A matriz da sapataria do comerciante ficava no centro da atual capital João Pessoa/PB |
José Vanilson Julião
Nos anos subsequentes a Independência, durante o Império, era
comum qualquer pessoa abastarda ou ter indício de riqueza trazer, sob encomenda
ou não, patentes militares antecedendo o nome próprio.
Prática, mania ou costume que se estende pela República e
continua nas primeiras décadas do século XX do litoral ao sertão. Mesmo que o
portador do título não fosse oficial do Exército e Armada (Marinha).
Força paramilitar ou regular, como a Guarda Nacional,
“Voluntários da Pátria” ou um batalhão qualquer, tipo o “Silva Jardim”,
composto por civis comandados por um militar de baixa patente do corpo de
segurança provincial ou estadual.
Estas pessoas ostentavam orgulhosamente um “tenente”,
“capitão”, “major” ou “coronel” como anteparo (nunca um “cabo, “sargento”, “general”)
e entre elas se encontravam comerciantes, casos explicitamente encontrados na
lista de convidados para o casamento da filha de Pedro Velho.
Outra singularidade: alguns convidados não tem a ocupação
profissional, cargo público ou ocupação política como preambulo, mas faziam
parte da intelectualidade local.
Porém há convidados desconhecidos da história oficial. Um exemplo
típico: o Trajano Pessoa, que a pesquisa descobre ser o sócio paraibano de uma
sapataria com matriz na Paraíba do Norte.
E filial na Rua Correia Teles, antiga do Comércio (Ribeira). A
“Sapataria Pessoa” (jurídico Pessoa Silva e Companhia) publica vários anúncios
no jornal “A República” no decorrer de 1902.
Com fábrica própria chega a ter publicidade gratuita (ou plantada?) no
jornal “O Norte” (sábado, 7/11/1908), no “Conto de Modas”, escrito por Augusto
de Azevedo.
Com loja na Rua Maciel Pinheiro, centro da cidade, também revende produtos paulistas, americanos, ingleses, austríacos, da Bahia e do Rio de Janeiro.
FONTES
A
República
O Norte
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