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terça-feira, 19 de março de 2024

Surge dúvida sobre autoria da imagem dos presidentes (III)


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"Aventuras em tempo de guerra vivem novamente". É o título da reportagem assinada por Eric Ruth. Publicada no site "University of Delaware Messenger".

Durante 73 anos, as memórias de guerra de Jack Harrison, EG49, foram só dele.

Ele sempre os manteve em sua mente, valorizando sua presença ainda nítida, mas ainda não vendo como poderia compartilhá-los com o mundo. E no fundo de seu armário, no silêncio escuro de caixas há muito fechadas, sentavam-se centenas de fotos que ele tirou como observador aéreo da Marinha sobre o Atlântico – invisíveis, não apreciadas e potencialmente perdidas para a posteridade.

No entanto, com o passar dos anos, e os homens com quem ele lutou começaram a escapar, ele começou a acreditar que era hora de celebrar a história que eles compartilharam e trazer essas fotos à luz e à vida novamente. Certamente, em um mundo saturado de histórias da Segunda Guerra Mundial, tinha que haver espaço para mais um conto de alguns homens corajosos, fazendo o seu melhor humilde para ajudar a paz a prevalecer.

Foram necessários 10 anos de trabalho, mas aos 91 anos, o morador de Hockessin, Delaware, finalmente terminou seu livro de memórias daqueles dramas de guerra, o recém-publicado "FairWing Brazil: Tales of the South Atlantic in World War II". Nele, Harrison relata as façanhas dele e de seus companheiros marinheiros guardando comboios e perseguindo submarinos na costa do Brasil, trazendo os leitores para a ação com as fotos granuladas, mas convincentes, tiradas como um marinheiro de 18 anos, no alto das ondas, mas nunca longe do perigo.

Criado em Yorklyn, Delaware, Harrison sempre foi fascinado por fotografia, aviação e oceano, e se viu atraído pelo reconhecimento aéreo quando um senso de dever o obrigou a se alistar logo após o ataque a Pearl Harbor em 1941 "Eu tinha lido sobre guerra de trincheiras, e não queria nada disso. Então escolhi os perigos do mar."

Ele tinha apenas 18 anos – dois meses fora do ensino médio.

Depois de um período voando como vigia em aviões de patrulha anfíbia, escoltando comboios no Atlântico Norte entre a Grã-Bretanha e a Rússia, ele foi transferido para o Brasil para servir na Ala Aérea 16, o componente de aviação da Quarta Frota dos EUA. A avaliação de seu supervisor sobre a nova missão foi sucinta: "Vocês rapazes estão indo para um lugar muito quente".

Uma vez que suas forças estavam situadas na costa do Brasil, a Marinha recebeu uma missão simples, mas perigosa: encontrar e destruir navios do Eixo que estavam atacando comboios aliados e canalizando material de guerra através da passagem oceânica entre o Brasil e a África.

Por meio de uma narrativa fotográfica e literária, o livro de Harrison borda essa estrutura militar com uma tapeçaria da vida em tempos de guerra em uma costa tropical varrida pelo vento – os navios castigados por ondas quebrados por torpedos; os marinheiros entediados tentando se divertir com jogos de beisebol improvisados e shows de USO; os rostos dignos dos civis brasileiros que passaram a considerar como família.

Nas extensões do oceano, perigos também faziam parte da missão. Os aviões de observação eram ocasionalmente disparados para fora do céu enquanto tentavam lançar bombas contra submarinos, e as tripulações de submarinos alemães bombardeados frequentemente se encontravam no visor de Harrison enquanto acenavam de balsas salva-vidas longe da salvação.

Uma vez que a turbulência da guerra havia diminuído e ele estava em casa, seus pensamentos se voltaram para seu futuro e para a UD – embora seus objetivos acadêmicos fossem incertos no início. "Eu não tinha a menor ideia do que levar. Então perguntei ao pessoal do balcão de admissão: 'Qual é o curso mais difícil que você tem?' Disseram Engenharia Química. Minha linha de pensamento era: você faz o curso mais difícil, vai acabar recebendo o melhor salário."

Ele seguiria para uma carreira de sucesso como executivo da indústria química e especialista em engenharia ambiental, mas os anos de guerra permaneceriam em seus pensamentos. Ainda hoje, ele olha para tudo isso com um orgulho ainda evidente e com uma tristeza persistente pelas vidas que viu perdidas a bordo dos navios de transporte que navegaram em perigo.

"Nosso desconforto empalideceu em insignificância contrastado com os perigos potenciais enfrentados pelos marinheiros da marinha mercante que estariam navegando no 'Buraco Negro', aquela área no meio do oceano onde nenhuma cobertura aérea poderia ser fornecida aos comboios naquele momento", diz ele no livro. "Eles, por muito tempo, foram os heróis desconhecidos da Segunda Guerra Mundial."

O livro de Harrison é uma forma de trazer alguma medida de reconhecimento a um teatro de guerra que, em sua mente, foi amplamente negligenciado, e às pessoas que suportaram suas dificuldades.

"A maioria das pessoas não aprecia o fato de que foi uma grande batalha", diz ele sobre os esforços para manter as rotas marítimas livres na costa da América do Sul. "Tudo o que se ouve falar é do Atlântico Norte. O público americano não percebe o alcance e a profundidade dos esforços feitos pelos brasileiros como nossos aliados."


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