Distrito de Regomoleiro, no município de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal |
José Vanilson Julião
Com a expansão da Vila Lustosa – com mais telegramas retidos
em nome de Jaci Fonseca e Felipe Francisco (1948) – não existem somente as
amenidades, como a audiência radiofônica da “Página Infantil” do boletim
católico, tampouco os pequenos negócios.
Os ‘problemas’ também começam a aparecer. Exemplo disto é uma
reclamação divulgada em “A Ordem” (sexta-feira, 19/3). Tão explicita não
poderia ser. Uma nota com título e subtítulo em uma coluna encabeçam um
textinho de nove linhas: “Queixas do povo – Animais soltos na Vila Lustosa.”
- Pessoas residentes na Vila Lustosa, nesta capital, pedem,
por nosso intermédio, providências a quem de direito contra a criação de
animais naquela artéria, que ultimamente está infestada de cachorros, os quais
ameaçam os transeuntes.
Quase dois meses depois, na edição de outra sexta-feira
(7/5), nova notinha com o mesmo título, mas com advertência diferente e em
maiúsculas: “COM VISTAS À PREFEITURA”.
- ... As autoridades competentes, as necessárias providências
para o desvios das águas que descem das ruas Apodi, José de Alencar e Avenida
Deodoro, que ao passarem pelas ruas daquela vila deixam sulcos extraordinários,
ameaçando os alicerces das residências daquela artéria. Aqui fica o nosso apelo
e a confiança na Prefeitura de Natal.
Ao que parece as reclamações surtem efeito e os problemas
relatados foram solucionados. De repente desaparecem das folhas impressas.
Enquanto chega setembro e surge a venda ou troca por uma casa
de um pequeno sítio na comunidade Regomoleiro (São Gonçalo do Amarante), com
entendimento no número quatro da vila famosa.
O topônimo veio de Rodrigo
Moleiro, proprietário de um antigo moinho de cereais por volta de 1706. Em 1910
sugere-se a mudança para Alberto Maranhão, por sugestão da intendência
municipal, contudo a mudança não acontece.
No
povoado situa-se a capela de Rego Moleiro, uma das edificações mais antigas da
cidade, cuja data de construção é desconhecida.
Ou o caso de dona Claudina Azevedo, que, de viagem para o Rio
de Janeiro, vende os móveis da casa número três: dois grupos de agave seminovos,
uma mesa seminova, sistema moderno, camiseiro, cama de casal. “Tudo por um bom
preço.” E objetos outros: louças e relógios. E também a casa, frisa o anúncio
(novembro).
E mais uma. Número 47. Com negociação no número 51. Aquele
mesmo da criançada premiada no programa de rádio e pelo jornal e do caso do
primo da vítima de assaltos. Entra janeiro de 1949 e até os dois primeiros dias
da segunda semana de julho o anúncio continua na página do impresso católico.
No mesmo mês aparece a venda de lotes de terrenos na Deodoro
com a Vila Lustosa para negociação na Coronel Estevam 1116.
FONTES/FOTO
A Ordem
Prefeitura/São Gonçalo
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