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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Julgamento de cartas marcadas não tem legitimidade e credibilidade

Ex-presidente Jair Messias Bolsonaro ao lado de Michele durante solenidade oficial na presidência da República

Oito réus são os alvos prediletos do STF contaminado por ideologia


Magnus Nascimento

Jornalista e repórter-fotográfico


O julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus no Supremo Tribunal Federal (STF) entrou em uma fase decisiva.

A votação começou nesta terça-feira, com o relator, ministro Alexandre de Moraes, apresentando um voto pela condenação após um longo discurso de seis horas.

Ele apontou que as provas reunidas confirmam a participação do ex-presidente e dos demais acusados nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Na sequência, o ministro Flávio Dino também se manifestou pela condenação. Apesar de acompanhar integralmente a tese central de Moraes, Dino propôs que as penas para Alexandre Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira sejam menores, com base na avaliação de que esses réus tiveram um papel menos central nos acontecimentos investigados.

A sessão será retomada amanhã, com o voto de Luiz Fux. A expectativa é que o julgamento seja concluído até sexta-feira, quando também votarão Carmen Lúcia e Cristiano Zanin.

Considerando que já existem dois votos pela condenação, basta mais um para que Bolsonaro seja declarado culpado pelo Supremo.

A percepção sobre a composição do tribunal

Entre apoiadores do ex-presidente o resultado já é dado como certo.

A avaliação é que a composição atual da Corte não favorece Bolsonaro, que trava embates com ministros desde o período em que ainda estava no Planalto.

Alexandre de Moraes, relator do processo, foi um dos principais alvos de ataques de Bolsonaro e de seus aliados, e a inclusão de Flávio Dino — ex-ministro da Justiça do governo Lula — também reforça a narrativa de que se trata de um julgamento conduzido por figuras vistas como adversárias políticas.

Essa percepção alimenta o argumento de que o desfecho não surpreenderá,  já que, na visão desses grupos, o tribunal estaria inclinado a uma decisão desfavorável ao ex-presidente desde o início.

Ainda assim, do ponto de vista institucional, a leitura predominante é que o STF tem procurado consolidar a responsabilização dos envolvidos no episódio de 8 de janeiro como uma resposta firme às ameaças à democracia.

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