Missas são encomendas na imprensa carioca, pernambucana e potiguar
José Vanilson Julião
Igreja Bom Jesus das Dores/Ribeira |
A Revolta da Armada, também conhecida como “Restauradora”, teve um dos pontos máximos na batalha de Niterói, quando foi baleado e morto um dos filhos do dinamarquês Felipe Leinhardt, o jovem cadete Victor, de apenas 20 anos.
O combate mais ferrenho acontece na península da Armação (hoje imediações do bairro Ponta da Areia).
Sendo relatado com pormenores de horários em tempo recorde na edição do
dia seguinte no jornal “O Paiz” (sábado, 10/2/1994).
São poucas as informações e pormenores na imprensa local nos dias seguintes a data da luta.
Os leitores
somente tomam conhecimento do resultado trágico para uma família nos anúncios
das encomendas das missas.
Primeiro em jornais
metropolitanos. Como em “O Paiz” (quarta-feira, 21). Os empregados da
Cooperativa Militar do Brasil chamam para a igreja São Francisco de Paula (8 horas).
Na edição da sexta-feira (23), para o dia seguinte, na
igrejinha de São Cristóvão (8h30), em nome da família:
pai Felipe, mãe Rosa da Rocha, os irmãos Isaac (o professor de Rio Claro), Lina, Sofia dos Santos, a
viúva Isabel L. Duncan, Alexandre Duncan. Os cunhados, Antônio C. Borromeu dos
Santos (ausentes), Maria Peixoto e Thomé Barbosa Peixoto.
Em seguida os
jornais da capital potiguar: o então semanário “A REPÚBLICA” (sábado, 24) com a nota “GLORIOSA VÍTIMA”: “A consolação de
que a memória do seu filho viverá eternamente na história do Rio Grande do
Norte.”
O “Caixeiro”
(quarta-feira, 28) com “Noticiário” e no
“Suplemento do Batalhão
Silva Jardim): “Cobre-se de luto a pátria norte-rio-grandense... A
briosa falange do batalhão manda celebrar missa, dia 9 (sexta-feira), na Igreja
do Bom Jesus das Dores (Ribeira)”.
Na edição da
quarta-feira (14): - Após o ato religioso a formação deu três cargas sucessivas
e desfilou pela Travessa Bom Jesus, Praça 28 de Novembro, Rua Correia Teles e
Praça da República. O comandante do 34 cedeu a banda de música ao “Silva
Jardim.”
Completa: “Presentes
a missa o governador estadual (Pedro Velho de Albuquerque Maranhão) e os
desembargadores Chaves Filho e Ferreira de Melo, o coronel Pedro Nery, o
presidente da Intendência, o cidadão Amaro Barreto...”
O Batalhão Patriótico
Silva Jardim, organização nacional paramilitar de voluntário civil, criada em
1893 para conter os movimentos restauradores monarquistas.
FONTES
A Província
A República
Diário de
Pernambuco
Fundação Getúlio
Vargas/CPDOC
Jornal do Recife
Jornal Pequeno
O Caixeiro
O Paiz
Revista Acervo
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