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sábado, 14 de outubro de 2023

A sociedade empresarial Bigois & Leinhardt em ação

A fonte de Santa Cruz da Bica, no Baldo, onde Leinhardt comprou uma chácara 

Jos
é Vanilson Julião

A Lei Rocha Fagundes (1882), que sistematiza o abastecimento de água na capital potiguar, começa a surtir efeito com os indícios de que no começo dos anos 90 do século XIX é uma realidade.

Felipe Leinhard começa sozinho mesmo e só depois é que entra o sócio Nicolau Bigois como investidor. A prova é que somente o nome dele aparece em contrato para fornecimento do líquido para a Escola de Aprendizes Marinheiros desde 15 de maio de 1890.

Em janeiro de 1892 o redator de A República e convidados se dirigem a chácara de Leinhardt, na Bica, para ver, como propaganda para futuras encomendas, o funcionamento de um poço artesiano perfurado com uma máquina a vapor vinda do Rio de Janeiro.

Em setembro de 1893 a Intendência Municipal publica pedido de despacho de Leinhardt para que seja obstado o fornecimento pela companhia de estrada de ferro aos navios ou vapores ingleses.

Bem posteriormente, já com a sociedade feita, aparecem os problemas e as divergências entre o poder público e a empresa concessionária. A firma recorre ao jornal A República (sexta-feira, 29/10/1897) com extensa nota ao público:

para esclarecer alguns problemas referentes a concessão e que vão recorrer ao judiciário para rever pontos do contrato de 25 anos, prazo considerado insuficiente para resguardar ou garantir os investimentos, inclusive os extras triplicados.

Inclusive, em um dos pontos relatados, diz que a fonte da Bica não era suficiente para garantir todo o fornecimento de água, sendo obrigados instalar canos de maior diâmetro e forçados a construir um poço na mesma propriedade e a implantar mais um moinho para auxiliar a máquina a vapor do reservatório, além de outros equipamentos pela cidade.

Apesar dos problemas da burocracia e da legislação a empresa continua a todo vapor. Um mês depois a imprensa publica nota explicando que resolver não sentar ou abrir penas por conta de inquilinos e sim pelos proprietários da casa. E que não aceitam reclamação verbal, somente por escrito.

As reclamações devem ser dirigidas ao endereço da Empresa de água Natal (jurídico Bigois & Leinhardt), na Praça 28 de Novembro, antiga da República 13. Que viria a ser transferida para Empresa Melhoramentos de Natal com a saída do Leinhardt (1900) e repasse da viúva Bigois (1908).

FONTES/IMAGENS

A República

Fatos e Fotos de Natal Antiga

Sindágua

Nogueira, Helena de Cássia As Primeiras décadas da eletricidade e do saneamento básico na capital paraibana (1900/1940) UFPB/2005

 

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