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terça-feira, 16 de setembro de 2025

A saga da família dos jogadores americanos (V)

Fachada antiga estação de trem existente de 1881 até meados dos anos 40 do século passado

Queria matar o carroceiro e fere comerciante (Diário de Natal – 14/9/1948)

"Em consequência de conflito no seu estabelecimento, na manhã de ontem, recebeu ferimentos no rosto o comerciante Miguel Canuto de Souza, proprietário da movelaria à praça Augusto Severo 616 e figura tradicional da cidade.

Ao que colheu a reportagem no local, Raimundo Maranhão, proprietário de carroças de aluguel, que fazem ponto no beco da estação da estrada de ferro, pelo oitão do armazém da firma José de Brito & Cia, chegara na manhã de ontem decidido a tomar desforço pessoal contra um dos seus carroceiros, Chico Quirino, porque este, segundo consta, lhe desfeiteara a esposa no dia anterior.

Logo que ambos se avistaram Quirino se homiziou no interior da movelaria, de Miguel Canuto, indo o Maranhão ao encalço, de revólver em punho. Quirino se protegera como pudera, por detrás de um móvel, enquanto Miguel Canuto procurava dissuadir Maranhão de cometer violências no interior do estabelecimento.

Mas Maranhão estava irredutível e acabou disparando a arma em direção de Quirino, projétil que teve a trajetória desviada, indo atingir um dos móveis, porque Miguel Canuto em tempo segurara a mão do atirador.

Nessa ocasião ficou Miguel Canuto ferido no rosto pelos estilhaços de vidro dos óculos, atingido que fora por certeiro soco de luva de ferro vibrado pelo filho de Maranhão, que viera em reforço do pai.

Interviram terceiros, sendo, afinal, Maranhão e filho, empurrados para fora do estabelecimento, fechando-se lhes a porta.

Tudo parecia terminado e momentos depois saia Quirino do seu esconderijo, nas imediações do quiosque fronteiro à estação, empenhar-se em luta com o filho de Maranhão, que ficara de tocaia. Houve sopapo e os estilhaços de um garrafão que Quirino sobraçava.

Segundo nos adiantaram, a polícia se manteve ausente em virtude de mal entendido. Comunicado o fato pelo telefone ao II Distrito Policial informou este que a jurisdição era do I Distrito, enquanto daqui, por sua vez, afirmaram que o II é que deveria tomar conhecimento.

Afinal, um soldado do Exército, que acidentalmente passava pôs termo a luta e foi ai que apareceu um soldado e conduziu Quirino à Delegacia de Polícia, enquanto o antagonista, alegando ser de menor idade..." (empastelamento!)

 

 

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