Capitania dos Portos (Avenida Câmara Cascudo/Cidade Alta) na descida para a Ribeira |
Superintendente britânico da estrada ferro “Great Western”, Samuel Hewett Agnew, envolvido na organização
José Procópio Filgueira
Neto*
A regata teria cinco páreos
com escaleres de seis (“Deodoro da Fonseca" e "Floriano Peixoto) e os
demais com escaleres de quatro remos ("Igualdade",
"Liberdade" e "Fraternidade"), denominados assim em
homenagem a França, e "Benjamim Constant", "Silva Jardim" e
"José Bonifácio" com cinco.
Participariam duas
baiteiras com três remos “patroadas” por Luiz Cortez e pelo remador Alfredo Correia
e duas baleeiras com seis remos ("Dantas" e "Rio Branco"),
tripuladas por alunos da Escola de Aprendizes Marinheiros com patrões, tenente
João Santos (organizador) e José de Barros.
Para identificação dos juízes as embarcações usariam bandeiras de cores diferentes.
De chegada: Ferreira
Chaves (governador), desembargadores Vicente de Lemos, Vieira de Melo, Antônio
de Souza, coronéis Juvino Barreto, Romualdo Galvão, doutores Horácio Barreto e
Thomaz Gomes;
De partida: doutores Eutíquio Autran, Genésio de Brito, Alípio Barros, João Nepomuceno, coronéis Gaspar Monteiro e Manoel Filgueira de Araújo;
de arquibancadas: doutor Fábio Rino, coronéis
Olímpio Tavares, Rodrigues Viana, José de Viveiros e Joaquim Peregrino;
de raias: Alberto
Maranhão, Segundo Wanderley, coronéis Caldas Sobrinho, Odilon Garcia, Pedro
Avelino e Pedro Soares de Araújo.
Comissão de entrega de prêmios aos vencedores: Dalila e Sophia Maranhão, Júlia Monn, Maria José da Mota Bitencort e Maria Carlota de Lemos.
As esposas dos juízes da prova constituíam
grupo de Juízas Protetoras, controlando ações contra possíveis investidas de
outros tipos de "protetores".
Para que os assistentes
pudessem participar da regata, fazendo apostas nos diferentes barcos, a
comissão organizadora instalou no trapiche do Cais da Alfandega (Capitania
dos Portos) e local da chegada uma barraca para a venda de “poules”
(bilhetes) e prêmios em dinheiro.
O público ocupa margem do Potengi, desde o Paço da Pátria – local da partida – até o palácio do Governo na Rua do Comércio (Chile).
No meio do rio uma jangada com bandeira
vermelha dividia as raias da competição.
Os foguetões anunciavam
as partidas dos barcos, enquanto a banda de música da fábrica de tecidos
executava dobrados nas chegadas.
No palácio Ferreira
Chaves, ao lado da esposa e dos integrantes das comissões, homenageava os vencedores.
O primeiro páreo vencido
pelo barco "Dantas" com o patrão José de Barros, o segundo anulado
por não ter a baiteira "Silva Jardim" cumprido integralmente o
percurso.
O barco
"Liberdade" vence o terceiro, tendo como patrão João Santos, enquanto
João de Barros, como patrão do barco "Deodoro" ganha o quarto. Por
desistência é cancelado o quinto e último páreo.
O movimento de apostas
chegou aos 60$000 (sessenta mil reis), além das cotas, os vencedores ainda
fizeram jus a donativos oferecidos pelos casais Alberto Maranhão, Gaspar
Monteiro e senhoras que não quiseram ser identificadas.
Dentre os prêmios um
alfinete de gravata, de ouro e ónix ao remador José de Barros, oferecido pelo
doutor Pedro Soares de Araújo; um porta relógio de cristal, em forma de leque,
destinado ao patrão do barco "República", oferta de D. Maria
Wanderley de Farias Caldas, esposa do Tenente-Coronel Caldas Sobrinho.
Os integrantes das
guarnições vencedoras receberam medalhas de ouro cunhadas especialmente para o
evento.
*Adaptação do texto
publicado no “Jornal Zona Sul” em abril de 2016.
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