José Vanilson Julião
Sem sair do Recife, onde
se instala após sair de Natal no começo do século XX (1902), o norueguês (dinamarquês?)
Felipe Leinhardt se torna sócio da Fundição Brazileira Kobler & Cia., especializada
na manufatura de máquinas e de fundições artísticas (ferro e bronze).
A empresa fundada em
1894, à Rua da Conceição (Rio de Janeiro), funciona em espaçoso edifício à Rua
Vasco da Gama, 125, e emprega 120 operários e oficiais. Segismundo Kobler tem como
sócio comanditário Philippe Deck.
Com a retirada deste entram
para sócios, sucessivamente, Antônio Pereira da Costa (1896/1900) e nosso
personagem, Leinhardt (1900/1908). Para que não fosse alterada a titulada firma
Kobler admite como sócio comanditário o sogro.
Escultor mexicano R. Bernardelli
“A fundição é montada com
maquinismo moderno; a força motriz é a elétrica, havendo motores a vapor que,
em caso de desarranjo dos elétricos ou de interrupção de corrente, fornecem a
energia necessária.
As máquinas e materiais são
importados da Inglaterra. A empresa tem construído muitas máquinas, encarregando-se
também da sua montagem e instalação, não só para a lavoura, como também para a
indústria.”
Alguns dos importantes
contratos executados são os das fábricas da Companhia Fiação e Tecidos Cometa (Serra
de Petrópolis e Rio de Janeiro); Companhia Fiação e Tecidos Corcovado e
Companhia Confiança Industrial.
“Kobler & Cia. têm
também executado contratos para serviços à Marinha, Exército e municipalidades
do Rio de Janeiro e Niterói, tais como ereção de monumentos ou estátuas de
valor artístico, em ferro e bronze.”
Um dos trabalhos da companhia,
durante a administração do prefeito Francisco Pereira Passos (1909), foi o
lampadário de ferro encimado pelo relógio de quatro faces decorado com três
figuras alegóricas de sereias aladas representando o comércio, a indústria e a
navegação.
A obra localizada no
Largo da Lapa é um dos exemplos da arquitetura artística da chamada “belle époque
tropical”, de autoria do artista, escultor e professor mexicano José Maria
Oscar Rodolfo Bernardelli y Thierry (Guadalajara, 1852 – Rio de Janeiro, 1931).
Irmão dos pintores Henrique (1858 – 1936) e Felix (1866 –
1905) fixa-se com a família no Rio Grande do Sul. Por volta de 1866 muda-se
para o Rio com os pais, futuros preceptores das princesas Isabel (1846 – 1921)
e Leopoldina (1847 – 1871), a convite de Pedro II (1825 – 1891).
Entre 1870 e 1876 frequenta as aulas de escultura de
estatuária de Chaves Pinheiro (1822 – 1884) e de desenho de modelo vivo na
Academia Imperial de Belas Artes.
Como aluno pensionista permanece em Roma (1877/84), estuda
com os mestres Achille d'Orsi (1845 – 1929) e Giulio Monteverde (1837 – 1917).
De volta ao Brasil é professor de escultura em substituição a
Chaves Pinheiro. Considerado um dos reformadores do ensino artístico Bernardelli
é (1890/1915) o primeiro diretor da recém instituída Escola Nacional de Belas
Artes.
Cria a categoria de aluno livre e o Conselho Superior de
Belas Artes e propõe a edificação da nova sede na avenida Rio Branco. Em 1919,
em Madri, é proclamado acadêmico honorário da Real Academia de Belas Artes de
San Fernando.
Em 1931, no Rio de Janeiro, é fundado o Núcleo Bernardelli em
homenagem aos irmãos Rodolfo e Henrique.
Fontes/Imagens
A República
Instituto Estadual do
Patrimônio Cultural/RJ
Instituto Histórico de
Patrimônio Nacional
Monumentos do Rio
Novo Milênio
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