Vibra, Clarim
O riso é a
prova dos nove, como disse Oswald de Andrade! E no Brasil nunca foi tão necessário
o sorriso.
Alexsandro
Alves
Hoje é aniversário de Fernando Pessoa, que dia maravilhoso para
a volta de Navegos! Pessoa, que cantou o mar português, o mar sem fim, o mar
maior do que o grego ou o romano!
E reiniciamos, no aniversário de Pessoa, nossa navegação!
Argonautas de tempos que nos geram desconfiança, tempos em que indivíduos,
sempre aqueles indivíduos cheios de amor e de boas intenções, desejam proibir,
para o nosso bem, até a expressão do riso.
Mas o riso sempre não foi diabólico? Atrás da risada há um
diabinho, há malícia, há desconfiança! Viva, em tempos sombrios, o riso que é a
libertação pela zombaria!
Eis o motivo de Navegos novamente zarpar! Estão prontos para a
viagem? Não é prometido mar calmo, mas é garantida a satisfação! Vamos rir! Nem
mesmo o amor é mais revolucionário do que o riso! O riso tem cara debochada, o
riso provoca, o riso é o espanto mais filosófico da alma, por isso que tantas
vezes foi proibido: há humanidade no riso, e ditadores não são humanos.
Ditadores podem amar! Mas não toleram uma boa risada de escárnio.
Por isso, nesse país de sombras, saiamos da caverna aos risos,
dançando como ciganos, rindo feito provocadores, como as bacantes de Dionísio! E
sobretudo: escrevendo! A escrita é o nosso tirso que espetamos nas nádegas dos
opressores!
Ria e escreva!
Porque junto com o riso, a escrita é a mais poderosa arma contra
a opressão!
Como escreveu Pessoa:
“Vibra, clarim, mais alto! Vibra!
Grita a nossa ânsia já ciente
Que o seu inteiro voo libra
De poente a oriente”
Vibra, gargalhada!
Nosso clarim de poente a oriente na nossa face.
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