José Vanilson Julião
O
prenúncio de que o aristocrata potiguar na sociedade carioca Ramiro Gomes
Pedrosa, nascido no Rio Grande do Norte, está prestes a entrar para a
literatura esportiva, bem antes que o primo Raul Barreto de Albuquerque
Maranhão pelas mãos do cronista Mário Filho, vem do jornal “Correio de São
Paulo” (sexta-feira, 7 de abril de 1933).
“Grandezas
e misérias do futebol brasileiro”, um livro de memórias sobre que o médio-direito
mineiro Floriano Peixoto Correa (Itapecerica, 14/5/1903 – Argélia, 19/9/1938) “vai
lançar em breve”, diz o jornal da capital paulistana. “Estou precisando de
dinheiro”, afirma o então player.
O
nome volta a ser explorado pela imprensa com a reedição da obra neste século. E
mais recentemente com a decisão estapafúrdia da CBF em reconhecer e equiparar um
torneio com quatro times ao Brasileiro. Ele era o treinador do Atlético Mineiro
na ocasião (1937).
Floriano começa a jogar na escola. matricula-se no Colégio
Militar/Barbacena (1916). Joga no Infantil Futebol Clube, Mayrinck e no Paissandu. Transfere-se
ao Colégio Militar/Porto Alegre (1919), ingressando no Internacional (1920/21) e
participou de amistosos na primeira temporada. Era conhecido como “Carioca.”
Com a morte dos pais (1920) não teve condições de
prosseguir os estudos e desliga-se do Colégio Militar (1921), mudando-se para
Caxias do Sul, quando atua pelo Juvenil (depois Juventude). Apesar do futebol
ainda ser considerado amador, pagava-se certa remuneração aos atletas.
Joga no Porto Alegre (1922) e Grêmio (1923), sendo
convocado para a Seleção Gaúcha. Assenta praça na VIII Companhia de Metralhadoras
Pesadas é convocado pela Liga de Esportes do Exército para a Seleção do
Exército que enfrentou a Marinha, no Estádio da Gávea (Exército 2 x 1 Marinha).
No III Regimento
de Infantaria (1924), na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, joga pelo Fluminense. Campeão carioca, os dirigentes o convencem a dar baixa. No ano seguinte é campeão brasileiro de seleções. Recebe o apelido de "Doutor da Bola" e foi convocado para o Sul-Americano em Buenos Aires.
Volta a ser campeão de seleções (1927). No mesmo ano [e acusado
de "vender-se" ao América. Dispensado, ingressou no alvirrubro, sendo
campeão carioca (1928). E novamente campeão de Seleções. Ganha o apelido de
"Marechal da Vitória" (uma alusão ao outro marechal).
Na final do campeonato de 1929 o América foi derrotado
pelo Vasco da Gama e Floriano foi acusado de suborno. Em 1930 começou
o carioca pelo São Cristóvão, mas desistiu do futebol, mas atua três meses
pelo Barretos até aceitar convite do Santos em agosto de 1930.
Em 1931 foi vice-campeão paulista. No final do campeonato
foi acusado de tentar subornar jogadores do Juventus, junto com o atacante
Feitiço, mas foram absolvidos.
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 serviu como
soldado VII BCR, dos rebeldes, participando dos combates. Em 1933 publicou o
livro pela Flores & Mano Editores (Rio de Janeiro), no qual conta os
bastidores da carreira e a relação com os dirigentes.
No mesmo ano transfere-se para o Atlético, onde jogaria
até 1935. Em 1936, como técnico, levou o título
do Torneio dos Campeões. Retornou ao Rio, contraiu tuberculose. Buscando
tratamento, foi para Nice. Depois seguiu para a colônia francesa africana. O
local da morte é controverso: Oran ou Argel (Argélia) ou Dacar (Senegal).
FONTES/IMAGENS
Correio de São Paulo
Jornal dos Sports
Acervo Histórico do Santos
Bangu Atlético Clube
Futebol & Outras Histórias
Galo Digital
Galopedia
Goal Brasil
Grêmiopedia
Ludopedio
No Ataque
Só Súmulas
O Gol
UP9
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