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domingo, 15 de outubro de 2023

O andarilho alemão do atentado contra o dinamarquês

José Vanilson Julião

Pelo apurado o autor do atentado de morte contra o dinamarquês Felipe Leinhardt no Recife, em agosto de 1877, o alemão Henrique Augusto Wreden, gostava, precisava ou tinha tendência de se movimentar.

Com os dados pessoais desconhecidos (data de nascimento e naturalidade), além do nome, a primeira estadia dele ou referência vem do município portuário gaúcho de Rio Grande. No começo dos anos 1870 leciona na cidade.

Vindo do Colégio São Pedro o professor do Colégio Alemão, Henrique Augusto Wreden, aparece com prática de mais de dez anos de magistério, “chama a atenção dos pais para o estabelecimento escolástico, que acaba de abrir nesta cidade.”

O ensino matérias primarias, secundarias e recebe alunos pensionistas, meio pensionistas e externos. Dará o diretor esclarecimentos necessários para as pessoas que o queiram honrar com a confiança, em casa, rua Zalony 22 (Diário do Rio Grande, 2/1/1871).

“Não identificamos outros documentos, anúncios, ofícios submetidos pela instituição ou presença nos relatórios da instrução pública; acreditamos que esse colégio, tenha funcionado por curto período. Segue oferecendo lições particulares de línguas e escrituração mercantil no mesmo endereço (Diário do Rio Grande, 4/1/1872). (Tese de mestrado, página 233/34)

A segunda aparição acontece na Cidade de Desterro (atual Florianópolis), a capital da Província de Santa Catarina. Como atesta anúncio no jornal “A Regeneração” (domingo, 10 de maio de 1874).

O “Órgão do Partido Liberal” catarinense diz que o “bacharel em Agronomia” se dispõe a dar aulas particulares de alemão, francês, inglês, matemática, e propõem-se a receber para partilharem os ensinos dos próprios filhos em novo endereço: Rua do Príncipe 1.

Antiga rua do Príncipe é a mais importante do centro histórico pelo intenso comércio e os sobrados dos anos 1800. Alguns ainda exibem gradis de ferro forjado e sacadas trabalhadas, além de adornos de louça e revestimentos em azulejo.

No ano seguinte, mas em Blumenau, comunidade de colonização alemã, faz trabalho de tradução de dois contratos em alemão num processo a pedido do juiz de paz Julio Baumgarten (junho/1875).

FONTES

A Regeneração/SC

Teixeira, Gabriel Santos – A parte do fogo: Acervo da Fundação Cultural de Blumenau de processos cíveis do Século XIX – Universidade de Santa Catarina/2022

Teixeira, Vanessa Barrozo – A instrução da Mocidade Rio-grandina: ensino secundário na cidade de Rio Grande/RS (1850/1889) – Universidade Federal de Pelotas (2017)

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