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Ex-presidente Jair Messias Bolsonaro ao lado de Michele durante solenidade oficial na presidência da República |
Oito réus são os alvos prediletos do STF contaminado por ideologia
Magnus Nascimento
Jornalista e
repórter-fotográfico
O julgamento de
Jair Bolsonaro e outros sete réus no Supremo Tribunal Federal (STF) entrou em
uma fase decisiva.
A votação começou
nesta terça-feira, com o relator, ministro Alexandre de Moraes, apresentando um
voto pela condenação após um longo discurso de seis horas.
Ele apontou que as
provas reunidas confirmam a participação do ex-presidente e dos demais acusados
nos atos golpistas de 8 de janeiro.
Na sequência, o
ministro Flávio Dino também se manifestou pela condenação. Apesar de acompanhar
integralmente a tese central de Moraes, Dino propôs que as penas para Alexandre
Ramagem, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira sejam menores, com base na
avaliação de que esses réus tiveram um papel menos central nos acontecimentos
investigados.
A sessão será
retomada amanhã, com o voto de Luiz Fux. A expectativa é que o julgamento seja
concluído até sexta-feira, quando também votarão Carmen Lúcia e Cristiano
Zanin.
Considerando que
já existem dois votos pela condenação, basta mais um para que Bolsonaro seja
declarado culpado pelo Supremo.
A percepção sobre
a composição do tribunal
Entre apoiadores do ex-presidente o resultado já é dado como certo.
A avaliação é que a
composição atual da Corte não favorece Bolsonaro, que trava embates com
ministros desde o período em que ainda estava no Planalto.
Alexandre de
Moraes, relator do processo, foi um dos principais alvos de ataques de
Bolsonaro e de seus aliados, e a inclusão de Flávio Dino — ex-ministro da
Justiça do governo Lula — também reforça a narrativa de que se trata de um
julgamento conduzido por figuras vistas como adversárias políticas.
Essa percepção
alimenta o argumento de que o desfecho não surpreenderá, já que, na visão desses grupos, o tribunal
estaria inclinado a uma decisão desfavorável ao ex-presidente desde o início.
Ainda assim, do
ponto de vista institucional, a leitura predominante é que o STF tem procurado
consolidar a responsabilização dos envolvidos no episódio de 8 de janeiro como
uma resposta firme às ameaças à democracia.
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