
História e
Genealogia
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