Francisco José de Souza, o "Zé do Pote", é o goleiro do Racing das Rocas entre 1963/66 |
José Vanilson Julião
O assunto não é nenhuma novidade, mas
sempre desperta curiosidade. Inclusive foi abordado em livros dos jornalistas
José Procópio Filgueira Neto e Everaldo Lopes Cardoso.
Desde os anos 30/40 que os estranhos
e engraçados apelidos no futebol chamam a atenção da imprensa.
Para não chover no molhado e ser
repetitivo, no tema exposto com maestria pelo jornalista Kolberg Luna Freire
Lima, numa coluna que tinha num site local, vamos ao que interessa.
O personagem da vez, se não é
considerado figurinha destacada nos anais do futebol potiguar, pode se dizer
que ficou registrado eternamente nas páginas impressas.
Contrariando pela primeira vez o
memorialista José Ribamar Cavalcante – aquele da biografia recentemente
lançada, digo que “Zé do Pote”, se não foi titular, vestiu a camisa do Alecrim.
O curioso codinome veio à tona
recentemente em um comentário que não passou desapercebido em rede social.
A filha, a evangélica Maria, tira do limbo a alcunha e disse que o pai Francisco José de
Souza jogou pelo Racing do bairro das Rocas.
Mas tudo começa com o “Diário de Natal”
(segunda-feira, 16/1/1961). Registro do Torneio Início da Liga das Quintas.
O jornal diz que a Liga “Deixou os
campinhos de terra batida para o asfalto e a competição é realizada no Juvenal Lamartine.”
Campeão do desfile Bangu. Segundo colocado Penarol.
Realçou também os apelidos
sugestivos. “Enumerá-los seria ocupar grande espaço necessário para outras matérias.”
Porém destaca: Zé do Pote (goleiro),
Cheirinho, Lambretinha, Pelado, Cesteiro. Patinha e mais umas três alcunhas
curiosas.
No ano seguinte já está entre os boleiros
conhecidos. O “Diário de Natal (sexta-feira, 19/10/1962) anuncia em pequena
nota a decisão do primeiro turno de aspirantes para o domingo seguinte.
Invicto na competição (assim como na
categoria juvenil e no titular até então) o time esmeraldino vence o ABC (1 a
0) e encerra com três pontos de diferença (jogava pelo empate).
Os campeões: Zé do Pote, Golinha,
Chicão, Coqueiro, Mário, Mangueira, Orlando, Macaíba, Genival (autor do gol),
Paulo e Índio (Galdino).
O Coqueiro em questão é o depois
treinador José Ribamar Coqueiro, que treinou o América em rápida passagem, e
comandou o Atlético por 20 anos.
Quanto ao ponta-esquerda Francisco Galdino
Rosa (21/6/1941) participou da campanha invicta do título de profissionais em
1968.
Esteve no Central (Caruaru), no futebol
português e veio encerrar a carreira no Riachuelo Atlético Clube (1972).
Em 1963 já há registro dele no
Racing. Mas o auge acontece em 1966. Ano em que o clube conquista mais um
título pela liga amadora do bairro.
O torneio iniciou com o Ideal de
Petrópolis, treinado por Orlando Maia, fazia campanha invicta até se encontrar
com o Palmeiras.
A decisão do turno (domingo, 18/9) no
Estádio Senador João Câmara. Com arbitragem de árbitro tarimbado, Luís Barbosa,
o “Izinho”, e renda de 114 mil cruzeiros.
Terminam empatados na reta final da fase
e na decisão Racing 1 x 0 Palmeiras (Ivan, primeiro tempo).
Ribamar não lembra o resultado da
final (1 x 0 ou 1 x 1?) também contra o rival alviverde, mas escala o time:
Geraldo, Didida, Zé do Pote, Moacir,
Cândido, Renilson, Didi, Ribamar, Lêdo, Nilo e Damião. Treinador: Wilson ‘Baú’
Honório.
FONTES/IMAGEM
Diário de Natal
Tribuna do Norte
Súmulas Tchê
Arquivo pessoa/Ribamar Cavalcante
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