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sexta-feira, 20 de outubro de 2023

O grande anunciante da imprensa natalense no século XIX

José Vanilson Julião


A aud
ácia nos negócios de todo tipo e o empreendimento do serviço de abastecimento de água em Natal, desde meados da década anterior, no início dos anos 90 do século XIX não era bom só para a população e o bolso do europeu Felipe Leinhardt. Naqueles dias a incipiente imprensa da capital potiguar também lucrava com os anúncios do estrangeiro vindo do Recife e radicado na cidade.

Nos primeiros anos da consolidação do jornal A República como principal mídia impressa, até porque tinha o privilégio de ser o único eco do noticiário oficial e governista, outros jornais também inseriam reclames das atividades comerciais do Leinhardt. São os casos do Correio do Natal, que já em 1881 (edição 117), publicava a venda de maquinismos importados da meca da Revolução Industrial, a Inglaterra. E do Rio Grande do Norte (edição 42 1891).

Eram anúncios de bombas manuais ou automáticas (diversos tamanhos e formatos), poços artesianos, moinhos de vento, descaroçadores de milho, eixos para carros de passeio e carroças, tintas de diversas cores para pinturas, espingardas e rifles (fábrica norte-americana Remington), uma máquina a vapor (mais caldeira e hélice), pás de aço, pedras de mármore, machados, serras, serrotes, cantoneiras, e muitos outros artigos.

Venda ou aluguel do sítio Serraria com boa casa de morada, moinho de vento para levar água até a casa (com porto perto), boas terras para plantação de algodão, mandioca, batata, etc. Coqueiros, laranjeiras, viveiro para peixes um grande jazigo de material para o fabrico de cimento e cal de ostras

O sitio Maracajaú, ótimo para criação de gado e cabras, casa bem regular com um grande cercado de arames já estragados e perto do mar, tendo um rio doce perto e uma boa barra com proporções para um grande viveiro de peixes; mil pés de coqueiros (grandes e pequenos).

Além de um grande moinho de vento completo para irrigação ou abastecimento uma vila ou pequena cidade. Por dois contos de réis.

No Rio Grande do Norte o empresário do encanamento de água previne os moradores da Cidade Alta, com licença prévia da Intendência Municipal, a suspensão por 15 dias, a partir de 1 de abril de 1892, o abastecimento para conserto com o fim de melhorar as fontes fornecedoras e os usuários ficam dispensados da remuneração temporariamente.

No mesmo periódico: Aos senhores de engenho: encomendas de maquinismos estrangeiros de qualquer tamanho e moderno (vapores, caldeiras, moinho, centrífuga, aparelhos a vácuo). Encarrega-se da montagem por hábil profissional.


FONTES

A República

Diário do Natal

Rio Grande do Norte

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