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sábado, 30 de setembro de 2023

Antigo jogador do América/RN é contemporâneo de Ramiro Gomes Pedrosa no Fluminense

Time do América/RN campeão do Torneio Início e do campeonato local em 1919

José Vanilson Julião

O antigo jogador do Riachuelo e agora dirigente do Fluminense, o aristocrata potiguar Ramiro Gomes Pedrosa, já havia sido homenageado como patrono de uma taça em amistoso na cidade mineira de Juiz de Fora (na primeira semana de novembro de 1923 contra o Sport local), o médio-direito Floriano Peixoto Corrêa como aquisição tricolor em março de 1924, mas a grande novidade como reforço para a temporada vem do rival Botafogo Futebol Clube.

O “Pó de Arroz” havia sido tricampeão metropolitano (1917/18/19) e entra a temporada com um elenco envelhecido e um jejum de três anos, quando o noticiário dos jornais cariocas é sacudido e repercutido entre os torcedores com a contratação do ex-atacante botafoguense Nilo Murtinho Braga (Rio de Janeiro, 3 de abril de 1903 – 7 de fevereiro de 1975), que havia iniciado a carreira efetivamente no juvenil do próprio tricolor e acaba campeão Carioca.

Apesar da diferença de idades e das épocas, provavelmente o diretor Ramiro Gomes Pedrosa, por ter nascido no Rio Grande do Norte, e Nilo Murtinho Braga, devem ter trocado reminiscências sobre a capital potiguar, pois o segundo esteve um curto período em Natal como jogador e campeão pelo América (1918/19). Época em que os tios Frederico (um dos fundadores do ABC Futebol Clube), o “Fred” e Emanuel residiam na cidade como funcionários de repartições públicas.

Ao retornar ao Rio de Janeiro – onde começara no futebol pelo Sport Club Curupaity (fundado em 8/6/1914) – estreia no primeiro quadro pelo “Glorioso” contra o Bangu (2 x 0 – 7 de dezembro de 1919). Permanece no alvinegro até 1922, quando por divergência se transfere para um atualmente desconhecido “Brasil” da segunda divisão, de onde sai para o Fluminense.

O estranho mesmo é a atribuição de pelo menos 21 jogos pelo América (Wikipedia) quando se sabe que o alvirrubro potiguar não chegou a realizar tantos jogos nas temporadas 1918/19 (pela contabilidade do blog não passa de 13!).

Na seleção brasileiro Nilo (ou Fernando segundo outra fonte) entra em campo 21 vezes (com cinco amistosos na soma) e 16 gols (seis não oficiais).

O meia-direita botafoguense Nilo Murtinho Braga no selecionado nacional na Copa de Mundo/1930


FONTES

Folha de São Paulo

Datafogo (Cláudio Falcão)

Mundo Botafogo (Ruy Moura)

Pedro Varandas

Renato Lanna Fernandez: Fluminense – A construção de uma identidade clubística no futebol carioca (1902/1933) – Curso de Mestrado (Fundação Getúlio Vargas – março/2010) 

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