O professor e maestro potiguar Waldemar de Almeida orientou uma geração de músicos no Rio Grande do Norte |
José Vanilson Julião
Moisés Mandel começou em Natal e faleceu no Recife |
Para se compreender o título da série sobre a história do primeiro clube potiguar com o nome "Globo" indico os sites “Fatos e Fotos de Natal Antiga” (9/1/2022) e “Tok de História” (6/6/2021).
Lá estão os históricos da imigração judaica no RN nas duas primeiras décadas do século XX, conduzidas, respectivamente, pelo jornalista Adriano Medeiros e pelo historiador Rostand Medeiros (não são parentes)
No caso específico desta sequência o foco principal é a família Mandel (uma
das mulheres vem a ser personagem em quase todo o relato).
Tudo começa com a imigração para o Recife e em seguida Natal. Aos 13 ou
14 anos Fichel ‘Felipe’ Mandel chega na cidade em 1916. Vindo de Sucoron
(Bessarabia).
Túlio Tavares fez sucesso em Brasília |
Posteriormente desembarcam os irmãos Jorge, Leon, Bete e Rosa. Depois, com o falecimento do pai, manda buscar a mãe, Hanna.
Com a família adaptada casa com a pernambucana Priscila Genesi. É eleito
tesoureiro do Centro Israelita local (31/12/34). E pai de Moisés Jacob, nascido
em 1924, e Póla, que vem a ser mãe de Riva (“Riveca”).
O quarto Interventor federal,
o capitão-tenente e comandante da Escola de Aprendizes Marinheiros, Bertino
Dutra da Silva (11/6/32 – 6/6/33), por insistência do professor Severino
Bezerra de Melo (Diretor do Departamento de Educação), funda o Instituto de
Música (Decreto 425, 31/1/33).
O professor Waldemar de
Almeida (Macau, 24/8/1904 – São Paulo, 26/5/1975) estrutura-o com classes de
ensino regulares de canto orfeônico, composição e orquestração, flauta e seus
congêneres, piano, violino, violoncelo e contrabaixo.
Almeida havia fundado a
Sociedade Cultural Musical (4/6/1932) para divulgar a arte musical e propagar a
sistematização pedagógica em vista do intercâmbio cultural com outras
sociedades idênticas. As dificuldades financeiras foram determinantes para o
fechamento.
A pré-adolescente Riva participa do curso do professor Waldemar de
Almeida que protagonizam a décima sétima audição noturna no Teatro Carlos Gomes
(hoje Alberto Maranhão) em benefício do Centro Náutico Potengi. Participa com
obras de música clássica do alemão Ludwig Von Beethoven (Minuetto) e o russo
Tchaikowski (Mazurka).
Ester Wenstein, Dinah Monte, Ziva Blatman, Leonor Gonçalves e Maria da
Glória Sigaud tocam a “Tarantela” (Beaumont), a “Valsa do Adeus” (do polonês
Frederico Chopin), “Marcha Turca” (Wolfgang Amadeus Mozart), “A Fiandeira”
(Mendel) e estudos de Chopin.
A concorrida noite é encerrada pelos pianistas natalenses Túlio Tavares (1921
– 1995) e Oriano de Almeida (15/7/27 – 2004), sobrinho do professor. Ambos com
Chopin.
O recital é divulgado pelo jornal diário vespertino católico “A Ordem”
(sábado, 1/8/36), já no segundo ano de circulação.
Do seio familiar sai o violonista Moisés Mandel (falecido em 12/6/2012),
que está na lista do exame do curso de admissão dos alunos que concluem o
segundo ano do Ginásio Rui Barbosa.
O resultado é publicado em “A Ordem” (sábado, 1/8/36). Em 45 segue para
o Conservatório Pernambucano de Música e 12 anos depois é atração na cidade (“Diário
de Natal” – 1957).
Participa da Orquestra Sinfônica do
Recife (1994 – 2010) e falece aos 80 anos depois de um AVC sofrido no ano
anterior.
Oito dias após o palco do Teatro de Santa
Isabel, no bairro de Santo Antônio, recebe a Orquestra recifense em concerto
que homenageia o potiguar.
Ainda fez parte das sinfônicas da Bahia e
do Teatro Nacional (Brasília). E diretor da Escola de Música da Universidade de
Brasília e professor na Fundação Gulbekian (Portugal).
FONTES/IMAGENS
A Ordem
Diário de Natal
Tribuna do Norte
Deu Bom Brasília
G1
Nordeste 10
Fatos e Fotos de
Natal Antiga
Tok de História
Nenhum comentário:
Postar um comentário