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terça-feira, 24 de outubro de 2023

Um novato "intrometido" no baile do casal Tavares de Lira

A matriz da sapataria do comerciante ficava no centro da atual capital João Pessoa/PB

José Vanilson Julião

Nos anos subsequentes a Independência, durante o Império, era comum qualquer pessoa abastarda ou ter indício de riqueza trazer, sob encomenda ou não, patentes militares antecedendo o nome próprio.

Prática, mania ou costume que se estende pela República e continua nas primeiras décadas do século XX do litoral ao sertão. Mesmo que o portador do título não fosse oficial do Exército e Armada (Marinha).

Força paramilitar ou regular, como a Guarda Nacional, “Voluntários da Pátria” ou um batalhão qualquer, tipo o “Silva Jardim”, composto por civis comandados por um militar de baixa patente do corpo de segurança provincial ou estadual.

Estas pessoas ostentavam orgulhosamente um “tenente”, “capitão”, “major” ou “coronel” como anteparo (nunca um “cabo, “sargento”, “general”) e entre elas se encontravam comerciantes, casos explicitamente encontrados na lista de convidados para o casamento da filha de Pedro Velho.

Outra singularidade: alguns convidados não tem a ocupação profissional, cargo público ou ocupação política como preambulo, mas faziam parte da intelectualidade local.

Porém há convidados desconhecidos da história oficial. Um exemplo típico: o Trajano Pessoa, que a pesquisa descobre ser o sócio paraibano de uma sapataria com matriz na Paraíba do Norte.

E filial na Rua Correia Teles, antiga do Comércio (Ribeira). A “Sapataria Pessoa” (jurídico Pessoa Silva e Companhia) publica vários anúncios no jornal “A República” no decorrer de 1902.

Com fábrica própria chega a ter publicidade gratuita (ou plantada?) no jornal “O Norte” (sábado, 7/11/1908), no “Conto de Modas”, escrito por Augusto de Azevedo.

Com loja na Rua Maciel Pinheiro, centro da cidade, também revende produtos paulistas, americanos, ingleses, austríacos, da Bahia e do Rio de Janeiro.


FONTES

A República

O Norte 

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