Consulta

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

A origem potiguar do antigo goleiro botafoguense (III)


José Vanilson Julião

Para entender como dois cariocas ligados ao Rio Grande do Norte, um como atleta do América de Natal e outro por laços de parentesco com as famílias Pedrosa, Albuquerque e Maranhão, se tornaram jogadores do Botafogo se fez necessário buscar e cruzar informações espalhadas paralelas ou referentes ao alvinegro.

O pré-adolescente Nilo Murtinho Braga passa pelo alvirrubro Curupaity (Catete) entre 1914/15, seguido de curto período no Fluminense (Laranjeiras), suficiente para ser campeão na primeira competição juvenil metropolitana (1916), antes de aparecer no América/RN (1918/19) e chegar no alvinegro (dezembro/1919).

Quanto a Roberto Gomes Pedrosa no ano de nascimento (1913) o clube dos irmãos e tios da família Joppert – alemães já misturados com brasileiros – o Riachuelo é página virada nas competições do Rio de Janeiro.

O quadro apresenta uma coincidência entre as famílias Murtinho Braga e Joppert: Nilo é contemporâneo no Botafogo de Ernani de Suckow Joppert (estreia em 1917), Orlando da Silva Joppert (campeão do terceiro quadro em 1920) e Haroldo (1921), enquanto Wigand Joppert faz parte do elenco em 1915.

Na mesma época ou períodos em que jogam pelo alvinegro Nilo e os irmãos Frederico (1919) e Fernando (1920). Com o detalhe de que o Murtinho vem do lado materno, pois o pai chamava-se Emanoel Gomes Braga, capitão dos Portos no Rio Grande do Norte.

A situação demonstra que a veiculação de Roberto Gomes Pedrosa ao Botafogo é muito mais patente e fácil de explicar pelos laços de parentesco como sobrinho de quatro botafoguenses, apesar do cunhado (pai de Roberto), Ramiro Gomes Pedrosa, ser diretor do Fluminense, comprovadamente, entre 1923/1927.

Nilo é personagem paralelo na temporária e complicada história pelo lado do tio Oldemar do Amaral Murtinho (1885 – 1971) – membro de comissão técnica (1917/19), segundo-secretário (1918) e presidente (1925).

Odelmar Murtinho era filho do senador e médico José Antônio Murtinho (Cuiabá, 1847 – Rio de Janeiro, 1935) e neto do político e médico com o mesmo nome, presidente da Província do Mato Grosso, J. A. Murtinho (Valença/BA, 1814 – Cuiabá, 1888).

Em 1910 podia-se avistar Oldemar em grupo de visitantes a um enfermo senador. Ou em visita a redação de algum dos jornais cariocas. Ou no noticiário como “oficial” na diretoria geral de contabilidade da secretaria da agricultura, indústria e comércio. E envolto na Associação dos Funcionários Públicos Civis.

No segundo semestre de 1914, entre outubro/novembro, o nome aparece como dirigente do “Sport Club Brazil”. Em junho do ano seguinte o “rower” (remador) e presidente deste clube é eleito vice-presidente da Associação Metropolitana de Sports Atléticos.

No último domingo de abril de 1916 é o arbitro em jogo de segundo quadro (Fluminense 3 x 3 Botafogo) como preliminar do principal: Fluminense x Associação Atlética das Palmeiras (São Paulo). Ainda como “paredro” do “Brazil”. Período em que se mete em pelo menos dois incidentes entre dirigentes.

A data da noite de segunda-feira, 26 de novembro de 1917, é importante por aparecer pela primeira vez, em reunião da liga esportiva como representante do Botafogo. Na última semana da segunda de abril do ano seguinte preside delegação botafoguense no amistoso contra o Santos em São Paulo.

FONTES/IMAGEM

Almanaque Laemmert

O Paiz

Gazeta de Notícias

Campeões do Futebol

Canal Botafogo

Central do Botafogo

Esporte Rio

Federação Internacional de Estatísticas de Futebol

História do Futebol

Geni

Datafogo

MyHeritage

Mundo Botafogo

Portal Mato Grosso

Nenhum comentário:

Postar um comentário