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Fachada antiga estação de trem existente de 1881 até meados dos anos 40 do século passado |
Queria matar o carroceiro e fere comerciante (Diário de Natal – 14/9/1948)
"Em
consequência de conflito no seu estabelecimento, na manhã de ontem, recebeu
ferimentos no rosto o comerciante Miguel Canuto de Souza, proprietário da
movelaria à praça Augusto Severo 616 e figura tradicional da cidade.
Ao que
colheu a reportagem no local, Raimundo Maranhão, proprietário de carroças de
aluguel, que fazem ponto no beco da estação da estrada de ferro, pelo oitão do
armazém da firma José de Brito & Cia, chegara na manhã de ontem decidido a
tomar desforço pessoal contra um dos seus carroceiros, Chico Quirino, porque
este, segundo consta, lhe desfeiteara a esposa no dia anterior.
Logo que
ambos se avistaram Quirino se homiziou no interior da movelaria, de Miguel
Canuto, indo o Maranhão ao encalço, de revólver em punho. Quirino se protegera
como pudera, por detrás de um móvel, enquanto Miguel Canuto procurava dissuadir
Maranhão de cometer violências no interior do estabelecimento.
Mas
Maranhão estava irredutível e acabou disparando a arma em direção de Quirino, projétil
que teve a trajetória desviada, indo atingir um dos móveis, porque Miguel
Canuto em tempo segurara a mão do atirador.
Nessa
ocasião ficou Miguel Canuto ferido no rosto pelos estilhaços de vidro dos
óculos, atingido que fora por certeiro soco de luva de ferro vibrado pelo filho
de Maranhão, que viera em reforço do pai.
Interviram
terceiros, sendo, afinal, Maranhão e filho, empurrados para fora do
estabelecimento, fechando-se lhes a porta.
Tudo
parecia terminado e momentos depois saia Quirino do seu esconderijo, nas
imediações do quiosque fronteiro à estação, empenhar-se em luta com o filho de
Maranhão, que ficara de tocaia. Houve sopapo e os estilhaços de um garrafão que
Quirino sobraçava.
Segundo
nos adiantaram, a polícia se manteve ausente em virtude de mal entendido.
Comunicado o fato pelo telefone ao II Distrito Policial informou este que a
jurisdição era do I Distrito, enquanto daqui, por sua vez, afirmaram que o II é
que deveria tomar conhecimento.
Afinal, um
soldado do Exército, que acidentalmente passava pôs termo a luta e foi ai que
apareceu um soldado e conduziu Quirino à Delegacia de Polícia, enquanto o
antagonista, alegando ser de menor idade..." (empastelamento!)
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