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segunda-feira, 31 de julho de 2023

Imagem tira dúvida do personagem de outra fotografia

Governador alagoano Lamenha Filho, com o Rei Pelé na inauguração do estádio de Maceió

O personagem paralelo da postagem sobre o arqueiro abecedista dos anos 30

José Vanilson Julião

Lamenha Filho, Rubem Moreira e o Rei Pelé

Ao escolher uma das fotografias, com Pelé em Alagoas, para ilustrar a quinta postagem da série sobre o goleiro do ABC que participou do deca-campeonato alvinegro (1932/41), fiquei em dúvida sobre a identificação da personalidade na recepção ao Rei do Futebol na inauguração do estádio de Maceió.

A imagem escolhida para ilustrar a reportagem rememorativa não ocorreu pelo Edson Arantes do Nascimento, mas por constar o então presidente da Federação Pernambucana, Rubem Rodrigues Moreira, alvo do artigo reproduzido em que o falecido jornalista Gilberto Prado relata peripécias do dirigente.

Gilberto também é personagem secundário, mas entra na história por ser filho do antigo guarda-metas Diógenes Ferreira Prado, que começou em time suburbano, é contratado pelo Santa Cruz, passa pelo Sport e chega ao ABC (1936/37), quando concilia o futebol como tipográfico no vespertino católico "A Ordem".

Na foto Pelé, em primeiro plano, está ladeado por duas autoridades e atrás se encontra o Rubem Moreira (de óculos). Não sei, ainda, quem é o senhor de cabelos grisalhos. A direita do atacante do Santos até pensei ser o dirigente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), Antônio dos Passos.

Trata-se do governador Antônio Simeão de Lamenha Lins Filho (São Luís do Quitunde, 28 de agosto de 1919 – Maceió, 3 de janeiro de 1997). nomeado para o período (1966/71) pelo presidente da República, o marechal Humberto de Alencar Castello Branco (1897 – 1967).

Lamenha Filho, como era mais conhecido, prefeito, deputado estadual, chegou ao poder depois que Sebastião Marinho Muniz Falcão (1915 - 1966) não consegue maioria absoluta de votos em 1965 e com breve passagem do general João José Batista Tubino (Santana do Livramento, 1905 – Rio de Janeiro, 1982).

A elucidação do misterioso personagem ocorre com reportagem do site "Tribuna Hoje", da capital alagoana, em que faz um relato das quatro passagens de Pelé na cidade, a segunda delas em 25 de outubro de 1970 (abertura do estádio), com a primeira em amistoso do Peixe (1965).

Um encontro com o Brasil após 50 anos

José Vanilson Julião*

Valdir Julião, Franklin Jorge, José de Medeiros Brasil, Vanilson Julião e o editor Alexsandro Alves

4h7. Sexta-feira 27. Pela primeira vez em 40 anos de jornalismo. Com dois dias de antecedência. Tenho na mente como começar uma reportagem. A saber: o estopim para o encontro ou o tempo que não se viam.

Um deles soube do elo comum de amizade pela casualidade, coincidência ou probabilidade que a vida e destino, se existe, proporcionam.

Não lembro se antes ou depois do meio do ano passado, ao inserir em rede social um texto do "Navegos", um nome chamou a atenção de um participante.

O hilario artigo refere-se ao roubo de umas galinhas no município de Cerro Corá e se tornou importante pelo fato de um dos amigos ter lido o nome do então editor da revista eletrônica.

Este primeiro amigo residiu na cidade seridoense no tempo da minha infância, sendo um pouco mais avançado nos anos.

E na adolescência, como cunhado de um amigo do meu pai – respectivamente José Julião Neto e Arian Félix da Silva – foi companheiro juvenil do meu tio Luiz Julião Cavalcanti.

Este amigo saiu de Cerro Cora e foi companheiro escolar e cultural de Franklin Jorge no Açu no final dos anos 60.

Portanto, depois de cinco décadas e mais quatro anos de lambuja, sou testemunha do inusitado pelo tempo decorrido e especial reencontro com o contador José de Medeiros Brasil.

Na residência do primeiro. No Cidade Satélite.

Devo dizer que Brasil colocou uma faca no meu peito para que me fizesse presente.

Pois o encontro começou a ser programado com os contatos intermediários de segundo grau.

Este encontro, com minha abdicação, como parte interessada, passa a ser contada, nos próximos por uma testemunha ocular da história: o editor Alexsandro Alves!


*Original do site cultural "Navegos"

sexta-feira, 28 de julho de 2023

"Malena", a musa da música popular em duas línguas

José Vanilson Julião


Feita as apresentações das versões envolvendo o nome próprio "Malena", em duas línguas, espanhol e português, o blog disponibiliza as letras das quatro composições musicais, e não três como dito anteriormente.

O número cresce pelo esquecimento do redator em somar duas das versões em português, ambas interpretadas pelo cantor capixaba Roberto Carlos Braga (1962/63), com a do cantor paraibano Bartolomeu Silva, o "Bartô Galeno".

Contando com as três brasileiras e o tango argentino (1941) o total é definido em quatro.

A primeira cantada pelo Rei da Jovem Guarda é lançada (abril/1962) em compacto simples da Columbia (78 rotações por minuto).

Atualmente não consta no catálogo da gravadora Sony Music.

Para o conhecimento dos leitores todas são transcritas pela ordem de aparecimento.

 

TANGO (Homero Manzi/Lucio Demare)

Malena canta tango como ninguém

E em cada verso ele coloca seu coração

Um yuyo do subúrbio sua voz perfumada

Malena tem uma penalidade de bandoneon

Talvez na infância a voz de sua cotovia

Ele tirou aquele tom triste da música

Ou talvez aquele romance que só nomeia

Quando ele fica triste com o álcool

Malena canta tango com voz de sombra

Malena tem uma penalidade de bandoneon

Sua música tem o frio do último encontro

Sua canção torna-se amarga no sal da memória

Não sei se sua voz é a flor da tristeza

Só sei que ao rumor dos teus tangos, Malena

Eu te sinto melhor, melhor do que eu

Seus tangos são criaturas abandonadas

 

ROSSINI PINTO/FERNANDO COSTA (1962)

Malena eu sou um sofredor

Oh, oh, oh Malena eu quero o teu amor

Malena não posso mais sofrer

Oh, oh, oh Malena, sem ti não sei viver

Eu vivo triste amargurado assim

No mundo não existe

Quem sofra igual a mim

Oh, oh, oh Malena

Não posso mais chorar

Oh, oh, oh Malena

Eu choro por te amar

Declamado:

Malena eu sou um sofredor

Oh, oh, oh Malena eu quero o teu amor

Malena, não posso mais sofrer

Oh, Malena, sem ti não sei viver

Eu vivo triste amargurado assim

No mundo não existe

Quem sofra igual a mim

Oh, oh, oh Malena

Não posso mais chorar

 

BALADA (Roberto Carlos)

Malena querida

Eu te quero e ainda te amo

Te adoro e venero

Sou louco por ti

Malena querida

Relembro os momentos felizes

De alegria e ternura

Que ao teu lado vivi

Tentei em vão te esquecer

Sem conseguir contudo amor

Se mal te fiz foi sem querer

Pois eu te amo com fervor

Malena querida

Perdoa a minha loucura

Esquece o passado

E volta pra mim

 

ROMÂNTICO/BREGA (Bartô Galeno)

Malena esqueça baby meu bem

Quero ter você perto de mim

Os velhinhos querem acabar comigo

Ninguem vai tirar você de mim

É papo firme eu te amo te amo te amo

Eu estou apaixonado por você

O diamante cor de rosa minha senhora

É meu, é meu, é meu

Tudo que sonhei nada vai me convencer

Amigos, amigos e ciúmes de você

Não quero ver você tão triste

Você é linda não adianta nada

Não há dinheiro que pague

Ternura antiga



FONTES

Letras

Todo Tango

Vagalume

 

Uma "Malena" para três composições diferentes

O paraibano Bartô Galeno começa a aparecer no concurso da Rádio Rural de Mossoró/RN

José Vanilson Julião

Compositor Homero Manzi

O esclarecimento da suposta apresentação de Roberto Carlos Braga na capital potiguar em 1963 e o desmentido de que a fotografia do Rei, feita um ano antes no Irajá Atlético Clube (Rio), não é registro da lenda em questão, serviu para o articulista detectar uma curiosidade envolvendo o cantor.

O artista esteve pela primeira vez no Rio Grande do Norte em Mossoró (1964) e somente se apresentou em Natal na noite da quinta-feira, 28 de agosto de 1966, quando já apresentava desde setembro do ano anterior um programa na TV Record, na capital paulista.

Ele começa a fazer sucesso para valer em 1962 com uma das músicas, "Malena", curiosamente o mesmo título de uma obra nos anos 40 de artistas de língua espanhola e nos anos 80 do século passado usado numa composição do cantor "brega" Bartô Galeno.

Acredito que essa é a primeira observação registrada na imprensa brasileira sobre está curiosidade. A mencionada composição faz parte de um disco compacto lançado no meio do ano de 1962, do qual faz parte outras três músicas, como a famosa "Splish Plash".

A primeira é o título do tango argentino. Letra do poeta Homero Nicolás Manzione Prestera (1907 - 1951) e música de Lúcio Demare (1906 – 1974). Reza a lenda que homenageia Malena de Toledo (?, 1916 – Montevidéu, 1961), de batismo Elena Tortorelo, vista cantando numa noite paulistana.

Musicista argentino Lucio Demare

Os personagens são citados por Felippe Anibal na crônica "A minha Malena" em um blog de Curitiba/PR (19 de abril de 2021) e por Thiago Rocha no artigo "Ecos da Canção Malena” (30 de setembro de 2016) em outro site.

A segunda composição do também capixaba cantor e jornalista Roberto Pinto (1937 - 1985) e carioca Fernando Luiz da Costa (10/8/1951) é a cantada pelo Roberto Carlos, a qual resulta em uma segunda versão, "Relembrando Malena", agora só com letra de R. Pinto, inserida em LP.

A terceira é a composta pelo cantor paraibano Bartolomeu da Silva (Sousa, 20 de maio de 1950), portanto prestes a completar 73 anos, mais conhecido como Bartô Galeno, mas que aos dez anos está morando em Mossoró, interior do Rio Grande do Norte e começa na Rádio Rural.

 

FONTES

Diário de Natal

Revista do Rádio

Dicionário Música Popular Brasileira

Emoções Roberto Carlos

O Inimigo

Plural

Todo Tango

Vagalume

quinta-feira, 27 de julho de 2023

O prenúncio da TV da família Alves 20 anos antes da concessão


José Vanilson Julião

- Anunciada para breve a inauguração da TV-Rádio Cabugi na cidade de Natal (Rio Grande do Norte).

Calma gente, não se trata do retorno da Rádio Jovem Pan e da Inter-TV para o total controle da família Alves.

A extensa frase faz parte de uma nota na “Revista do Rádio” (edição 866 – 23 de abril de 1966). Consta da coluna “Canal RR””.

Alusão ao título da famosa extinta publicação especializada do Rio de Janeiro. Com o subtítulo “Rádio, Televisão, Boate, Disco, Cinema, Teatro etc.”

Focava tudo na área dos espetáculos, artistas (vedetes, atores, compositores e músicos) e mídia em geral.

Fundada pelo jornalista carioca Anselmo Domingos (1917 – 1970). Circulava desde 1948 e desativada após a morte do criador. Também idealizador da “Revista do Esporte” (1959/1970).

Jornalista Anselmo Domingos

No começo da década o governador Aluízio Alves (1921 – 2006) compra a emissora fundada em 19 de janeiro de 1954 pelo primo e senador José Georgino Alves e Souza Avelino (1888 – 1959).

Na época era a segunda rádio potiguar depois da pioneira Rádio Educadora de Natal (REN) e repassada como Poti aos Diários Associados.

Poucos meses depois também entra no ar a terceira emissora, a Nordeste, pertencente ao então governador Dinarte de Medeiros Mariz.

Em 26 de maio de 2002 é filiada do SGR – Sistema Globo de Rádio – e em 3 de fevereiro de 2020 passa ao grupo paulista fundado por Paulo Machado de Carvalho.

A Televisão Cabugi entra no ar em 1 de setembro de 1987 e hoje pertence aos empresários Fernando A. Camargo (85 por cento das ações) e Henrique Eduardo de Lira Alves (15%).

Hoje a programação da filiada a Rede Globo, se não tem o proselitismo político de outrora, é apelidada de “Inter-PT” pelos internautas...

 

Os políticos potiguares Teodorico Bezerra e Georgino Avelino com o presidente JK

FONTES/IMAGENS

Brazilian Pop

Biblioteca Nacional

Blog Utinga

Câmara dos Deputados

Senado Federal

Revista do Radio

Revista do Esporte

 

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Desvendado o mistério da suposta foto de Roberto Carlos em Natal (V)

O Cinema São Pedro competia com mais cinco salas de exibição em meados dos anos 60

José Vanilson Julião

Virei o “Diário de Natal” de cabeça para baixo, de janeiro a dezembro, e novamente nada encontrei sobre a lenda de Roberto Carlos no Cinema São Pedro em 1963.

Nenhuma letra, palavra ou frase sequer. Nem mesmo na programação cinematográfica divulgada quase que diariamente.

Com o patrocínio do empresário Aurino Suassuna. O representante em Natal do “Whisk Mansion House".

Do slogan “A dose que faltava para suas horas de prazer”. E para pedir a garrafa com o líquido dourado bastava ligar 15-82 (fácil de decorar).

A especialidade do cineminha do bairro do Alecrim era mesmo, e não poderia deixar de ser, a exibição, em sessões vespertina e noturna, dos mais variados gêneros de filmes e séries.

Competindo com cinco salas de exibição da época: Rio Grande, Rex, Nordeste (Cidade Alta), Poti (Petrópolis) e São Luiz (Alecrim).


FONTES/FOTOS

Diário de Natal

Fatos e Fotos de Natal das Antigas

Natal das Antigas

Desvendado o mistério sobre suposta foto de Roberto Carlos em Natal (IV)

Detalhe 'escondido' na parede do clube

José Vanilson Julião

Emblema do Irajá Atlético Clube não deixa dúvida sobre origem do flagrante

Eu já tinha visualizado a fotografia uma dezena de vezes. Ampliado.

Esquadrinhei o retangulo. De cima para baixo. De lateral a lateral. E nada.

Procurando alguma coisa familiar. Um objeto ou uma imagem qualquer.

Que levasse a identificar o interior de um cineminha de bairro.


Não que duvidasse das últimas informações pescadas em fontes diversas. Inclusive um vídeo com o autor da fotografia.

Mas queria algo maior para os incrédulos das redes sociais.

Além da própria imagem e as entrevistas do fotografo Gemerson Henrique Dias.

Principalmente aqueles que espalharam o boato de que a imagem seria de uma apresentação de Roberto Carlos no Cine São Pedro.

A insistência é premiada com o achado da prova substancial ás 23h30 desta quarta-feira:

o escudo do Irajá Atlético Clube. Na parede. No canto superior esquerdo. Atrás das crianças.

Para comparação dos leitores publico novamente a foto para que seja comparada com escudo estilizado.

Desvendado o mistério da suposta foto de Roberto Carlos em Natal (III)

Um dos vários famosos cinemas da cidade abrigou o primeiro espetáculo de Roberto Carlos

José Vanilson Julião

A histórica foto do R. C. Braga

Elucidado o misterioso caso da suposta primeira apresentação no Cinema São Pedro (Alecrim) a primazia do primeiro show de Roberto Carlos em território potiguar cabe a Mossoró.

Ele já era um sucesso na vendagem de LP e discos compactos, quando, em 21 de dezembro de 1964, a Rádio Rural de Mossoró (inaugurada em 2 de abril de 1963) promove o show.

Mas no moderno Cine Teatro Pax (inaugurado em 23/1/1943 e desativado em 2000).

A essa altura ainda não era o Rei da Jovem Guarda, pois o programa da TV Record ,que lhe empresta o apelido famoso, somente entra no ar em setembro de 1965.

Ele retorna pelo menos duas vezes a cidade, segundo o blog de José Mendes Pereira.

A segunda apresentação acontece dez anos depois, quando se hospedou no Esperança Palace Hotel.

E no Opala de José Maria Brasil (Lions Clube) seguiu para o Estádio Manoel Leonardo Nogueira.

Radialista Coronel Pereira

Antes da atração principal o “Coronel Pereira” – radialista Antonio Pereira de Melo – era o mestre de cerimônias de uma banda local.

FONTES/FOTOS

Jornal de Fato

Ebiografia

Mendes & Mendes

Memória Fotográfica – Rádio Rural de Mossoró