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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Cineasta de "Jesuíno Brilhante" consulta obras dos conterrâneos

Rodolfo Teófilo: nome errado

J. Valdeci

Especial

O diretor de "Jesuíno Brilhante, O Cangaceiro" (1972), William Cobbett – filho do cartorário Manoel Cosme e dona Luíza Siqueira – baseou o roteiro e argumento do filme em pesquisas sobre o personagem nas principais obras escritas até então.

A primeira abordagem do personagem central coube ao baiano radicado no Ceará, o escritor e médico Rodolpho Marcos Teófilo (Salvador, 1853 – Fortaleza, 1932): “Os Brilhantes” (1895).

Em dois volumes é importante peça literária regional naturalista do autor de “A Fome”, romanceada, mas que, inclusive, erra no nome: “Jesuíno Soares”. Trata mais da ambientação nordestina.

O cangaço dele é posterior ao lançamento da primeira obra sobre o assunto, o “Cabeleira” (1876), apelido do pernambucano João Gomes. Autoria de outro cearense: João Franklin da Silveira Távora (1842 – 1888).

João Franklin Távora

A segunda ao também cearense Gustavo Adolfo Luís Guilherme Dodt da Cunha Barroso (Fortaleza, 1888 – Rio de Janeiro, 1959): “Heróis e Bandidos – Cangaceiros do Nordeste” (1917), agora com maios dados e informações reais sobre a saga do bandoleiro patuense.

A terceira com Luís da Câmara Cascudo: “Flor dos Romances Trágicos” (1966), uma primeira edição com segunda e terceira edições, com capítulo dedicado ao personagem tendo como pano de fundo duas “Actas Diurnas” (colunas em “A República” – 1942).

A última, mais completa, com comentários das transcrições das anteriores e documentos dos processos no Judiciário e relatórios policiais e oficiais das autoridades, do potiguar do Martins, Raimundo Nonato da Silva, editada em 1970 pela Coleção Mossoroense.

Também nos créditos consulta ao deputado federal e governador potiguar Juvenal Lamartine de Faria (1874 – 1956). Com o póstumo livro “Velhos Costumes do Meu Sertão” (1965).

Na época estas eram as fontes primárias mais importantes. Depois, a partir dos anos 90, apareceram mais obras sobre o personagem, complementares as anteriores, que serviram de cacimba de água da fonte.

 

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