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sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Uma quase "confusão" pelo nome do convidado ao baile

Primeiro prédio do grupo escolar "José Correia" construído pelo parente do patrono

O patrono da escola municipal açuense homenageia parente do segundo José Correia

José Vanilson Julião

Fiz o primário no Grupo Escolar Querubina Silveira e o terceiro ano ginasial no colégio “Pedro II” – vinculado a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC) – em Cerro-Corá.

Quando meu irmão e um colega de infância resolveram mudar de ares para um centro maior, ainda sem o planejamento do mini vestibular da Escola Técnica Federal/RN, inventaram de terminar o primeiro grau na Escola Estadual Presidente Juscelino (Açu) e fui junto.

Foi no Vale que ouvi falar pela primeira vez e vi o prédio do grupo escolar municipal e depois escola estadual que homenageia um natural do Açu, o patrono “Tenente-coronel José Correia de Araújo Furtado” (10/11/1788 – 9/5/1870).

Que veio a ser o número 62 como governante da Capitania do Rio Grande do Norte (18/3/1822 – 24/1/1824) após o governo provisório durante os movimentos da declaração da Independência e as atividades golpistas no Pernambuco.

O estabelecimento de ensino é fundado em 7/9/1911 e funcionou 37 anos no prédio da Rua São Paulo (atual Minervino Wanderley). Com o crescimento da demanda na matrícula é remodelado e novamente inaugurado em 2/2/1949.

Para minha surpresa um personagem com nome idêntico aparece na lista dos 110 convidados para a cerimônia do casamento (civil e religioso), seguido do baile receptivo no casarão do pai da nova, o senador Pedro Velho.

Trata-se de José Correia de Araújo Furtado (Açu, 30/1/1865 – Recife, 15/2/1926), filho de Luiz Correia de Araújo Furtado e Clara Maria Soares de Araújo, este sim, presente ao baile no casarão do senador Pedro Velho.

Cursou humanidades no Atheneu e bacharelou-se em Direito na capital pernambucana (1889). Indicado pelo chefe do Partido Liberal, José Bernardo de Medeiros (1837 – 1907) foi eleito Deputado Provincial (1888) aos 23 anos, ainda acadêmico, em substituição ao deputado Antônio Carlos de Medeiros, falecido a 15 de dezembro daquele ano.

Foi Promotor Público em Pau dos Ferros (1890), Açu (1891-1892) e Cabo/PE (1893-1894). Retornando ao RN estabelece-se como advogado (1895 – 1899) e mais uma vez fora do estado é designado juiz municipal (Glória de Goitá/PE) e retorna em 1902 a terra natal.

Juiz distrital em Natal (1902 – 1906), magistrado em Apodi (1907) e juiz e chefe político em Açu (1907 – 1914), sob a liderança dos Albuquerque Maranhão.

Casa com Maria da Natividade Caldas de Amorim sem descendência. Desembargador (1925) pelo decreto pelo governador José Augusto Bezerra de Medeiros (1884 – 1971) no mesmo ano, face a complicações de saúde, requer aposentadoria.

Sócio do Instituto Histórico e Geográfico publica pesquisa “Administração da Justiça no Assu: O Assu Julgado” (revista XXIII – XXIV, 1926 – 1927).

Foi em quem construiu o Grupo Escolar Tenente-coronel José Correia, remodela o Mercado Público e implanta o sistema de iluminação a querosene. Faleceu em Recife, após intervenção cirúrgica a que se submeteu no Hospital Centenário do Recife.

Prédio do "José Correia", "remodelado" e inaugurado em 1949, na Rua Minervino Wanderley, no Açu


FONTES/IMAGENS

A República

Açu Na Ponta da Língua

Fundação José Augusto

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