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Neymar Júnior em visita ao estádio
Red Bull Arena, na cidade de
Harrison, Estados Unidos
Sobre reclamação das substituições
JOSÉ MARIA DE AQUINO
Jornalista
Já estive chefe durante o
dia e "peão" à noite – missão muito mais fácil de cumprir. Seguia a
pauta, mesmo as pautas-bombas, e pronto.
Mas o papo não é sobre
jornalismo. É sobre futebol e comportamento de jogadores e técnicos.
Nessa longa estrada da
vida, já vi muitos jogadores reclamarem de serem substituídos durante o jogo e
por serem barrados.
Para os barrados, Telê
era curto e suave: não te dei explicações quando escalei, não dou quando tiro.
Telê e poucos mais.
A cena é mais forte
quando são substituídos no jogo. Alguns reclamam baixinho, balançando a cabeça –
que dá para aceitar.
Outros, mais
"nervosinhos", jogando para a torcida acabam jogando também os
técnicos.
A gente sabe de técnicos
que "foram para cima", até no braço, quando, depois, as portas dos
vestiários são fechadas.
O dia que também me
irritei, e não perdoei, foi aquele em que Ganso, no Santos, fez sinal que não
ia sair – e não saiu.
Esperei o dia seguinte para
ler e ouvir como Dorival Jr, o técnico reagiu no vestiário e na conversa com a
diretoria, mas nada.
"Enterrei"
Ganso como atleta e lamentei Dorival Júnior. Podemos e devemos ser tranquilos,
pensar três vezes, mas não engolir seco.
No jogo de ontem – Flamengo
2 x 0 Santos – Neymar reagiu de forma que todos vissem, quando foi substituído.
Sei que ele sempre
reclamou de tudo, com gestos largos, mas o vi "ingrato", com o time e
com o técnico. Nada a ver com os gols marcados sem ele.
As reclamações de tudo –
gramado sintético, arbitragem, colegas, técnico – já não são apenas por conta
de seu gênio rebelde.
A ele se deve acrescentar
seu declínio físico que, claro, influiu no técnico. Jorge Jesus estava certo
quando o liberou.
Ancellotti está certo
quando não o convoca. Só não vê quem não quer que Neymar deve ser esquecido,
falando de Mundial.
Vai espernear. Os que
hoje teimam que "ainda dá", criticarão. Mas com o tempo ele entenderá
que ninguém consegue vencer o tempo.
Dirão que Neymar ainda é
jovem, esquecendo que ele acelerou a máquina do tempo como atleta, chegando
mais cedo à velhice.
Não é só no futebol, nas
atividades físicas em geral, que o tempo se mostra implacável; impossível de
ser vencido.
Em todas as atividades é
assim, incluindo as intelectuais.





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