Primeiro prédio do grupo escolar "José Correia" construído pelo parente do patrono
O patrono da escola municipal açuense homenageia parente do
segundo José Correia
José Vanilson Julião
Fiz o primário no Grupo Escolar Querubina Silveira e o
terceiro ano ginasial no colégio “Pedro II” – vinculado a Campanha Nacional de
Escolas da Comunidade (CNEC) – em Cerro-Corá.
Quando meu irmão e um colega de infância resolveram mudar de
ares para um centro maior, ainda sem o planejamento do mini vestibular da
Escola Técnica Federal/RN, inventaram de terminar o primeiro grau na Escola
Estadual Presidente Juscelino (Açu) e fui junto.
Foi no Vale que ouvi falar pela primeira vez e vi o prédio do
grupo escolar municipal e depois escola estadual que homenageia um natural do
Açu, o patrono “Tenente-coronel José Correia de Araújo Furtado” (10/11/1788 –
9/5/1870).
Que veio a ser o número 62 como governante da Capitania do
Rio Grande do Norte (18/3/1822 – 24/1/1824) após o governo provisório durante
os movimentos da declaração da Independência e as atividades golpistas no
Pernambuco.
O estabelecimento de ensino é fundado em 7/9/1911
e funcionou 37 anos no prédio da Rua São Paulo (atual Minervino Wanderley). Com
o crescimento da demanda na matrícula é remodelado e novamente inaugurado em 2/2/1949.
Para minha surpresa um personagem com nome idêntico aparece
na lista dos 110 convidados para a cerimônia do casamento (civil e religioso),
seguido do baile receptivo no casarão do pai da nova, o senador Pedro Velho.
Trata-se de
José Correia de Araújo Furtado (Açu, 30/1/1865 – Recife, 15/2/1926), filho de
Luiz Correia de Araújo Furtado e Clara Maria Soares de Araújo, este sim,
presente ao baile no casarão do senador Pedro Velho.
Cursou
humanidades no Atheneu e bacharelou-se em Direito na capital pernambucana (1889).
Indicado pelo chefe do Partido Liberal, José Bernardo de Medeiros (1837 – 1907)
foi eleito Deputado Provincial (1888) aos 23 anos, ainda acadêmico, em
substituição ao deputado Antônio Carlos de Medeiros, falecido a 15 de dezembro
daquele ano.
Foi Promotor
Público em Pau dos Ferros (1890), Açu (1891-1892) e Cabo/PE (1893-1894).
Retornando ao RN estabelece-se como advogado (1895 – 1899) e mais uma vez fora
do estado é designado juiz municipal (Glória de Goitá/PE) e retorna em 1902 a
terra natal.
Juiz distrital
em Natal (1902 – 1906), magistrado em Apodi (1907) e juiz e chefe político em
Açu (1907 – 1914), sob a liderança dos Albuquerque Maranhão.
Casa com Maria
da Natividade Caldas de Amorim sem descendência. Desembargador (1925) pelo decreto
pelo governador José Augusto Bezerra de Medeiros (1884 – 1971) no mesmo ano,
face a complicações de saúde, requer aposentadoria.
Sócio do
Instituto Histórico e Geográfico publica pesquisa “Administração da Justiça no
Assu: O Assu Julgado” (revista XXIII – XXIV, 1926 – 1927).
Foi em quem construiu o Grupo Escolar Tenente-coronel José Correia, remodela o Mercado Público e implanta o sistema de iluminação a querosene. Faleceu em Recife, após intervenção cirúrgica a que se submeteu no Hospital Centenário do Recife.
Prédio do "José Correia", "remodelado" e inaugurado em 1949, na Rua Minervino Wanderley, no Açu |
FONTES/IMAGENS
A República
Açu Na Ponta da
Língua
Fundação José
Augusto
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