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quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Repercussão da morte em batalha do filho do dinamarquês

Missas são encomendas na imprensa carioca, pernambucana e potiguar

José Vanilson Julião

Igreja Bom Jesus das Dores/Ribeira

A Revolta da Armada, também conhecida como “Restauradora”, teve um dos pontos máximos na batalha de Niterói, quando foi baleado e morto um dos filhos do dinamarquês Felipe Leinhardt, o jovem cadete Victor, de apenas 20 anos.

O combate mais ferrenho acontece na península da Armação (hoje imediações do bairro Ponta da Areia).

Sendo relatado com pormenores de horários em tempo recorde na edição do dia seguinte no jornal “O Paiz” (sábado, 10/2/1994).

São poucas as informações e pormenores na imprensa local nos dias seguintes a data da luta.

Os leitores somente tomam conhecimento do resultado trágico para uma família nos anúncios das encomendas das missas.

Primeiro em jornais metropolitanos. Como em “O Paiz” (quarta-feira, 21). Os empregados da Cooperativa Militar do Brasil chamam para a igreja São Francisco de Paula (8 horas).

Na edição da sexta-feira (23), para o dia seguinte, na igrejinha de São Cristóvão (8h30), em nome da família:

pai Felipe, mãe Rosa da Rocha, os irmãos Isaac (o professor de Rio Claro), Lina, Sofia dos Santos, a viúva Isabel L. Duncan, Alexandre Duncan. Os cunhados, Antônio C. Borromeu dos Santos (ausentes), Maria Peixoto e Thomé Barbosa Peixoto.

Em seguida os jornais da capital potiguar: o então semanário “A REPÚBLICA” (sábado, 24) com a nota “GLORIOSA VÍTIMA”: “A consolação de que a memória do seu filho viverá eternamente na história do Rio Grande do Norte.”

O “Caixeiro” (quarta-feira, 28) com “Noticiário” e no “Suplemento do Batalhão Silva Jardim): “Cobre-se de luto a pátria norte-rio-grandense... A briosa falange do batalhão manda celebrar missa, dia 9 (sexta-feira), na Igreja do Bom Jesus das Dores (Ribeira)”.

Na edição da quarta-feira (14): - Após o ato religioso a formação deu três cargas sucessivas e desfilou pela Travessa Bom Jesus, Praça 28 de Novembro, Rua Correia Teles e Praça da República. O comandante do 34 cedeu a banda de música ao “Silva Jardim.”

Completa: “Presentes a missa o governador estadual (Pedro Velho de Albuquerque Maranhão) e os desembargadores Chaves Filho e Ferreira de Melo, o coronel Pedro Nery, o presidente da Intendência, o cidadão Amaro Barreto...”

O Batalhão Patriótico Silva Jardim, organização nacional paramilitar de voluntário civil, criada em 1893 para conter os movimentos restauradores monarquistas.

 

FONTES

A Província

A República

Diário de Pernambuco

Fundação Getúlio Vargas/CPDOC

Jornal do Recife

Jornal Pequeno

O Caixeiro

O Paiz

Revista Acervo

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